Capítulo 7

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       TAEHYUNG



Na manhã seguinte, o sol ainda mal tinha nascido quando acordei, o frio da manhã penetrava nas paredes da casa, e eu sentia cada resquício dele em minha pele. Levantei-me com um movimento ágil, já acostumado a lidar com a rotina que me aguardava.

  Taehyung-  Jinah –  chamei enquanto caminhei até a porta do quarto – prepara meu café da manhã. Vou sair cedo.

Enquanto ela se afastava para seguir meu pedido, eu me vesti rapidamente. Vesti uma calça alfaiataria preta, e uma camisa social branca, clássico que sempre  gostava de usar.

Coloquei a arma na cintura, um gesto automático que fazia parte do meu dia a dia. A faca foi para a bainha próxima ao sapato, uma lembrança  de que o mundo em que eu vivia exigia vigilância constante.

Desci as escadas e entrei na cozinha, onde o cheiro do café fresco começava a invadir o ar. Jinah estava lá, com suas mãos ágeis preparando nosso café. Ela olhou para mim com aqueles olhos preocupados que sempre tinham algo a dizer.


Jinah-  Com quem você vai hoje?
–perguntou ela, sem tirar os olhos do fogão.–



Taehyung- Vou com Namjoon e a Escarlet – respondi, tomando um gole do café. O líquido quente desceu pela minha garganta me ajudando a acordar ainda mais.–

Ela franziu a testa, e eu sabia que ela estava pensando em algo mais profundo.

Jinah-  Taehyung, tenha cuidado. Mesmo depois de tantos anos trabalhando para sua família, eu nunca me acostumei quando você sai assim.

Taehyung-   Não se preocupe–  disse eu com um sorriso despretensioso – Eu sei me cuidar muito bem.


Jinah-  Eu sei disso– ela respondeu, mas havia uma tristeza em sua voz – Mas... eu lembro do seu pai.


Senti uma onda de raiva crescer dentro de mim ao ouvir seu nome.

Taehyung-  Ele morreu porque era um filho da Puta–deixei escapar com desdém–  Mereceu morrer desde o dia em que tirou a vida da minha mãe, da própria mulher.


Jinah me olhou fixamente, tentando entender aquela tempestade de emoções que eu mantinha trancada dentro de mim.


Jinah-   Quando você vai deixar esse ódio sair do seu coração? – Ela perguntou suavemente–  Você precisa de alguém ao seu lado... Eu estou ficando velha e não estarei aqui para sempre.

As palavras dela ecoaram em minha mente como um eco distante, não era a primeira vez que ouvia isso.

Taehyung-  Não penso nisso– respondi brusco demais talvez– E não quero pensar.

A lembrança do meu pai e da minha mãe se espalhou pela minha mente como um veneno, eles eram casados e mesmo assim se destruíram mutuamente.

E então veio à tona aquela frase que ele sempre dizia.

"Os sentimentos te tornam vulneráveis, Taehyung, o amor é uma fraqueza."

A voz dele ressoava em mim como um mantra torturante.


Depois de tomar um café da manhã apressado, voltei para o meu quarto, mas minha mente estava em outro lugar. Enquanto olhava ao redor, meus olhos se fixaram em um pequeno quadro na parede, um pedaço do meu passado. Era uma pintura que fiz quando era criança, uma mulher segurando a mão de um menino, ambos voltados para o jardim da casa onde cresci. Senti um aperto no coração ao lembrar de tempos mais simples.

MEU PROFESSOR  É UM MAFIOSO- KIM TAEHYUNG Onde histórias criam vida. Descubra agora