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Rhaenys respirou fundo, o ar entrando como uma brasa em seus pulmões, e as chamas das tochas nas paredes pareciam refletir a intensidade do momento. Seu olhar se fixou em Oberyn, como se buscasse uma fissura, um ponto fraco, qualquer coisa que revelasse uma brecha para sua raiva escapar.
- Não vou permitir que você leve minha filha! - repetiu, e sua voz, mesmo mais baixa agora, carregava um peso que não podia ser ignorado.
As palavras saíram entre os dentes cerrados, enquanto suas mãos se fechavam em punhos tão apertados que suas unhas ameaçavam rasgar a pele. - Obara é minha, e você não tem o direito de tirá-la de mim.
Oberyn se aproximou, os passos medidos, como se estivesse pisando em terreno perigoso. A expressão dele mudou, a mandíbula se apertando enquanto ele a encarava com um misto de raiva e frustração, um brilho que oscilava entre a exasperação e a tentativa de conter algo mais profundo.
- Eu não estou tentando tirar nada de você - ele disse, mas a gravidade em sua voz traía um esforço para manter a calma. - Ela também é minha filha, e quero o melhor para ela. Não estou fazendo isso por mim, mas por ela.
Rhaenys quase riu, um som amargo que ficou preso em sua garganta. Sentia o calor subir por seu corpo, seus olhos queimando com as lágrimas que se recusava a derramar. Tudo o que ela queria era proteger Obara, e o homem diante dela parecia não compreender isso.
Para ela, ele era cego para o perigo que Dorne representava, um lugar tão incerto quanto qualquer outro, e o medo crescia em seu peito, apertando cada vez mais.
- Dorne é seguro, você diz isso, mas como posso saber que não é apenas mais uma armadilha? - Ela deu um passo à frente, o olhar fixo nos olhos dele, desafiando-o a responder.
- Como posso saber que não estarei sendo vigiada a cada passo que der, que não estarei exposta a mais perigos do que aqui?
O escritório ao redor parecia se fechar sobre eles, as paredes de pedra tornando o ambiente mais sufocante. As tochas dançavam nas sombras, projetando figuras distorcidas nas paredes, como se refletissem a turbulência entre os dois.
Rhaenys sentiu o peso do lugar, a história que aquelas pedras carregavam, e a sensação de estar presa ali, lutando por cada fôlego, crescia.
- Você não está pensando direito, Rhaenys - Oberyn retrucou, a voz ainda mais tensa. - Dorne é a única opção segura. Lá, você terá proteção, e Obara estará cercada por pessoas que vão cuidar dela.
Rhaenys balançou a cabeça, a frustração crescendo como uma tempestade. Cada palavra dele soava como uma tentativa de controle, e ela não suportava a ideia de que alguém pudesse decidir seu destino.
