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O pequeno dragão grunhiu baixo, se acomodando no colo de Rhaenys, suas escamas cintilando nas sombras da caverna. A atmosfera estava carregada, o cheiro úmido da terra misturando-se com o ar quente que emanava das rochas.
Ela olhou para Nyrys, um leve suspiro de irritação escapando de seus lábios enquanto a inquietação crescia dentro dela.
- Ele disse que vai levar Obara para Dorne - murmurou Rhaenys, a voz carregada de frustração. - Disse que lá ela crescerá com uma "família que a ame".
Seu olhar se desviou para o soldado que estava a poucos passos, seu semblante endurecido pela tensão.
- O que ele pensa?! Que aqui ou em King's Landing ela não seria amada? - questionou, a indignação transparecendo em seus olhos lilás.
Edric, ainda em pé, cruzou os braços, seu rosto revelando uma mistura de compreensão e relutância.
- Sabe que, mesmo que você a ame, sua família pode não reagir da mesma forma... - A hesitação em sua voz não passava despercebida. Ele não gostava de apoiar a decisão do príncipe Martell, mas entre Aerys e Oberyn, era fácil saber quem era melhor.
A resposta de Rhaenys foi instantânea e cheia de fervor.
- Eu não vou para Dorne. Muito menos deixarei que ele leve a minha filha. - A determinação em sua voz soava como um eco nas paredes da caverna, e toda a serenidade que ela normalmente exibia começava a desaparecer, dando lugar a uma tempestade de emoções.
- Rhaenys, você sabe que ele acredita estar fazendo o melhor para a menina - Edric disse, tentando suavizar a situação, mas a princesa balançou a cabeça, a frustração se acumulando.
- O que ele sabe sobre cuidar de uma criança? O que ele sabe sobre Obara?! - As palavras saíram como um desafio, e o pequeno dragão em seu colo pareceu perceber a agitação, levantando a cabeça e olhando para ela com olhos curiosos. - Ele não pode fazer isso!
Edric hesitou, olhando para a jovem mãe, antes de responder.
- Oberyn tem suas próprias feridas, assim como você. Ele também foi privado da paternidade, e agora que tem a chance, quer proteger o que é dele.
- Ele pode querer proteger, mas não irá me separar da minha filha! - Rhaenys respondeu, a emoção cravando-se em sua voz. O dragão, como que entendendo a intensidade da conversa, soltou um pequeno grunhido, buscando o aconchego de sua mãe.
O silêncio se instalou entre eles por um momento, e Rhaenys olhou para Nyrys, sentindo o peso de suas responsabilidades e medos. A caverna, com suas sombras dançantes e ecos, parecia refletir a confusão dentro dela.
