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Rhaenys soltou o aparo ao terminar de escrever. Suas mãos tremiam ligeiramente enquanto selava a carta, o coração martelando em seu peito. Sua mente se encheu de um único pensamento: como Oberyn reagiria? Já haviam se passado pouco mais de dois meses desde que se viram pela última vez, e agora ela carregava um filho dele.
A princesa Targaryen sentia um medo sutil crescendo em seu peito, não era assim que ela planejava que tudo acontecesse. Com a ajuda de Willas, Rhaenys finalmente havia concordado em contar sobre a gravidez à sua família.
A ideia de manter o segredo a estava consumindo, e Willas, em sua serenidade característica, insistiu que enfrentar a verdade era o melhor caminho. Então, antes do banquete, ela enviou a carta para Dorne, esperando que Oberyn recebesse a notícia antes que o caos se instalasse em King's Landing.
Durante o banquete, a tensão no ar era palpável. Rhaenys lutava para manter a compostura, mas o peso da situação a esmagava. Quando finalmente chegou o momento de falar, suas palavras falharam. Ela sentiu a garganta apertar, e a coragem que havia reunido desapareceu.
- Rhaenys está... esperando um filho. - Willas disse, percebendo que a princesa não conseguia pronunciar as palavras.
O silêncio que se seguiu era denso, quebrado apenas pelo tilintar distante de taças e o murmúrio das conversas que continuavam ao redor. Aerys, o Rei Louco, parecia congelado no lugar, seus olhos queimando de raiva enquanto fixava o olhar na filha.
- Pensei que nunca haviam ficado sozinhos. Ser Edric não a acompanhava? - Rhaegar, com uma pitada de preocupação nos olhos lilás, voltou seu olhar para a irmã.
A discussão irrompeu ao fundo, as vozes se elevando enquanto a família debatia o destino de Rhaenys e da criança. Era estranho que Aerys permanecesse em silêncio, apesar de seu olhar afiado, como uma lâmina prestes a cortar.
Rhaenys, com o coração acelerado, se levantou de seu assento. A sala pareceu girar por um momento, mas ela se forçou a manter o foco.
- Oberyn Martell. - Ela declarou, com a voz firme apesar do turbilhão dentro de si.
A reação foi imediata. Aerys levantou-se abruptamente, derrubando sua taça no processo. O vinho escorreu pela mesa, misturando-se com o silêncio sufocante que agora dominava o salão.
- Um bastardo de Dorne! - A voz de Aerys soou como o rugido de uma tempestade. - Como ousa trazer essa desgraça para minha casa?
Rhaenys sentiu um frio na espinha ao encarar o pai, mas não recuou. Ela sabia que qualquer fraqueza agora poderia selar o destino dela e de seu filho.
