𝕱𝖎𝖗𝖊 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖆𝖓𝖉 - 𝕺𝖇𝖊𝖗𝖞𝖓 𝕸𝖆𝖗𝖙𝖊𝖑𝖑

Capítulo XVII

The Light of Life

Never Enough - Loren Allred

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A caverna estava envolta por um calor sufocante, mais intenso do que o normal. Não era apenas a fogueira montada por Edric que aquecia o ambiente; havia algo mais no ar, algo primordial, como se o próprio fogo estivesse respondendo à presença do ovo de dragão sobre o altar.

As paredes esculpidas com símbolos antigos de dragões brilhavam à luz das chamas, projetando sombras dançantes que pareciam ganhar vida.

Rhaenys sentia o suor frio escorrer por sua testa, misturando-se com a umidade do ambiente. Cada movimento seu era um esforço calculado para não demonstrar a dor que começava a se espalhar por seu corpo.

Seu estômago se contraía de forma intermitente, uma pressão crescente que ela reconhecia, mas tentava ignorar. Hoje, de todos os dias, ela não podia ceder. Não queria preocupar Edric, que se concentrava na fogueira, alheio ao que acontecia com a princesa atrás dele.

Ela respirou fundo, tentando se concentrar nos preparativos do ritual. O pequeno altar estava cercado por chamas, iluminando o ovo de dragão com um brilho quase místico.

As escrituras antigas que lera tantas vezes ecoavam em sua mente, repetindo-se como um mantra de esperança e fé em sua linhagem. O ovo era a chave para algo maior. Ela precisava completar o ritual. Precisava provar sua força, sua herança.

Porém, outro espasmo percorreu seu ventre, dessa vez mais forte. Rhaenys se curvou levemente, tentando disfarçar o desconforto crescente. Contrações. As palavras ecoaram em sua mente como um presságio que ela não podia mais ignorar.

- Edric... - Rhaenys o chamou, tentando manter a voz firme apesar do tom ofegante que escapava de seus lábios. - Você pode ir agora...

- Tem certeza que quer fazer isso sozinha? Eu poderia ajudar... - Ele hesitou, os olhos cheios de preocupação enquanto observava a expressão da princesa, notando o leve tremor em seu corpo.

- Eu preciso fazer sozinha... - Ela forçou um sorriso, a mão direita enfaixada pousando sobre o ventre tenso, como se pudesse afastar a dor crescente com aquele simples gesto.

Edric franziu o cenho, claramente relutante em deixá-la ali. - Se precisar de qualquer coisa, eu estarei do lado de fora. Um chamado, e eu volto.

Ele apertou seu ombro com cuidado, um gesto protetor que Rhaenys apreciava, mas que naquele momento pesava sobre ela. Quando ele se virou e caminhou para fora da caverna, o silêncio voltou a dominar o ambiente.

Assim que a silhueta de Edric desapareceu, ela soltou um suspiro pesado, inclinando-se contra a parede de pedra fria da caverna, buscando algum alívio na superfície dura.