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O céu em Dorne estava tingido de laranja e dourado, os últimos raios de sol se derramando sobre as colinas áridas e os picos distantes. A brisa suave carregava o aroma quente do deserto, misturando-se com o perfume das flores silvestres que cresciam em meio à vegetação espinhosa.
Dentro da fortaleza, a grandeza de Dorne resplandecia em cada detalhe - das tapeçarias vibrantes que adornavam as paredes aos pisos de pedra polida, tudo era um reflexo da rica cultura da região.
As atividades no castelo se dividiam, como era costume. Os homens se reuniam em uma sala, discutindo acordos e alianças, enquanto as mulheres se entretiam em outra, em conversas suaves e bordados intrincados.
Rhaenys estava com o grupo mais jovem, seu irmão mais velho, Rhaegar, ao seu lado. Ele parecia entediado, quase alheio às palavras de um jovem Dornês que se gabava de suas conquistas, seu tom cheio de confiança ressoando pelas paredes da sala.
As conversas se arrastavam em um ciclo tedioso, apesar de Rhaenys fazer um esforço para parecer interessada. De tempos em tempos, ela respondia com comentários educados, sempre no momento certo, mantendo as aparências que a corte exigia.
Oberyn, postado um pouco mais afastado na sala, observava com olhos atentos. As palavras ao seu redor eram apenas um murmúrio distante, enquanto sua atenção se fixava em Rhaenys. Elia, sua irmã, estava próxima a Rhaegar, ambos envoltos na formalidade silenciosa que antecedia seu casamento iminente.
Após alguns instantes de observação, Oberyn se moveu com a naturalidade de um predador. Ao passar por Rhaenys, seus dedos roçaram suavemente a cintura dela, um gesto sutil, mas carregado de intenção. Foi um chamado silencioso que apenas ela perceberá.
Ele saiu da sala sem pressa, esperando por ela do lado de fora. Quando Rhaenys finalmente apareceu, ele a puxou para um corredor discreto, os passos deles ecoando suavemente pelas pedras frias até chegarem ao quarto que ele ocupava.
- Você não sabe ser tão discreto... Minha dama de companhia me questionou. - Ela murmurou com um leve riso, sentando-se na beirada da cama. O riso era uma tentativa de manter a leveza da situação, mas havia um nervosismo sutil em seus movimentos, uma hesitação velada nas mãos que repousavam em seu colo.
Oberyn a observou por um momento, um sorriso de canto surgindo em seus lábios. Ele se aproximou lentamente, o som de seus passos abafado pelo grosso tapete que cobria o chão. A presença dele preenchia o quarto, a tensão entre eles crescendo a cada segundo.
- Talvez eu queira que todos saibam. - Ele respondeu em um tom baixo, quase um sussurro, enquanto se colocava à frente dela. Seus dedos roçaram a linha do queixo dela, traçando um caminho delicado até o ombro, onde ele deixou sua mão descansar, sentindo o calor da pele dela através do tecido fino.
Rhaenys levantou os olhos para encará-lo, e por um breve momento prendeu a respiração.
- Não queremos causar um escândalo. - Rhaenys murmurou, seus dedos apertando o tecido da saia com uma mistura de antecipação e nervosismo. O quarto parecia se fechar ao redor deles, o som do mundo exterior se tornando distante, quase inaudível.
Oberyn observava cada detalhe, atento às nuances dos sentimentos dela. A hesitação nos olhos lilás de Rhaenys, o jeito como o peito dela subia e descia em um ritmo sutilmente acelerado.
Ele se aproximou mais, seu corpo projetando uma sombra sobre ela, enquanto o calor da sua presença a envolvia. Com um movimento fluido, Oberyn colocou um dos joelhos entre as pernas dela, inclinando-se para frente.
O toque dele, embora leve, era inconfundível, um convite mudo que fez o ar entre eles vibrar com uma tensão palpável. A luz suave que entrava pelas janelas refletia nos cabelos prateados de Rhaenys, criando um contraste com a expressão sombria e concentrada de Oberyn.
Rhaenys sentiu o calor do corpo de Oberyn tão próximo ao seu, a proximidade roubando-lhe o ar por um breve instante. Seus olhos encontraram os dele, que a observavam com uma intensidade silenciosa, como se estivesse capturando cada detalhe dela, cada movimento, cada respiração. Ela sabia o que viria a seguir, e mesmo assim, a expectativa a fazia tremer levemente, uma mistura de medo e desejo dançando em seu peito.
O toque dele era ao mesmo tempo firme e delicado, como se estivesse explorando um segredo que ninguém mais conhecia. Os dedos de Oberyn subiram lentamente pelo braço dela, provocando arrepios, até que suas mãos se encontraram na curva da cintura dela, onde ele hesitou por um momento. Ela sabia que poderia e até mesmo deveria parar ali, mas não o fez. Ao invés disso, inclinou-se levemente para frente, aceitando o convite que ele oferecia.
Ele a puxou para mais perto, e o mundo pareceu desaparecer, deixando apenas os dois, perdidos em uma dança silenciosa de pele contra pele, de suspiros entrecortados. A cama sob eles era macia, mas parecia que estavam flutuando, como se os lençóis fossem nuvens, e o peso de suas responsabilidades e deveres não pudessetocá-los ali.
Oberyn era ao mesmo tempo gentil e exigente, como uma tempestade que chega devagar, mas com a certeza de que nada ficará intocado por onde passar. Os movimentos eram suaves, mas cheios de intenção, cada gesto revelando mais do que palavras jamais poderiam dizer.
E enquanto as sombras do quarto os envolviam, o som de suas respirações se misturavam, criando uma melodia única, composta apenas para aquele momento.
Não havia necessidade de palavras. O que aconteceu entre eles era mais profundo do que qualquer conversa poderia alcançar, um laço forjado no fogo da tentação e temperado pela dor das circunstâncias.
Quando finalmente se afastaram, ambos sabiam que o que havia ocorrido ali permaneceria gravado em suas memórias, um segredo compartilhado apenas por eles, guardado nos recantos mais profundos de seus corpos.
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- Rhaenys. - Rhaegar chamou a irmã novamente, sua voz suave cortando a brisa amena que preenchia os jardins da Fortaleza Vermelha. Ele a balançou levemente, percebendo que ela parecia completamente imersa em seus próprios pensamentos.
- Você mal pisca. No que está pensando? - O príncipe Targaryen se sentou ao lado da irmã mais nova, e o aroma das flores ao redor deles parecia intensificar o momento.
Rhaenys suspirou suavemente, os olhos vagando pelas pétalas coloridas que dançavam ao vento. - Apenas pensando nos dias que passamos em... - Sua mente correu para encontrar uma resposta.
- Em Dorne... Ver a família de Elia aqui... me fez recordar... - Ela respondeu de forma simples, na esperança de que Rhaegar não percebesse a pequena mentira que se escondia por trás de suas palavras.
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