CEO Fantasma

Capítulo 2 - Aproximações Silenciosas

O prédio da Powell & Gold Enterprises era um monumento à modernidade, com suas imponentes janelas de vidro refletindo o caos organizado de Nova York. O anonimato era uma das poucas coisas que Michael Beaumont apreciava naquela selva de concreto. Enquanto CEO, ele se escondia sob a fachada de um técnico de TI, um homem discreto que raramente chamava atenção. Era mais seguro assim. No entanto, depois daquele encontro inesperado com Sarah no corredor, ele sentiu que sua vida estava prestes a mudar.

O escritório de TI, onde Michael passava a maior parte dos seus dias, era um lugar de silêncio e tecnologia. Ali, ele se sentia protegido – um espaço onde podia se perder no mundo dos códigos e sistemas, longe dos olhares curiosos. Mas desde que conheceu Sarah, sua concentração estava comprometida. A jovem brasileira havia se tornado uma presença constante em seus pensamentos. A cada encontro acidental pelos corredores da empresa, ele se via mais e mais envolvido, apesar de suas tentativas de manter distância.

Naquela tarde, enquanto Michael tentava se focar em um novo projeto, ouviu passos leves se aproximando. Seu coração acelerou, e ele não precisou levantar os olhos para saber quem era. Sarah. Ela sempre parecia iluminar o ambiente com sua presença.

– Oi, Michael! – disse ela, com seu sorriso caloroso. – Parece que estamos sempre nos esbarrando, hein?

Ele levantou a cabeça devagar, tentando não parecer nervoso, mas as palavras mais uma vez se recusavam a sair com facilidade.

– É... é-é... – ele começou, sentindo a familiar frustração crescer.

Sarah, sempre gentil, apenas sorriu mais. Ela já percebia o esforço que ele fazia para falar, mas isso não a afastava. Pelo contrário, aumentava sua curiosidade sobre quem ele realmente era. Michael podia ser reservado e tímido, mas havia algo nele que a fazia querer saber mais.

– Você sempre está tão concentrado – comentou Sarah, sentando-se na beirada da mesa ao lado dele. – Deve estar trabalhando em algo muito importante.

Michael olhou para a tela do computador como se fosse uma espécie de escudo. Ele queria dizer algo, qualquer coisa, para não parecer um idiota, mas sua mente estava em branco. Finalmente, depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, ele conseguiu balbuciar:

– S-só projetos... nada d-de mais.

Sarah riu suavemente. Ela sabia que ele era muito mais do que um simples técnico de TI, embora não soubesse até que ponto.

– Eu queria ser boa com computadores – disse ela, inclinando-se um pouco mais perto. – Mas admito que sou um desastre. Talvez você possa me ensinar algo algum dia?

Michael congelou por um momento. A ideia de passar mais tempo com ela era ao mesmo tempo excitante e aterrorizante. Ele fez um pequeno aceno de cabeça, como se estivesse concordando, mas não conseguiu dizer mais nada.

Sarah percebeu que ele estava nervoso, mas decidiu não pressioná-lo. Havia algo quase vulnerável em Michael, e isso o tornava diferente dos homens com quem ela estava acostumada. Ele não era arrogante ou cheio de si. Pelo contrário, parecia sempre lutar contra algo dentro de si.

– Quem sabe a gente toma um café um dia desses? – sugeriu Sarah, levantando-se. – Acho que seria bom sair um pouco desse ambiente de trabalho.

Michael a olhou, surpreso com a oferta. Tomar café com ela? Era algo que ele jamais imaginaria acontecer. Sentiu uma onda de pânico, mas ao mesmo tempo, uma faísca de esperança. 

– T-t-t-tá bom – ele gaguejou, sentindo o rosto esquentar.

Sarah sorriu mais uma vez, satisfeita por ter conseguido pelo menos um "sim" dele.

– Ótimo! Eu te vejo por aí, então. – E com isso, ela se foi, deixando Michael com um turbilhão de emoções conflitantes.

Por mais que tentasse, ele não conseguia afastar Sarah de sua mente. A cada dia que passava, sentia-se mais atraído por ela. Mas, ao mesmo tempo, o medo de confiar novamente o paralisava. Ele já havia sido traído tantas vezes antes. O que o faria pensar que Sarah seria diferente?

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Atenciosamente,

Escritora Nova