Capítulo 4 - As Sombras do Passado

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Michael estava cada vez mais inquieto. Após o encontro no café com Sarah, ele percebeu que suas emoções estavam fugindo de seu controle. Sentia-se dividido entre o desejo de estar mais perto dela e o medo profundo de se abrir e ser traído novamente. As memórias dolorosas de seu passado continuavam a assombrá-lo, lembrando-o de todas as vezes que confiou em alguém apenas para ser enganado por ambição ou interesse.


Desde que assumiu o controle da Powell & Gold, ele havia se tornado alvo de curiosidade. As pessoas não sabiam quem ele era, e a decisão de operar nas sombras foi sua escolha para proteger-se da ganância e da manipulação que cercavam o mundo corporativo. Agora, ele trabalhava como um "fantasma", sem que ninguém soubesse sua verdadeira identidade, exceto alguns executivos de confiança. No entanto, Michael sabia que isso não poderia durar para sempre.


A crescente atração por Sarah estava tornando essa fachada mais difícil de manter. Ele se pegava frequentemente observando-a de longe, admirando sua leveza, a forma como ela tratava todos ao seu redor com gentileza, sem exigir nada em troca. Mas e se ela descobrisse a verdade? E se ela fosse como os outros, interessada apenas em quem ele era como CEO, e não como Michael, o homem por trás do título?


Ao mesmo tempo, os boatos na mídia sobre o "CEO desaparecido" estavam se tornando cada vez mais frequentes. Havia rumores de que jornalistas estavam tentando infiltrar-se na empresa para descobrir sua verdadeira identidade. Cada novo artigo sobre o mistério o deixava mais paranoico. Não era apenas sobre manter sua posição, mas proteger sua vulnerabilidade e sua própria alma.


Naquela noite, deitado em sua cama no apartamento solitário, Michael refletia sobre tudo isso. Sentia-se preso em um ciclo de dúvida e desejo. Ele queria confiar em Sarah, mas o medo o impedia. O som dos carros passando na rua abaixo apenas amplificava a sensação de isolamento. Nova York era uma cidade cheia de vida, mas também repleta de solidão.
No dia seguinte, Michael decidiu ir mais cedo ao trabalho. Chegou antes do amanhecer, quando o escritório estava vazio e o silêncio o ajudava a concentrar-se. Ele mergulhou em seu trabalho, tentando afastar os pensamentos sobre Sarah e os rumores na mídia. No entanto, tudo parecia girar em torno dela ultimamente.


À medida que o dia avançava, ele notou Sarah passar pelo escritório, mas tentou manter distância. Ela acenou para ele com um sorriso, e seu coração disparou, mas ele mal conseguiu retribuir o gesto. Tudo nela o desconcertava – o jeito despreocupado, a autenticidade.Na hora do almoço, Sarah o surpreendeu mais uma vez.


– Michael, você está muito ocupado? Pensei em tomar um café na cafeteria da esquina. Quer vir comigo? – perguntou ela, com um brilho nos olhos que o fez vacilar.


Ele hesitou por um momento, sentindo o pânico subir. Não queria decepcioná-la, mas a ideia de um encontro fora do escritório o deixava apavorado. Antes que pudesse pensar, suas palavras saíram tropeçando.


– Eu... eu... s-sim, q-q-quero... mas n-não posso a-ag-agora...


Sarah, percebendo o desconforto dele, apenas sorriu, mais compreensiva do que ele esperava.– Tudo bem, sem pressa. A gente pode deixar para outro dia. Quando você se sentir à vontade. – Ela deu um leve toque em seu braço antes de se afastar, deixando Michael atordoado com a simplicidade do gesto.


Ao vê-la partir, ele percebeu que, pela primeira vez em muito tempo, alguém o compreendia sem pressa, sem julgamento. Isso o assustava e o confortava ao mesmo tempo.

[...]

No fim de semana, enquanto tentava relaxar com um livro, Michael foi interrompido por uma ligação inesperada. Era sua mãe, Evelyn Beaumont. Ela sempre tinha o dom de aparecer nos momentos mais inoportunos, embora ele soubesse que suas intenções eram as melhores.


– Michael, querido, eu estava pensando em te fazer uma visita essa semana. Vamos jantar juntos?


Michael suspirou. Ele amava sua mãe, mas ela nunca aceitava "não" como resposta. Evelyn era uma mulher forte, decidida, que sempre conseguia o que queria. Sua insistência em ver Michael casado já era uma fonte constante de tensão entre eles.


– Claro, mãe – respondeu ele, sem muito entusiasmo. – Podemos combinar um dia.


– Ótimo! Na verdade, já estou com uma ideia em mente. Eu conheci uma jovem encantadora recentemente. Sabe, você realmente deveria conhecê-la. Ela tem algo especial...


Michael franziu a testa. Evelyn sempre estava tentando apresentar-lhe pretendentes, na esperança de finalmente vê-lo casado. Isso era a última coisa que ele queria ou precisava agora.


– Mãe, por favor, eu não estou procurando por ninguém. Estou bem sozinho.


– Ah, querido, não seja tão dramático. Você precisa de companhia, alguém que possa trazer luz para sua vida.


Mal sabia Michael que Evelyn já estava tramando algo. O encontro com Sarah semanas antes não havia sido esquecido, e Evelyn estava decidida a promovê-lo.


Naquela tarde , Sarah estava em sua mesa, concentrada em um relatório, quando recebeu uma mensagem em seu celular. Era de um número desconhecido, mas a assinatura no final a fez sorrir: Evelyn Beaumont.


"Querida, adoraria convidá-la para um jantar com minha família neste fim de semana. Seria um prazer ter sua companhia. Não se preocupe, será algo íntimo e tranquilo. Espero que possa vir! Abraços, Evelyn."


Sarah ficou surpresa com o convite. Apesar de ter gostado de Evelyn quando a conheceu, não esperava que a senhora a convidasse para algo tão pessoal. Após pensar por um momento, decidiu aceitar. Afinal, era uma boa oportunidade para conhecer mais pessoas e, quem sabe, fazer novas conexões em Nova York.Ela respondeu confirmando sua presença, sem saber que aquele jantar mudaria tudo.


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