A Volta de Uma Vilã

23 5 0
                                    

18 anos atrás

Elara corria pelo campo, desesperada para encontrar a saída daquele local horripilante que possuía seus piores pesadelos. O lugar era tão maligno que até as árvores pareciam querer matá-la. Porém, seus pés tropeçaram em uma pedra, fazendo-a cair diretamente em uma caverna escura e sombria. No meio daquela escuridão, uma luz dourada brilhava ao fundo, atraindo sua atenção e levando-a a caminhar adiante, como se algo a puxasse.
Ao avançar o suficiente, Elara foi tomada por uma surpresa repentina. Ali, no coração da caverna, estavam diversos itens feitos de ouro, com palavras gravadas em outro idioma. No entanto, Elara logo as reconheceu: Hades havia lhe ensinado grego antigo, e aquelas letras pertenciam claramente àquele idioma.
Um dos objetos chamou particularmente sua atenção: uma lâmpada dourada, que refletia seu próprio rosto. Elara sabia dos perigos que esse tipo de objeto trazia, já que Aladdin havia contara várias vezes a história do gênio que o ajudou e como lâmpadas mágicas podiam ser traiçoeiras para os gananciosos.
Mesmo ciente dos riscos, Elara se aproximou do objeto e, com cuidado, esfregou a lâmpada. No instante seguinte, uma luz azul brilhante saiu da lâmpada, fazendo Elara fechar os olhos por um momento. Quando os abriu novamente, viu uma mulher de cabelos grisalhos, pele azul coberta por tatuagens com símbolos gregos, e no local das pernas, saía uma fumaça cinza.
— Você tem direito a três desejos! — anunciou a criatura, cruzando os braços.
Elara, ainda incrédula, permaneceu em silêncio, surpresa demais para falar.
— Não tenho o dia todo, garota! — reclamou a criatura, impaciente.
Depois de respirar fundo, Elara finalmente conseguiu encontrar a coragem para fazer seu pedido:
— Eu desejo sair do Reino dos Pesadelos Malignos.
— Infelizmente, esse desejo não pode ser concedido. Hera me amaldiçoaria se eu fizesse isso — a criatura respondeu seriamente. — Afinal, se está aqui, é porque você fez algo que aquela deusa não aprovou. Provavelmente Zeus está envolvido.
— Sim... ele acabou me dando um cupcake enfeitiçado há alguns anos atrás — suspirou Elara.
A criatura a observou por alguns instantes, avaliando a situação. Depois de alguns segundos, estalou os dedos, fazendo um mapa aparecer em suas mãos.
— Eu vou te dar este mapa, que vai te fazer saber onde está Hera. Ele vai ajudá-la a encontrar uma maneira de escapar daqui. Mas, em troca, você terá que me libertar. Todos nós, que vivemos aprisionados nessas lâmpadas asquerosas, desejamos isso — a criatura disse, em tom sério.
Elara concordou com a cabeça e estendeu a mão para pegar o mapa.
— Espere — a criatura advertiu. — Você precisa saber que esse mapa tem um preço. Um dia, a criatura que o criou cobrará seu pagamento. Seu primogênito sofrerá a maldição dele em algum momento no futuro — a criatura se aproximou ainda mais. — Está disposta a aceitar isso?
Elara olhou para sua barriga, sabendo que carregava dentro de si a criança que seria amaldiçoada. No entanto, estava determinada a encontrar uma maneira de impedir que a maldição se realizasse no futuro.
— Eu aceito — respondeu Elara com convicção.
A criatura entregou o mapa em suas mãos, junto com uma maldição tão cruel que poderia destruir qualquer um que a enfrentasse.

Harry Hook

Caminhamos em direção ao Museu de Auradon enquanto Uma explicava o plano de Mal. Basicamente, ela ia achar localizar Elisa ou o mapa usando o cetro. Claro, porque é só apontar o cetro mágico e, pronto, problema resolvido. Super fácil, né? Pelo menos, era o que Uma dizia com confiança. E, honestamente, considerando o poder que esse cetro parecia ter, se é que metade das histórias sobre ele são verdade, era bem provável que funcionasse. Ou pelo menos eu esperava.
Subimos as escadas do museu, mas a cada passo meus pensamentos voltam para Elisa. Só queria que tudo isso fosse um pesadelo, mas a escuridão no céu me lembra que é bem real.
Assim que entramos, encontramos Mal com o cetro na mão, ao lado de Evie.
— Conseguiu encontrar Elisa? — Uma pergunta a Mal.
— Não. Quando tento localizá-la com o cetro, absolutamente nada acontece — responde Mal, mostrando o cetro que brilhava fracamente em sua mão.
— Perguntamos ao espelho da minha mãe também, mas ele não deu nenhuma resposta — diz Evie, suspirando.
Observo Mal cochichar algo com Uma, o que me faz erguer uma sobrancelha.
— Mal, o que está acontecendo? — pergunta Jay, cruzando os braços.
Olho para ele, lembrando do que vi no banheiro, mas tento esquecer isso para não atrapalhar o momento.
Mal respira fundo, parecendo pensativa.
— Acho que Elisa está no mesmo reino onde Elara ficou presa — diz Mal, colocando a mão ao pescoço. — Carlos, conta o que você descobriu nas suas pesquisas.
Carlos concorda antes de começar:
— Bom, investiguei o mapa. Aparentemente ele foi criado por sua mãe, Mal. Ela deve ter voltado novamente.
— Mas minha mãe ainda está em forma de lagarto...
— Você a levou para a Ilha dos Perdidos, então é bem provável que o feitiço tenha sido desfeito e ela tenha recuperado sua forma original — explica Carlos, interrompendo Mal.
Suspiro lentamente, percebendo que essa luta será difícil, mas não impossível. Talvez tenhamos uma chance, afinal, Mal já derrotou Malévola uma vez.
— Sério que você teve a brilhante ideia de levar sua mãe de volta para a ilha? — Uma pergunta, incrédula.
— Eu achei que a ilha só desfazia feitiços do mal, não qualquer feitiço — Mal diz, analisando o cetro por alguns segundos. — Tem algo errado. O cetro não está funcionando.
Essa informação pegou todos de surpresa. Nos entreolhamos, sem saber como reagir.
— Esse não é o cetro verdadeiro. Minha mãe foi mais rápida. Ela deve ter pegado o original e criado essa cópia para nos fazer perder tempo aqui, como idiotas — Mal afirma, quebrando o cetro no joelho. — Se fosse o verdadeiro, ele não teria quebrado assim.
Coloco a mão na cabeça, tentando encontrar uma solução para esse problema. A brasa seria nossa única esperança, mas Hades não deu notícias até agora, e pelo visto, nem dará.

Amor Entre as OndasOnde histórias criam vida. Descubra agora