Fragmentos de Tristeza

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Elisa Aduquer

Após um tempo, escutamos Mal subindo a escada, seu semblante carregado de uma mistura de frustração e determinação. Ela se aproxima, e nós a encaramos com expectativa.
— Como foi lá? — Pergunto, jogando a lata de spray para longe.
Mal suspira, parecendo perdida em pensamentos antes de responder.
— A Uma quer a varinha. Se não a entregarmos, o Ben vai sofrer nas mãos dela. — Mal diz, seu tom carregado de preocupação, enquanto começa a andar de um lado para o outro.
— Não podemos entregar a varinha para a Uma. Ela vai destruir Auradon. — Evie diz, visivelmente nervosa.
— Se a Uma não receber a varinha, o Ben já era. — Carlos diz, o peso da situação evidente em seu tom.
Um falatório se inicia, todos discutindo a gravidade da situação e como salvar Ben. A vida dele está em jogo.
— Calma, gente. A impressora 3D. — Mal interrompe em tom de esperança.
— Uma varinha falsa? Isso é moleza. — Carlos diz, um leve sorriso de alívio surgindo em seu rosto.
— Mas assim que a Uma testar, ela vai perceber que é falsa. Tenho certeza de que essa menina não é idiota. — Digo pensativa.
— Então precisamos libertar o Ben rapidamente e distrair a Uma. — Mal conclui, sua voz agora um pouco mais calma, mas ainda carregada de urgência.
— Bomba de fumaça. — Jay sugere.
Enquanto Mal e Evie falam sobre Dizzy, Carlos me puxa gentilmente, fazendo-me sentar ao seu lado.
— Você vem com a gente. — Jay diz, sua voz séria e decidida, indicando que não tem como eu discutir.
Os quatro começam a se preparar, e eu percebo que não estou incluída na conversa. Meus olhos encontram os de Jay, e ele balança a cabeça em negação, aparentemente convencido.
— Vou com vocês também. — Digo, me levantando, determinada a não ser deixada de lado.
— Não, você vai voltar para Auradon. — Jay responde, sua voz firme, sem espaço para argumentos.
— Vocês vão precisar de mim. Quanto mais gente, melhor. — Digo, cruzando os braços e encarando-os com firmeza. — Eu sei como lidar com lutas e estratégias. Não vou ficar de fora. Meu pai não iria gostar disso.
Os quatro se entreolham, analisando-me com um misto de preocupação e consideração. Finalmente, Mal dá um aceno de aprovação.
— Certo, você pode vir. Mas precisa seguir nossas instruções à risca. — Mal diz, sua voz carregada de responsabilidade.
Acompanhamos Jay e Carlos até a limusine. Rápidos e silenciosos, retornamos a Auradon para preparar a varinha falsa. Quando chegamos, encontramos Dude, o cachorro de Carlos, esperando por nós com um olhar curioso.
— Desculpe o atraso, Dude. O Ben foi capturado. — Carlos diz, pegando o cachorro no colo, enquanto hesitamos ao ver a porta do dormitório de Carlos aberta.
Entramos no quarto e encontramos Chad usando a impressora, e ele nos dá um sorriso sem graça.
— Só pode ser brincadeira. — Carlos murmura, soltando o Dude e indo em direção a Chad.
Chad nos mostra um boneco que estava tentando criar, mas ignoramos isso e nos concentramos na tarefa principal. Carlos ajusta a impressora para criar a varinha.
— Por que estão fazendo a varinha da Fada Madrinha? — Chad pergunta, observando com interesse.
Tentamos enrolá-lo com uma desculpa, mas não conseguimos enganá-lo completamente.
— O Ben foi capturado. — Dude fala, me surpreendendo.
Fico chocada com o fato de que o cachorro está falando. É uma lembrança do quão malucos os dias têm sido em Auradon.
— O quê? O Dude fala? — Chad pergunta, tão surpreso quanto eu.
— Eu estava enrolando. — Carlos responde ao cachorro.
— Ah, achei que tinha se esquecido. — Dude comenta, em tom descontraído.
Me coloco diante de Chad, minha expressão séria.
— Não conte a ninguém sobre isso. A vida do Ben depende disso. — Digo com firmeza.
— Sério? Então se eu contasse a alguém, aconteceria algo... — Chad não termina a frase, mas o significado é claro.
— Algo ruim aconteceria. — Carlos completa, encarando-o com uma intensidade que faz Chad se encolher um pouco.
— Ai, que horror. Mas se algo ruim acontecesse… quem poderia ser o próximo rei? — Chad pergunta, sua curiosidade evidente.
— Isso foi de muito mau gosto. — Digo, cruzando os braços e mantendo uma expressão de desagrado. — Vou falar com a Cinderela sobre o seu comportamento.
Chad finalmente vai embora, deixando-nos sozinhos para seguir com nosso plano. Com a varinha pronta, Carlos a retira da impressora, admirando o resultado.
— Nada mal. — Ele diz, com um leve sorriso de satisfação.
Saímos rapidamente do dormitório, apesar das reclamações de Dude, e encontramos Doug no caminho. Ele pergunta pela Evie, e inventamos uma mentira para despistá-lo. Doug se afasta, e Lonnie aparece logo em seguida.
— Eu vou com vocês. — Lonnie diz, sua voz cheia de determinação.
— O quê? Não precisamos de espadas na lanchonete. — Jay tenta inventar a pior desculpa que poderia ter.
— Vocês vão para a ilha resgatar o Ben. Ou me levam junto ou eu conto tudo para a Fada Madrinha. — Lonnie diz, em tom de ameaça.
Não temos outra escolha e acabamos cedendo. O sentimento de alívio de ter Lonnie conosco é incrível, e eu me sinto um pouco mais segura com a presença dela.
Finalmente, partimos em direção à ilha, conscientes de que o tempo está se esgotando e que precisamos ser rápidos e eficazes para salvar Ben e garantir que Auradon permaneça seguro.

Amor Entre as OndasOnde histórias criam vida. Descubra agora