Damon Torrance
Presente...Crane havia conseguido as informações. Aqueles filhos da mãe ainda estavam na cidade, só aguardando a hora de atacar. Eles estavam em um galpão, longe da cidade, e Crane os havia monitorado pela manhã. Eu disse que assumiria à tarde, cancelei a reunião com Will e Kai, e fui direto para o galpão, sem perder tempo.
Peguei a arma no porta-luvas e a coloquei na parte de trás da calça. Saí do carro e caminhei até a entrada, onde escutei a conversa dos desgraçados.
— William disse que é pra fazermos isso. Ele quer que todos paguem pelo que fizeram. — Um deles comentou.
— Você conhece Damon Torrance, certo? — O jeito que o segundo disse meu nome me fez rir. Medo era evidente na voz dele. — Esse cara vai colocar nossas cabeças em estacas.
— Limpa essa cueca, porque você acabou de se borrar. Damon Torrance não é ninguém. Vamos atrás de Wemilly. Scott disse que ela estaria sozinha à tarde.
Scott Dinescu? Aquele verme estava envolvido. Então, ele é quem andava espionando Wem e tirando aquelas fotos?
— Como ele sabe? — O primeiro perguntou, mais nervoso.
— Ele tem vigiado ela há algum tempo.
Ótimo
Agora eu tinha um alvo específico.
Nesse momento, um dos caras anunciou que ia ao banheiro. Meu sangue fervia, e cada músculo se preparava para agir. Dei a volta no galpão, me escondi na lateral, e esperei. Assim que ele saiu e virou de costas, avancei. Em um movimento rápido, meu braço envolveu o pescoço dele, e apertei, forçando o pescoço para o lado até ouvir o estalo. Estava morto.
Ele caiu como um saco de batatas no chão. Perfeito. Notei que tínhamos a mesma altura, e uma ideia surgiu. Se hoje eles queriam encontrar Wem, então eu também estaria lá.
Rápido, retirei a roupa preta e a máscara dele e vesti por cima da minha. Arrastei o corpo até a parte de trás do galpão e entrei em silêncio, pronto para acabar com todos que ousassem ameaçar Wemilly.
— Demorou, hein? — o outro cara falou assim que me viu, e eu apenas dei um leve aceno, sem me dar ao trabalho de responder. Ele fez um sinal com o dedo, me chamando para segui-lo até o carro.
Pelo que entendi, nosso próximo destino era a casa de Wemilly, e a noite já começava a cair, encobrindo a cidade com um manto escuro. Ele ligou o carro, partindo em silêncio. Meus olhos fixos na estrada, enquanto ele ocasionalmente me lançava olhares através do retrovisor. As luzes dos postes passavam pela janela em borrões, e a única coisa que martelava na minha cabeça era o quão estúpido Will foi em deixá-la sozinha nesse momento.
Finalmente, ele estacionou em frente à casa de Will. O silêncio pairava no ar como uma névoa, dando ao lugar uma aparência ainda mais sombria.
— Fique aqui dentro — ordenou, com uma voz carregada de certeza.
Nada me irrita mais do que receber ordens.
O observei enquanto ele tirava uma chave-mestra debaixo do banco e, sem cerimônia, a usava para arrombar a porta da frente. Suspirei, controlando a frustração. Por que estou deixando ele agir assim? Saí do carro, caminhando rápido até a casa, mas parei ao ouvir a voz de Wemilly. Ela sabia que aquele não era o irmão, e seus passos apressados ecoavam pela casa.
Dei a volta pelo jardim, percebendo que ela saíra pela porta dos fundos. A adrenalina disparou em minhas veias. Eu precisava alcançá-la.
Meus pés esmagavam galhos e folhas secas enquanto eu corria pela floresta, tentando cortar caminho para chegar à frente dela. Escutei seus passos, não muito distantes, e isso me fez correr ainda mais rápido.
Em um momento, parei para avaliar a direção e então continuei, meus músculos se impulsionando cada vez mais fundo pela mata. Até que, finalmente, ela veio em disparada e se chocou contra mim.
— Te achei — sussurrei, encarando seus olhos arregalados.
Ela tentou se afastar, mas segurei firme, não deixando-a escapar.
— Por favor... — ela sussurrou, com um tom de pânico e súplica.
Segurei seu braço e a puxei comigo, correndo juntos pela floresta. Notei seu olhar de confusão, mas não era hora para explicações. Os passos do desgraçado atrás de nós soavam cada vez mais distantes enquanto eu guiava Wemilly pelos caminhos escondidos entre as árvores.
A casinha das guitarras, o lugar especial que compartilhei com ela em seu aniversário, estava à vista. Estávamos perto do labirinto, o esconderijo perfeito para despistar aquele babaca de vez. Peguei uma sequência de curvas, virando esquinas e desviando entre folhagens densas, até que, finalmente, alcançamos a porta da casinha.
A empurrei para dentro e fechei a porta atrás de nós. Encostei minhas costas na madeira para reforçar a barreira, trazendo Wemilly para mais perto e cobrindo sua boca com a mão.
— Shhh... — murmurei perto de seu ouvido. — Não faça barulho.
Wemilly estava com a respiração acelerada, e eu temia que ela tivesse se machucado.
— Shhh — pedi, fazendo um gesto para que ela ficasse quieta.
Por sorte, conseguimos despistar o cara. Tudo no escuro tornava a fuga mais fácil.
Soltei Wemilly, mas ela imediatamente colocou as mãos no meu peito, sua expressão misturando alívio e confusão.
— Porra! — exclamou, quase se desequilibrando ao se aproximar da mesinha ao lado do sofá. Ela pegou um jarro de vidro, mas hesitou, olhando ao redor. — Espera.
Sim, baby. Sou eu. Não tenha medo. Não me afaste, por favor.
— Esse lugar, eu...
Puxei a máscara para baixo, revelando meu rosto, e, em um instante, ela correu para os meus braços.
— Oh, meu Deus! — Ela me apertou com força. — Você quase me matou de susto!
— Eu sei, pestinha, mas estou aqui. Está tudo bem. Não vou deixar que machuquem você.
Soltei o abraço e segurei seu rosto com as mãos, olhando nos seus olhos.
— Agora me escute. Precisamos voltar para casa, mas não para a sua.
— Como? Ele ainda está lá fora! — Ela estava quase sem ar, o medo evidente em seu olhar.
— A gente dá um jeito.
— Quem são eles? — perguntou, a preocupação se aprofundando.
— Erika Fane, Michael e o seu pai — sussurrei, a gravidade da situação fazendo minha voz pesar. — E outras pessoas.
— Outras? — Seus olhos se arregalaram, a realização da gravidade da situação começando a afundar.
— Você não tem ideia da merda em que nos metemos. Eles se uniram para nos matar.
— A gente? — Ela franziu a testa, confusa.
— Todos nós. Taylor Dinescu está entre eles. Eles nos odeiam.
— Quem é Taylor Dinescu?
— Um passado obscuro do seu irmão, enquanto você estava fora.
— Por que eles viriam atrás de mim?
— Porque você é o nosso ponto fraco, Wem. Nós matamos e morremos por você.
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MY LITTLE PEST || Damon Torrance.
FanficWemilly Grayson, uma talentosa guitarrista de uma banda de rock, retorna à sua cidade natal, Thunder Bay, como parte de uma turnê. Durante essa jornada, ela reencontra seu irmão e antigos amigos, mas é surpreendida ao esbarrar em Damon Torrance, uma...