Elara Sulfuric [ O Legado ]

12

No dia seguinte, o sol surgiu por trás das montanhas, filtrando sua luz suave pelos janelões da Academia de Virtudes Nobres. O calor da manhã parecia estar em sintonia com o fervor que pulsava no interior de Elara. Ela estava pronta para o desafio que se aproximava e se sentia mais confiante a cada momento.

Ao se preparar para o dia, vestiu um vestido de seda de tom escuro que acentuava sua figura esguia. O tecido deslizou por seu corpo como uma segunda pele, e Elara se admirou no espelho, notando como a cor profunda contrastava com a palidez de sua pele, realçando seus olhos penetrantes. Cada detalhe era pensado, desde a forma como seu cabelo estava preso em um coque elegante, até o modo como os brincos delicados balançavam suavemente com seus movimentos. Ela não estava apenas se vestindo; estava se preparando para um embate psicológico.

Durante o café da manhã, enquanto as mesas do refeitório da Academia se enchiam com murmúrios de risadas e conversas, Elara se posicionou estrategicamente em uma mesa ao centro, onde a vista para os outros alunos era mais ampla. Com um sorriso que misturava charme e astúcia, cumprimentou os que se aproximavam, mas seu olhar se fixou na entrada, à espera de sua presa.

Os alunos entravam em grupos, e logo Erion fez sua aparição. Ele caminhava com uma aura de confiança que capturava a atenção, e não demorou para que os sussurros se intensificassem ao seu redor. Elara observou, atenta a cada movimento. O herdeiro estava cercado por outros nobres, que se curvavam a sua presença, mas Elara sabia que um simples convite poderia mudar essa dinâmica.

Assim que Erion se aproximou de sua mesa, Elara se levantou e o saudou com um sorriso enigmático. “Bom dia, Príncipe Erion. Estou organizando um pequeno jantar esta noite em meus aposentos. Seria uma honra contar com sua presença.”

Erion ergueu uma sobrancelha, surpreso. “Um jantar? Isso parece interessante. E quem mais estará presente?”

“Alguns alunos de destaque,” respondeu Elara, seu tom despreocupado. “Uma oportunidade para discutir ideias e, quem sabe, até formar alianças. A Academia é um campo fértil para o crescimento, não é mesmo?”

Ele a observou por um instante, a expressão de curiosidade se misturando com a avaliação. “Certamente. Estou intrigado. Quem mais você convidou?”

“Os que mais se destacam em suas áreas. Aqueles que, como nós, buscam o poder e a influência. Creio que todos nós poderíamos nos beneficiar de uma conversa franca.”

Erion sorriu, seus olhos iluminados pelo interesse. “Muito bem, então. Aceito o convite. Estarei lá.”

Com isso, ele se afastou, mas não sem antes lançar um olhar perspicaz que parecia pesar suas intenções. Elara sentiu um frio na espinha, mas o sorriso em seu rosto nunca vacilou. A presença dele era uma faca de dois gumes, e ela sabia que precisava estar sempre um passo à frente.

Conforme o dia avançava, Elara se dedicou a observar as interações entre os alunos, anotando mentalmente cada expressão e cada palavra trocada. Ela buscava por fraquezas, por aliados potenciais, e até por inimigos disfarçados. A conversa sobre os encontros clandestinos que Benedith mencionou ainda ecoava em sua mente, e ela percebeu que a semente da desconfiança começava a brotar.

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A hora do jantar finalmente chegou. Elara havia se certificado de que cada detalhe estava em seu devido lugar. As mesas estavam decoradas com velas e flores, criando uma atmosfera aconchegante, mas ao mesmo tempo imponente. O aroma dos pratos que saíam da cozinha era tentador, mas o que realmente a interessava era a tensão que permeava o ar.

À medida que os convidados chegavam, Elara os recebia com um sorriso cálido, mas por dentro seu coração pulsava com a adrenalina da expectativa. Ela estava prestes a iniciar um jogo de poder, e cada um deles era uma peça em seu tabuleiro.