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Após o silêncio profundo que seguiu a saída das servas, Elara permaneceu em seus aposentos, imersa em seus pensamentos. As anotações sobre seus planos de comércio estavam dispostas em uma mesa de madeira escura, cada frase impregnada de suas ambições. "Dominar a capital... Expandir a influência... Construa alianças silenciosas." Com cada palavra escrita, a ansiedade e a determinação se entrelaçavam dentro dela. Sua mente era um labirinto de estratégias e objetivos, mas a imensidão de seu desejo por poder a empurrava adiante.

Enquanto seu lápis dançava sobre o papel, a porta se abriu lentamente, e Benedith entrou, segurando um envelope luxuoso que capturou imediatamente a atenção de Elara. "Minha lady," disse a serva, a voz carregada de uma emoção contida. "Recebi um convite."

Elara ergueu o olhar, intrigada. "Um convite?" A expectativa palpável enchia o ar enquanto Benedith se aproximava, entregando o envelope com um gesto solene.

Ao tocar o papel, Elara sentiu a qualidade excepcional sob seus dedos. Um selo com um emblema familiar lacrava o envelope, e com um movimento cuidadoso, ela o quebrou, revelando uma carta que parecia quase mágica em sua aparência. Ao ler as palavras cuidadosamente escritas, seu coração disparou.

"À Senhora Elara Sulfuric,
É com grande honra que a convido para um jantar no Palácio Imperial. Sua presença é aguardada com grande expectativa.
Atenciosamente,
Príncipe Erion."

O nome do príncipe soou em sua mente como um chamado, e uma onda de emoção a envolveu. O Palácio Imperial. Era um lugar onde poder e intriga se entrelaçavam, e o convite era uma oportunidade que Elara sabia que não poderia desperdiçar. Contudo, a urgência da ocasião não a deixava ceder ao entusiasmo. "Benedith," disse ela, a voz firme. "Envie uma resposta aceitando o convite."

Com um aceno de cabeça, Benedith se retirou, enquanto Elara se preparava para o que poderia ser uma noite decisiva. A imagem do príncipe a aguardando em sua mente acendia uma chama de ambição. Ela precisava ser cautelosa, cada movimento tinha que ser meticulosamente calculado.

Benedith retornou rapidamente, um brilho de entusiasmo em seus olhos. "Está feita, minha lady," informou, e Elara sorriu, reconhecendo o apoio inabalável de sua serva. "Agora, vamos nos preparar. Você deve estar deslumbrante."

Benedith começou a selecionar cuidadosamente os vestidos, os dedos ágeis retirando opções de tecidos finos e cores que destacariam a beleza de Elara. "Este," disse ela, segurando um vestido negro com detalhes em rubi. "É perfeito. A cor refletirá seus olhos e sua ambição."

Enquanto Elara se despia para o banho, Benedith preparou um cenário de luxo, infundindo a água com pétalas de flores que flutuavam suavemente, criando uma atmosfera de encanto. "Entre, minha lady," pediu, a voz suave e reconfortante.

O banho foi um momento de renascimento. A água morna envolvia Elara, suas preocupações se dissipando em meio ao aroma das flores. Ao sair, ela sentiu-se renovada e pronta para o que estava por vir.

Benedith a vestiu com o deslumbrante vestido negro, cada movimento cuidadoso e respeitoso. O contraste da cor com sua pele pálida a tornava quase etérea, enquanto os rubis adornavam seu corpo com um brilho ardente. "Você está absolutamente magnífica," elogiou Benedith, enquanto prendia o cabelo de Elara em um penteado solto que deixava ondas delicadas caírem sobre seus ombros.

Com o visual completo, Elara se olhou no espelho, admirando a imagem de poder e graça que via refletida. "Pronta," disse ela, a voz cheia de determinação.

Ao abrir a porta de seus aposentos, o corredor da Academia de Virtudes Nobres estava envolto em um ar de expectativa. Os nobres que passavam pararam para admirá-la, seus olhares fixos na beleza inigualável de Elara, que caminhava com a elegância de uma deusa.

Ao chegar à entrada da Academia, Erion estava ali, à espera, a carruagem imperial reluzindo ao fundo. Seu olhar a encontrou, e por um momento, o tempo pareceu parar. Ele a observava com um sorriso intrigante, e Elara sentiu a adrenalina percorrer suas veias.

"Você está radiante," Erion disse, estendendo a mão para ajudá-la a entrar na carruagem. Elara sorriu, seu coração pulsando com a promessa de uma noite cheia de oportunidades e perigos.

Com um passo decidido, ela aceitou a mão dele, sabendo que cada escolha que faria naquela noite poderia moldar seu destino.

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A carruagem deslizou suavemente pelas ruas iluminadas da capital, cada batida das rodas ecoando a expectativa que pairava no ar. Elara estava sentada oposta a Erion, envolta em um silêncio carregado de energia. O vestido negro, adornado com rubis que refletiam a luz da lua, parecia moldar seu corpo como uma segunda pele, cada curva e contorno exalando uma aura de poder. Seus olhos, como chamas vermelhas, estavam fixos no príncipe, que a observava com um misto de fascínio e desejo que era palpável.

A atmosfera na carruagem era eletrizante, como se o ar estivesse prestes a se incendiar. Erion, com seus cabelos escuros e um sorriso enigmático, parecia hipnotizado pela presença de Elara. Havia algo de primitivo e perigoso em seu olhar, uma obsessão que ele mal conseguia disfarçar. "Você é uma visão deslumbrante esta noite," disse ele, a voz grave reverberando entre eles, quase um sussurro carregado de intenções ocultas.

Elara sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo sedutor e calculado. "A beleza pode ser um poderoso aliado," ela respondeu, sua voz suave como seda, mas impregnada de uma determinação que não deixava margem para dúvida. "Mas a verdadeira força vem da astúcia." A cada palavra que saía de seus lábios, ela sentia a dinâmica entre eles se intensificar, como se cada momento os aproximasse mais de um abismo que prometia tanto prazer quanto destruição.

Erion se inclinou para frente, a obsessão em seu olhar crescendo. "Você sabe que poderia ter tudo o que quisesse, Elara," ele disse, a voz baixa e tentadora. "E eu... eu poderia garantir isso." Havia um toque de desespero em suas palavras, como se ele estivesse se oferecendo completamente a ela, disposto a se tornar o que ela desejasse, desde que estivesse ao seu lado.

Mas Elara apenas riu, um som etéreo que reverberou como uma nota dissonante. "Tudo o que quero, Erion, é conquistar meu lugar neste mundo." As palavras saíram de seus lábios como uma promessa, mas também como uma advertência. "Você é apenas um meio para um fim." Havia um desafio em seu olhar, um convite oculto nas sombras de sua expressão. Ela sabia que a linha entre desejo e obsessão era tênue, e estava decidida a usar isso a seu favor.

O príncipe a encarou, a intensidade de seu olhar queimando com a ambição e a paixão que não conseguia conter. "Eu não sou apenas um meio, Elara. Eu sou um príncipe." A afirmação soou como uma declaração de guerra, um lembrete de que sua posição na corte tinha um peso significativo.

"E eu sou uma duquesa em ascensão," Elara retrucou, sua voz firme como aço. "Neste jogo de poder, ambos estamos jogando para vencer." Ela sentia a tensão entre eles crescer, um fio elétrico que os ligava, mas em sua mente, o objetivo final permanecia claro: Erion era um degrau, e ela o usaria até o limite de suas capacidades.

Enquanto a carruagem se aproximava do palácio imperial, o brilho das luzes refletia em seus rostos. Erion, ofuscado pela presença magnética de Elara, não percebia que ela já havia decidido seu destino. "Prepare-se para uma noite inesquecível," ela sussurrou, seus olhos se fixando nos dele, imbuídos de uma promessa que era tanto sedutora quanto ameaçadora.

E assim, quando a carruagem parou em frente ao majestoso palácio, Elara respirou fundo, pronta para entrar em um mundo onde a intriga, o desejo e o poder se entrelaçavam. "Vamos fazer história, Erion," ela disse, antes de sair, a voz carregada de intenções ocultas. Enquanto o príncipe a seguia, seu olhar cheio de anseio, Elara sentia a emoção pulsar em suas veias, sabendo que estava prestes a fazer mais um movimento em seu jogo perigoso e sedutor.

Elara Sulfuric [  O Legado ]Onde histórias criam vida. Descubra agora