Elara Sulfuric [ O Legado ]

18

Enquanto Elara caminhava de volta em direção ao castelo, a brisa fria da noite acariciava seu rosto, mas ela não sentia nem o frio nem o peso da atmosfera ao seu redor. Seu foco estava em seus próprios pensamentos, calculando cada movimento, cada reação que Erion demonstrara. A semente estava plantada. Ele estava mais obcecado do que ela poderia prever, e aquilo só a favorecia.

Atrás dela, Erion permaneceu imóvel por alguns instantes, os olhos fixos nas costas de Elara enquanto sua figura elegante se afastava. O desejo o consumia como fogo em sua pele, misturado com a frustração de perceber que ele nunca teria o controle total sobre ela. Aquela mulher era como uma força da natureza: incontrolável, poderosa e, acima de tudo, irresistível. Seu punho fechou-se ao redor de nada, como se ele pudesse agarrar o controle que lhe escapava pelas mãos.

"Eu a terei, Elara," ele murmurou para si mesmo, a promessa sussurrada na escuridão. "Não importa quanto tempo leve."

Mas para Elara, Erion era apenas um peão em seu jogo intrincado. Ela não estava à venda, muito menos disponível para ser possuída. Quando chegou ao castelo imperial, sentiu os olhares dos guardas e dos nobres vagando por sua figura — todos fascinados por sua presença magnética e sua beleza intimidante. Ela atravessava os corredores como se o castelo pertencesse a ela, como se soubesse que um dia, talvez, tudo aquilo estivesse aos seus pés.

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Ao retornar aos seus aposentos na academia, Benedith estava lá, esperando silenciosamente, como sempre fazia. Ao ver sua Lady entrando, Benedith imediatamente se levantou e começou a desfazer o penteado e os acessórios de Elara. O silêncio entre as duas era familiar, quase confortável.

"Benedith," Elara começou, seus olhos observando o reflexo de sua serva no espelho à frente, "o que sabe sobre o príncipe Erion?"

Benedith hesitou por um momento, seus dedos trabalhando com cuidado nos cabelos de Elara. "Ele é um homem poderoso, Lady Elara. Ambicioso, mas perigoso. Há rumores de que ele comanda algo nas sombras, uma força que nem a própria corte ousa investigar."

Elara assentiu levemente, seu sorriso frio retornando. "Interessante... Parece que ele tem segredos. Segredos que talvez possam me servir."

Benedith continuou em silêncio, já conhecendo bem a mente afiada de sua Lady. Elara nunca fazia nada sem um motivo, e se estava interessada nos segredos de Erion, era porque ela planejava usá-los de maneira calculada.

"Ele está obcecado," Elara murmurou para si mesma, a voz quase inaudível. "Mas isso o torna fraco. E fracos são fáceis de manipular."

Depois que Benedith terminou de desfazer o penteado e remover os adornos, Elara levantou-se graciosamente, seus pensamentos já se voltando para o próximo passo em seu plano. Ela sabia que, com Erion a seus pés, poderia acessar os círculos mais íntimos do poder imperial. Ele seria seu caminho para dentro do palácio e, eventualmente, para controlar as decisões mais importantes do império.

Mas havia algo mais naquela noite. A maneira como Erion a olhou, a intensidade de seu toque e sua promessa velada de possuí-la. Aquilo não era apenas uma paixão passageira. Era algo mais profundo, mais sombrio. Uma obsessão que poderia ser perigosa — para ele.

Elara sabia que teria que caminhar na linha tênue entre manter sua autonomia e usar Erion como uma ferramenta. Ele não poderia suspeitar de seus verdadeiros motivos, mas precisaria acreditar que ela era inalcançável o suficiente para continuar desejando-a. Seu desejo insaciável o tornaria um joguete nas mãos dela.

"Benedith," Elara falou novamente, sua voz suave e controlada, "envia uma mensagem ao alfaiate. Quero algo novo para meu próximo encontro com o príncipe. Algo... que o deixe ainda mais cativo."