Elara Sulfuric [ O Legado ]

17

Os portões do palácio imperial se abriram, revelando o esplendor opulento do grande salão, iluminado por candelabros dourados e lustres majestosos que lançavam sombras dançantes sobre as paredes de mármore. Elara desceu da carruagem com uma graça quase sobrenatural, sua postura firme e o vestido preto adornado de rubis projetando uma aura intimidadora que dominava a atmosfera ao redor. O som de seus saltos ressoava em cada canto do salão, como se o próprio palácio estivesse reverberando com sua presença.

Erion seguiu logo atrás, seus olhos não deixando Elara nem por um segundo. Havia uma fome em seu olhar, uma mistura de desejo e veneração. Ele sabia que estava diante de algo que nunca poderia controlar completamente, mas o mistério e a força que emanavam dela o atraíam ainda mais. "Todos aqui estarão à sua mercê esta noite," ele murmurou, enquanto caminhavam lado a lado pelo vasto corredor que os levaria ao jantar. "Mas não se esqueça, Elara, este é o meu mundo."

Elara virou o rosto lentamente, seus olhos vermelhos brilhando com uma intensidade que o fez prender a respiração. "Seu mundo?" ela repetiu, a voz baixa, mas afiada como uma lâmina. "O poder de um mundo não pertence ao que o governa, mas àquele que sabe manipulá-lo."

Ela estava jogando seu próprio jogo - um jogo onde Erion era apenas mais uma peça no tabuleiro. Cada palavra que saía de sua boca, cada movimento calculado, tudo era parte de seu plano maior. Erion poderia ser um príncipe, mas para ela, ele era uma chave para as portas que ainda precisava abrir.

"E você acredita que pode manipulá-lo melhor do que eu?" A voz dele era carregada de uma emoção contida, quase uma ameaça, mas havia algo mais profundo ali - algo sombrio e irresistível. Ele a desejava com uma intensidade que beirava a obsessão. Não era apenas sua beleza que o atraía; era o mistério, o poder inabalável que ela exalava, como se Elara fosse mais que uma simples mulher. "Eu poderia te dar o que quiser, mas nunca serei sua marionete, Elara."

Ela sorriu de lado, um sorriso que não tocava os olhos. "Não preciso de marionetes, Erion. Preciso de aliados... temporários." A última palavra foi dita quase como um sussurro, mas com um peso que fez o príncipe se endireitar. "Você pode pensar que tem o controle, mas neste momento, quem está definindo o ritmo deste jogo sou eu."

Enquanto as portas douradas do salão de jantar se abriam, Erion segurou o braço de Elara por um instante, puxando-a levemente para perto. O calor entre eles era palpável, e ele inclinou a cabeça até seus lábios estarem perigosamente próximos de seu ouvido. "Cuidado, Elara," sussurrou, a voz profunda e rouca. "Uma vez que você entra no meu mundo, pode nunca mais sair."

Elara ergueu o rosto, seus olhos encarando os dele, impenetráveis como uma parede de gelo. "Você subestima minha capacidade de sair de qualquer situação... mesmo da mais mortal delas." Com um movimento gracioso, ela soltou seu braço de seu aperto e entrou no salão, deixando Erion parado por um breve momento, admirando-a, fascinado e inquieto.

O jantar estava repleto dos nobres mais influentes do império. Mas assim que Elara entrou, era como se todo o ambiente mudasse. Olhares eram lançados na direção dela, mas não de admiração simples, e sim de reverência e temor. As mulheres sussurravam entre si, e os homens a observavam com olhos fascinados, mas cautelosos. Ninguém sabia exatamente quem ela era, mas sentiam sua presença como uma tempestade prestes a engolir tudo ao redor.

Erion tomou seu lugar ao lado dela na mesa principal, mas não conseguia se concentrar em mais ninguém. O desejo por Elara pulsava em suas veias como uma febre, e o desconforto de não poder controlá-la aumentava sua obsessão. Ele estava ciente de que, por mais que fosse príncipe, por mais que tivesse o poder do império em suas mãos, aquela mulher à sua frente o desafiava de uma maneira que ninguém mais ousaria.