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Elara sentia a energia pulsar em suas veias à medida que se preparava para o dia que se anunciava. Cada detalhe de sua aparência era uma extensão de sua vontade — o vestido escuro, que abraçava suas curvas com uma elegância austera, e as joias que refletiam um brilho sutil, mas inegavelmente poderoso. Ao sair de seus aposentos, a atmosfera carregava um pressentimento de que mudanças estavam prestes a ocorrer.

Benedith a acompanhou até a sala de aula, onde os murmúrios dos alunos ecoavam pelos corredores de mármore. A Academia de Virtudes Nobres, com seus arcos altivos e janelas emolduradas por vitrais coloridos, parecia vibrar com a expectativa do dia. Elara respirou fundo, absorvendo a atmosfera repleta de ambição e rivalidade que permeava o ar.

Assim que cruzaram a porta da sala, todos os olhares se voltaram para ela. Elara percebeu a mistura de respeito e ciúmes nos rostos de seus colegas. O ambiente se tornava seu palco, e ela estava pronta para desempenhar o papel principal. Caminhou com passos firmes, cada movimento desenhado para exalar confiança. A presença de Erion logo se fez notar entre os alunos, seu olhar fixo nela, provocando uma onda de emoções que Elara cuidadosamente reprimia.

“Lady Elara,” ele a cumprimentou com um sorriso enigmático, a voz suave, mas carregada de uma intensidade que a fazia hesitar por um breve instante. “Você parece radiante hoje.”

“Obrigado, Príncipe Erion,” respondeu Elara, mantendo a compostura. “Agradeço pelas palavras gentis, mas espero que sua apreciação não se desvie da expectativa de aprendizado que temos aqui.” Seu tom era firme, estabelecendo a linha que ela se esforçava para manter entre eles.

O professor entrou na sala, interrompendo a troca silenciosa entre os dois, e Elara se preparou para se lançar no conteúdo da aula. O tema do dia era a dinâmica do poder no reino, um tópico que despertava uma energia particular em Elara. Enquanto o professor expunha conceitos e teorias, ela ouvia atentamente, aproveitando cada fragmento de conhecimento que poderia usar em seus planos.

Quando a aula se tornou mais interativa, os alunos foram divididos em grupos para discutir sobre alianças estratégicas. Elara viu a oportunidade e se posicionou como líder. Ela levantou-se e começou a argumentar com eloquência sobre a importância de construir redes de influência, seu olhar intenso envolvendo todos na sala.

“Um verdadeiro nobre,” disse Elara, “não apenas estabelece relações, mas as molda conforme sua necessidade. O poder é uma planta que precisa de raízes profundas para sobreviver. Devemos aprender a cultivar essas raízes, para que possamos não apenas existir, mas prosperar em nossa ambição.”

Seus colegas a escutavam com atenção, e até mesmo Erion parecia intrigado com a perspicácia dela. A aula se tornou um campo de batalha de ideias, e Elara estava determinada a ser a vencedora. A adrenalina pulsava em seu corpo, e cada argumento, cada olhada de respeito que recebia, alimentava sua ambição crescente.

Ao final da aula, o professor elogiou o desempenho da turma, mas os olhares se concentraram em Elara, a verdadeira protagonista daquele dia. O brilho em seus olhos denunciava que ela não estava ali apenas para aprender; ela estava ali para conquistar.

Depois da aula, enquanto os alunos se dispersavam, Elara se aproximou de Erion. “Estamos todos em um jogo, Príncipe,” ela disse, a voz suave, mas firme. “Alguns de nós têm cartas melhores para jogar. Espero que você esteja preparado para isso.”

Ele sorriu, mas havia um brilho provocador em seus olhos. “E se eu dissesse que estou mais interessado em saber quais cartas você tem na manga, Lady Elara?”

Elara sentiu o calor da tensão crescente entre eles, mas não cedeu. “Ah, meu querido príncipe, isso você terá que descobrir por si mesmo. Mas cuidado — os jogos que escolhemos podem ter consequências imprevistas.”

Elara Sulfuric [  O Legado ]Onde histórias criam vida. Descubra agora