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O sol da tarde se projetava pelas grandes janelas da Academia de Virtudes Nobres, iluminando o salão onde os alunos se preparavam para mais uma aula. Elara estava ali, cercada pela nobreza, mas de algum modo distante, como se seu espírito pairasse sobre os outros. Ela movia-se com a graça e firmeza de uma verdadeira Sulfuric, e seu olhar carregava a intensidade que sempre intimidava. Cada palavra de seus professores, cada discussão acirrada sobre política e estratégias, apenas serviam para reforçar sua superioridade. Ela não estava ali apenas para aprender — estava ali para dominar.

A aula daquele dia, focada em estratégias políticas e manobras de diplomacia entre reinos, parecia o palco ideal para que Elara demonstrasse sua sabedoria que ultrapassava as expectativas. Sentada ao centro da sala, com os olhos fixos no professor, ela permitia-se breves interrupções, tecendo comentários incisivos que deixavam todos ao redor sem palavras. O professor, ciente da presença esmagadora da aluna, tentava equilibrar o diálogo, mas Elara sempre encontrava uma maneira de elevar o debate, provocando murmúrios entre os outros nobres.

“Quando se trata de diplomacia, o verdadeiro poder não está nas palavras trocadas, mas no que permanece em silêncio,” ela disse em um tom controlado, deixando o ambiente carregar-se de tensão. “É o que não é dito que governa os jogos de poder.”

A aula prosseguiu, mas a atenção de todos se voltava sempre para Elara. A habilidade dela de manipular discussões e a forma precisa com que desafiava as convenções eram inigualáveis. Ao final, o professor, visivelmente satisfeito com o desempenho de sua aluna, encerrou a aula com uma nota de reconhecimento. No entanto, para Elara, aquilo era apenas mais um degrau em sua escalada. Não havia mérito em superar os outros, quando ela já os via tão abaixo de si.

Assim que a aula terminou, Benedith aproximou-se com seu passo sempre discreto. “Minha lady, uma correspondência acaba de chegar para você,” ela disse, estendendo uma carta cuidadosamente lacrada com o selo imperial.

Elara arqueou uma sobrancelha, seus olhos fixos no emblema que decorava o lacre — o símbolo dos imperadores. Sem pressa, ela quebrou o lacre e retirou a carta de dentro do envelope, sua postura impecável enquanto lia as palavras inscritas com uma caligrafia meticulosa.

“𝐿𝑎𝑑𝑦 𝐸𝑙𝑎𝑟𝑎 𝑆𝑢𝑙𝑓𝑢𝑟𝑖𝑐,

𝑂𝑠 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠, 𝑒𝑚 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑢 𝑛𝑜𝑡𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝐴𝑐𝑎𝑑𝑒𝑚𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑖𝑟𝑡𝑢𝑑𝑒𝑠 𝑁𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠, 𝑡𝑒𝑚 𝑎 ℎ𝑜𝑛𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑖𝑑𝑎-𝑙𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝐺𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒 𝐵𝑎𝑖𝑙𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑠𝑐𝑎𝑟𝑎𝑠, 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑃𝑎𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜 𝐼𝑚𝑝𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙.

𝑆𝑢𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑐𝑎 𝑒 𝑎𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑢𝑠𝑖𝑎𝑠𝑚𝑜, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠, 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 ℎ𝑜𝑢𝑣𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑎𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠𝑠𝑒 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑣𝑜𝑐𝑒.

𝐴𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑠𝑖𝑜𝑠𝑜𝑠 𝑠𝑢𝑎 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎.

𝐴𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒,

Elara Sulfuric [  O Legado ]Onde histórias criam vida. Descubra agora