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ɪsᴀʙᴇʟʟᴀ ᴀʟᴍᴇɪᴅᴀ

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ɪsᴀʙᴇʟʟᴀ ᴀʟᴍᴇɪᴅᴀ

Quando eu era criança, nunca tive um grande planejamento de vida, nunca me imaginei crescendo e fazendo algo que eu gostasse, até porque, se meus pais não gostassem daquela coisa, eu não faria.

Aos 10 anos, eu comecei a entender tudo de fato, ver como as coisas eram e perceber que tudo era sobre eles e por eles, nada nunca foi sobre mim ou meu bem estar, então, aos meus 10 anos eu percebi que aquele não era o jeito dos meus pais de serem e demonstrar o carinho deles e amor por mim, eu percebi que tudo era só aparência e na verdade, esse carinho e amor deles por mim, nunca existiu.

Aos 10 anos, minha mente virou turbulenta, perceber que não havia ninguém no mundo que realmente me amasse, era confuso para mim, na verdade, seria contudo para qualquer criança da minha idade.

Quando você é uma criança sem amor e que não tem ninguém nesse mundo, você não tem muitas opções de ser feliz, então logo eu comecei a pensar sobre como a morte seria a melhor opção.

Nunca me imaginei crescendo, na verdade, pensei que não passaria dos meus 12 anos e olha só para mim, mês que vem faço 20 anos.

O fato é que, eu nunca de fato tive coragem de me suicidar, já pensei em vários meios, mas tinha medo de sentir dor, tinha medo de que não funcionasse. E se tudo melhorasse? E se minha vida começasse a ser melhor? Eu acabaria com ela antes disso?.

Desses meses para cá, eu percebo que foi bom eu nunca ter tirado a minha própria vida.

Se eu tivesse me suicidado, eu nunca teria vivido tudo que estou vivendo, eu nunca teria tido a minha própria casa, eu nunca teria tido o meu emprego que tenho hoje, nunca teria conhecido meus melhores amigos e nunca teria ficado com o Apollo.

Mesmo que eu não tenha morrido em todos esses anos, eu achei alternativas para aliviar a minha dor. Aos 11 anos foi a primeira vez que eu fiz, eu estava estudando no meu quarto após uma briga com meus pais, eu lembro que nem estava me concentrando direito, já que as lágrimas que caiam do meu rosto eram mais fortes que eu, certa hora, quando eu fui apontar o meu lápis, parece que eu paralisei por minutos, olhando para a lâmina do apontador.

Depois disso, tudo foi ladeira a baixo, eu desmontei o apontador e a lâmina logo foi de encontro ao meu braço, os primeiros cortes foram rasos, apenas para doer pelos poucos minutos, mas quanto mais o tempo passava, mais a minha dor aumentava e para esquece-lá, os cortes do meu braço também aumentaram e quando eu percebi, eles já estavam mais fundos do que o esperado.

Aos 16 eu resolvi parar, comecei a ocupar a minha mente e até mesmo frequentar a psicóloga, ficava limpa por muito tempo, mas bastava uma briga com meus pais e tudo voltava, sempre uma cena envolvendo meus braços cortados, eu chorando no chão e muito sangue envolvido.

Aos poucos, eu consegui me livrar desse vício com cortes e me auto-machucar, tem dois anos que eu não me auto-mutilo, e no meu aniversário, farão três anos.

- Bella, tá com fome? - Apollo questiona me olhando.

- Não tô de boa - neguei me aconchegando no peitoral dele.

- Tá bom, vou pedir comida para mim e para você - diz se levantando do sofá.

Eu e Apollo estávamos na casa dele, já fazem algumas semanas desde que tive a conversa com a Gabriela. Fazem algumas semanas que eu estou ficando com o Apollo e puta merda, ele é o homem mais incrível que eu já conheci.

Eu estou apaixonada por ele, e eu não tenho problema de admitir isso para mim mesma, mas para ele, eu não consigo admitir.

Fazem semanas que estamos ficando, se eu falar que estou apaixonada por ele, ele concerteza me acharia uma maluca e eu perderia ele, isso é tudo que eu menos quero, não quero voltar a ser sozinha.

Apollo terminou de pedir a comida que ele disse que iria pedir e voltou a se deitar comigo no sofá, me deitei em cima dele de novo e ele me deu um selinho.

- Você gosta de deitar em cima de mim, né? - ele pergunta me encarando enquanto ri.

- Eu amo - falei rindo e dando mais um selinho nele.

Apollo me abraçou e nós ficamos assistindo TV até o lanche que ele pediu chegar.

[...]

Estávamos na casa da Kakau, os meninos estavam assando carne e eu e as meninas estávamos na sala conversando e fazendo fofoca como sempre.

- Quantos anos você tem, Isa? - Nathi me perguntou.

- Quase 20 - respondi e elas me olharam confusas.

- Como assim quase 20? - Kakau pergunta.

- Porque eu ainda tenho 19, mas faço 20 mês que vem - tentei explicar.

- Que dia você faz aniversário? - Nathi questiona.

- Dia 25 de Outubro - respondo me ajeitando no sofá.

- Nossa, vamo fazer um festão - Kakau disse e eu ri.

- Não precisa, eu só quero ficar perto de vocês - falei.

- Aí que bonitinha - Nathi disse vindo até mim e dando um abraço.

- Mas é sério, eu amo vocês - falei rindo e abraçando a garota de volta.

- A gente também ama você - Kakau falou me abraçando também.

- MULHERADA, A COMIDA TÁ PRONTA - Barreto gritou.

- SE FOSSE PRA GRITAR EU CHAMAVA, CARALHO - Jotapê fala dando um tapa na cabeça dele.

Eu e as meninas levantamos e fomos para a área da piscina aonde os meninos tinham colocado à mesa. Os meninos colocaram as comidas em cima da mesa, hoje eles quem fizeram tudo, então a chance de alguém ter uma caganeira mais tarde é bem grande.

Me sentei ao lado do Apollo e comecei a servir meu prato, arroz, carne e farofa, servi um copo de Coca-Cola e comecei a comer.

- Aprovado, Madames? - Jotapê pergunta depois de eu e as meninas termos dado a primeira garfada na comida.

- Analisando bem, o arroz faltou sal e também tá um pouco queimado, mas de resto tá tudo bom - Kakau disse dando mais uma garfada.

- Culpa desse japonês, não sabe fazer nem um arroz - Jotapê fala.

- Culpa minha nada, o Barreto que ficou na minha volta e não me deixou em paz - Apollo se defendeu.

- Coitada da mulher dele quando casar - Nathi diz.

- Coitada da Isabella - Brennuz falou fazendo todo mundo soltar uma risada e eu ficar envergonhada como eu sempre ficava quando tinha esse tipo de piada.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐀𝐍 | 𝐴𝑝𝑜𝑙𝑙𝑜 𝑚𝑐Onde histórias criam vida. Descubra agora