55. Jamie. 🐈‍⬛

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Eu estava perto do lago negro, escrevendo coisas aleatórias que vinham na minha cabeça enquanto olhava a paisagem. Gosto muito destas manhãs mais lentas. Onde posso apenas observar coisas que ninguém dá a atenção devida, o canto dos pássaros, por exemplo. Os cardumes de peixes nadando no lago, e esse tipo de coisas. Hoje é sábado, o que significa que tenho que dar aulas para James. Isso sinceramente não me incomoda mais; James passou a ser uma das partes mais legais dos meus finais de semana.

Falando em James, ele anda meio afastado do meu irmão, mas não falou sobre isso.  Então não perguntei. Aliás, ele agora mudou sua rota de exercícios. Depois que descobriu que eu venho ao lago todos os sábados de manhã, ele começou a fazer sua corrida matinal passando por aqui. Ele dá umas quatro ou cinco voltas. E na última, sempre para antes de voltar para o castelo para falar comigo.

-Regulus Black, o próprio! Novo artilheiro da Sonserina, mini gênio, professor de james potter, irmão do meu melhor amigo, herdeiro Black! Caramba, você tem títulos para dar e vender, hein, Reggie? -Ele sentou do meu lado na beira do lago.
Seu cabelo estava colado na testa, por causa do suor, assim como a camisa estava colada no corpo. Os óculos na ponta do nariz, e ele tinha uma pequena toalha branca pendurada no pescoço.

-Se você considera "irmão do meu melhor amigo" ou "Professor de james Potter" como títulos, então sim. -Eu dei de ombros. Ele sorriu.

-É, talvez sejam títulos meio inúteis..... -Disse ele.

-Não os chamaria de inúteis.... só de.... específicos demais. Mais do que deveriam. -Disse, guardando meu caderno.

-Você é tão obcecado pela escola que você estuda até no lago negro, as oito da manhã de um sábado? Sério? -Ele disse.

-Não tô estudando, idiota!

-Então o que é isso?

-Eu só gosto de anotar minhas ideias que tenham potencial. Assim, futuramente, elas podem se tornar minhas poesias. -Eu disse. Ele assentiu.

-Uhhh! Um poeta! Posso ler algo?

-Não! Aqui tem coisas muito idiotas. Você não vai ler isso, James! -Eu disse, me referindo ao fato de, maioria dos poemas aqui, têm o nome dele no meio.

-Agora você despertou a minha curiosidade. -Ele disse, antes de tentar pegar o meu caderno e falhar, já que eu desviei.

-Nem pense nisso, Potter!

-Então me diz algo! Sei lá! Quem é o seu poeta favorito? Oque te inspira? Ou se você não quiser falar, talvez eu possa ler algo! Fico calado se quiser, não falo nada! Aposto que você escreve coisas muito bonitas, eu quero....... -Ele foi interrompido por mim.

-Alfred Tennyson. Meu poeta favorito. E minha inspiração para começar a escrever. -Eu disse, ao cortar sua insistência.

-Ah! Nunca ouvi falar nele.

-E por que ouviria? Ele era trouxa.

-Então como é que VOCÊ conheceu ele?

-Eu leio muito, James. Me encontrei com o trabalho dele por acaso, lendo um livro qualquer. -Dei de ombros.

-Assim é melhor. -Ele sorriu.

-Assim como?

-James. Você me chamou de Potter. Não gosto disso. James é melhor. Fica bem com a sua voz.

E eu, novamente, corei e sorri levemente.

-E você fica bonito corado e sorrindo também. -Ele disse, sorrindo ao ver meu rosto corado. Eu virei o rosto. -Mas a gente não precisa falar sobre isso. Sobre o que quer falar?

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