23. Dia II 🐈‍⬛

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É hoje. O dia no qual eu não posso sair do lado de Sirius nem por um segundo. Minha mãe queria dar seu "Jeito" nele.

Eu sei que, eu estando lá ou não, não vai fazer muita diferença, mas pelo menos eu vou poder ajudar meu irmão no argumento. Quanto mais eu fizesse ele parecer menos culpado, menos crucios ele levará. E tem que ser eu, já que Minha mãe nunca acreditaria em uma só palavra que saísse da boca de Sirius. E especialmente se fosse para defender à si próprio.

Eram por volta das 5:40 quando saí do meu quarto sorrateiramente para o quarto do meu irmão. Bati na porta e, quando ele abriu, estava parecendo uma estátua; com a postura mais ereta que a minha, e se ele fosse um vampiro ele não seria tão pálido.

Ele relaxou quando seus olhos pousaram em mim. -Ah! Entra. -Ele disse. Eu entrei no quarto, que não parecia mais o quarto de Sirius; estava tudo bem organizado, não se via nenhum vestígio das bandeiras da grifinoria que costumavam ficar nas paredes e Sirius estava vestido EXATAMENTE como nossa mãe o vestiria se ele tivesse oito anos.

-Pensei que ela não ficaria tão brava comigo se eu e o meu quarto estivéssemos mais a cara dela, não acha? -Perguntou ele, ao fechar a porta. -Não. Na verdade, não. -Eu disse, e ele ficou meio preocupado. -Não acha que ficou a cara dela ou não acha que ela não vai ficar tão brava? -Perguntou ele, ao se sentar na cama.

-Não acho que a roupa que você esteja usando ou o jeito que você arrumou o seu quarto vão interferir no humor dela. -Eu disse, me sentando na cadeira da escrivaninha dele. Ele acentiu. -Sei que não. Ela vem esperando para fazer isso desde que descobriu sobre Moony. -Ele disse, uma expressão triste no rosto.

-Reggie, se eu escrever uma carta para os meus amigos, você os entrega? -Perguntou ele. Estranhamente, meu coração doeu. Eu senti vontade de chorar. -Não é pra tanto. Ela se importa demais com os status dela para te matar. Ela vai te machucar, isso é fato. Mas você não vai morrer. -Eu disse.

Percebi que eu sou a PIOR pessoa para consolar alguém. -E se eu não aguentar a dor? E mesmo assim, mesmo que eu sobreviva, não vou conseguir olhar nos olhos de Moony de novo depois de, literalmente, escolher uma pretendente. -Ele disse. Não posso julgá-lo. Se eu amasse alguém tanto quanto ele ama Remus, eu também não teria coragem.

-Calma aí! Eu vou te ajudar. Vou falar com nossa mãe. Você saber que ela me ouve, pelo menos minimamente. -Eu disse, ainda triste por ele. -Sério? Você faria isso? -Ele perguntou, a voz um pouco rouca e em um tom mais alto que o anterior. -A vida aqui é difícil com você, imagina sem. -Eu dei de ombros. -Eu amo você, Maninho! Muito mesmo! -Disse Sirius, saltando da própria cama e vindo me abraçar.

-Me abraça de novo e eu mudo de ideia. -Eu disse. Ele está plenamente ciente de que eu ODEIO abraços. - Ah, É! Sem abraços, esqueci. -Ele disse, se afastando de mim. -Pois trate de lembrar. -Eu disse, desamassando minha roupa. -Eu vou descer e falar com nossos pais, você tira essa roupa de criançinha e desce para o café. -Eu disse. -Tá bom. Obrigado, Reggie. -Ele disse, quando eu me aproximei da porta. Ele estava sorrindo, eu realmente conseguia ver a esperança que ele tinha em mim. Espero não desaponta-lo. Eu sorri de leve e saí do quarto.

Desci as escadas e dei de cara com meu pai. -Pai! Bom dia. -Eu disse, forçando um sorriso. -Regulus, olá. Cadê o seu irmão? -Perguntou meu pai. -Acabei de chamá-lo, ele deve descer em minutos. -Eu disse. -Muito bem. -Disse meu pai, se sentando na mesa de jantar. Percebi a presença de minha mãe, que já estava na mesa de jantar sozinha. -Mãe, olá. Bom dia. -Eu disse. -Olá. -Ela disse, séria como sempre.

-Preciso falar com vocês. Sobre meu irmão. É sério. -Eu disse, meio hesitante. A real era que eu estava tão assustado quanto Sirius. -Pois bem? -Disse minha mãe. -O que ele fez dessa vez? -Perguntou meu pai. -Não, nada. É que, eu estava pensando, ele tem sido um bom filho ultimamente, não? -Comecei. -Primeiro, não. Segundo, vá direto ao ponto, Regulus. -Disse minha mãe. -Não está tentando proteger aquele delinquente, está? -Perguntou meu pai.

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