My Family Line

29. Filho único. 🐈‍⬛

Acordei já sabendo que tudo tinha mudado; eu voltarei para hogwarts hoje, eu vou ver meus amigos de novo, não estou com a marca (embora isso seja questão de tempo.) E mesmo assim, nada é igual.

Um dos meus maiores problemas é que, quando estou triste ou com raiva, eu me isolo de todos; sei que Barty e Panda vão ficar preocupados, mas eu não vou falar sobre isso, pelo menos não nos primeiros dias.

Não quero levantar, mas preciso; ontem aconteceu tanto coisa que acabei nem tendo tempo ou paciência para fazer as minhas malas. Olhei para o relógio e eram 5:56, eu volto para hogwarts às 8:30, então tenho que fazer minhas malas. Meu ânimo agora é exatamente dois por cento. Poderia ser zero, mas ficar deprimido em Hogwarts é melhor que ficar deprimido em casa.

Me levantei, tomei um banho e, depois de colocar o meu uniforme, fui fazer a mala. Coloquei minhas roupas não tão ridículas; Moletons, calças mais na moda, tipo jeans e a maioria preta, e coloquei também alguns livros da prateleira que eu quero levar para hogwarts. Em outra mala, coloquei meu all star preto que uso em praticamente todos os lugares, exceto em casa e outros dois sapatos um pouco mais sociais, porém não muito.

Terminei de fazer as malas e me deitei na cama de novo para esperar Monstro vir me chamar para ir para a escola. Foi quando lembrei a carta idiota de Sirius, cadê ela? Onde Andy havia deixado ela?

Fui para o quarto de Sirius, fiquei parado na porta tomando coragem para entrar, e tentando não chorar, ao lembrar de ontem. Quando finalmente entrei, estava igual ontem, a cama bagunçada, várias coisas no chão, o copo  que Andy me deu para que eu tomasse o calmante estava no mesmo lugar, na mesa de cabeceira ao lado do calmamente que tomei. Foi lá que eu dormi. Jullie deve ter me colocado na minha cama depois de eu dormir.

Me ajoelhei perto da cama e procurei a carta na cama, não estava. Então procurei embaixo da cama, também nada. Percebi que o envelope da carta estava na escrivaninha dele. Procurei nas gavetas e achei ela embaixo da mesa de escrivaninha. Eu sabia que não conseguiria ler sem chorar e, chegar na escola com os olhos inchados não era uma boa ideia, então peguei a carta e guardei no bolso da minha calça, quando eu estiver mais estabilizado mentalidade eu leio.

Olhei o quarto de meu irmão mais um vez a fim de achar algo para me lembrar dele futuramente. Vi uma gravata da grifinoria no chão perto do guarda roupa dele, eu a peguei e a cheirei; tinha o cheiro de meu irmão. Meus olhos se encheram de lágrimas de novo e eu, mais uma vez, me segurei para não chorar. Sequei meus olhos com a manga da minha blusa e saí do quarto de Sirius. 

Voltei para o meu quarto, guardei a gravata de Sirius e a carta no fundo da mala e levei minhas malas lá para baixo. Me sentei no sofá e peguei um livro para ler. Eu estava tentando me concentrar na leitura, quando reconheci a voz de minha mãe;-Regulus.
-Mãe. -Eu tirei o livro do rosto para olhar para ela. -Trabalho á menos para você, então. -Ela disse, e eu até protestaria, mas acabaria chorando e chorar na frente de minha mãe é a mesma coisa de se assumir insignificante, vazio e fraco. Oque para Walburga Black, é uma grande desonra, por isso, depois dos oito, não pude mais chorar perto dela, ou então ela me colocaria em um castigo "mais leve" que seria ficar sem comer o dia todo. Por isso, eu só acenti e voltei a ler.

-Vá para o carro, está na hora de ir.  Monstro precisa acompanhá-lo ou não? -Ela perguntou. -Não, eu tô bem.
-Ótimo. Até mais. -Ela disse, e eu peguei minhas malas e fui para o carro. -Bom dia, Senhor Black. -Disse o motorista, ao me ver entrar. -Bom dia. -Eu disse, sem olhar para ele. -Já está pronto para ir?
-Sim. -Respondi, calmamente. Ele acentiu, ligou o carro e nós fomos o caminho todo em silêncio, eu só pensava em o que eu faria se quando Sirius voltar ele falar comigo em público. E se eu chorar? E se eu surtar e gritar na frente de todos?! Realmente vou ter de evitar ele.