15

87 9 4
                                    

Padre Christopher

Quanto mais me aprofundava nos lábios de Dulce Maria, mais percebia que pedaços de mim voltavam à vida. Os cacos outrora quebrados se uniam pouco a pouco, dando- me uma sensação absurda de inteireza. Ela gemia na minha boca e me puxava para si com uma ânsia inexplicável, como se fosse possível que nossos corpos se unissem numa só carne. As dúvidas que tive quanto a levá-la para aquele lugar desabavam, perdiam o sentido conforme os gemidos se misturavam aos beijos infindáveis.

Eu disse que daria tudo de mim e era assim que me sentia em seus braços: completamente entregue. Corpo, alma e coração unidos com o objetivo de lhe oferecer saciedade, mas não só isso, de entregar para ela o que eu sequer sabia que possuía. Embora não me sentisse correto fazendo aquilo, porque de fato não estava, esqueci as objeções que nos circulavam e deixei a racionalidade em último plano.

Por um instante, eu me permiti apenas sentir as emoções, o coração batendo forte, aquela pele macia ardendo sob meus dedos, seu cheiro me inebriando e a nossa entrega total acontecendo sem ressalvas. Encontrei o zíper lateral do vestido e a desembalei daquele tecido que havia me feito perceber, naquela noite, que me manter distante seria a maior perda de tempo, porque não conseguiria.

Sentei-me no sofá e a ergui, deixando-a de pé na minha frente. Encarei-a de baixo, analisando com afinco a sua beleza tão natural e única. Apenas de calcinha e sutiã, Dulce me olhou de volta e percebi que o rosto ficou um pouco avermelhado de constrangimento. Apalpei seus quadris, venerando-a, encantado com a energia vibrante que partia dela e me atingia sem pudor.

— Você é linda demais — murmurei, encostando os lábios em seu ventre, logo acima da calcinha, depois me afastando para voltar a encarar seus olhos. Ela sorriu com suavidade, mas ainda parecia envergonhada.

Não falei mais nada, tratei de arrancar aquela calcinha com certa brutalidade, embora tentasse me controlar para a noite durar o máximo possível. Eu não tinha pressa de sair dali, mas confesso que nutria uma vontade tão absurda de me enterrar dentro dela que quase não encontrava paciência para fazer tudo devagar.

Envolvi os braços ao redor de seu tronco e desfiz o fecho do sutiã, removendo-o de uma vez, então aquela mulher espetacular ficou completamente nua diante de mim. Eu ainda achava esquisito me sentir daquela forma depois de tantos anos evitando contatos íntimos e pensamentos libidinosos.

Minha sexualidade recém despertada não deixava de me surpreender, e sem que eu pudesse controlar, muitas perguntas tomaram a minha mente, todas relacionadas ao futuro. Contudo, tratei de abafá-las, ciente de que não adiantaria nada me empertigar.

— Perfeita — murmurei, puxando-a pelas nádegas e enterrando o rosto em algum ponto abaixo de seu umbigo. Aspirei aquele cheiro de mulher ruidosamente, em seguida me afastei só para ver de novo aquele semblante corado. — Como não cair em tentação? — Afastei as bandas daquela bunda recheada, apertando-as com força entre meus dedos.

— Como não te desejar, Dulce Maria? Não tive a menor chance.

Eu a puxei para que se sentasse sobre meu corpo. Ela abriu as pernas ao meu redor e veio devagar, repousando a umidade no meu centro, sem desviar os olhos brilhantes de mim. Percebi que ficou sem palavras diante das minhas. Eu me aconcheguei no encosto macio do sofá e a trouxe pelo queixo, para que depositasse seu peso em mim de uma vez. Alisei suas costas com a outra mão, apertei aquela cintura desenhada e concluí com um tapa naquele rabo meio empinado.

— Ah... — Ela ofegou, mesclando susto com um tesão evidente no semblante.

Levei uma mão até sua intimidade escaldante, encontrando uma boceta muito molhada, e lamentei o fato de eu ainda estar vestido. Circulei os dedos enquanto a encarava, observando atentamente quando Dulce fechou os olhos e gemeu baixinho, tomada pelas sensações daquele toque íntimo.

A sombra do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora