— Claro, e o papai Noel existe. - Tom disse com sarcasmo.— Desculpa, mas eu não tenho interesse nenhum em repetir minha versão dos fatos. Tudo o que sei, já contei a polícia. - Jared retrucou.
— Porque ao invés de calarem a boca, não deixem ela terminar. - Ashton disse.
— Obrigada. Eu sei que os três foram acusados do incêndio. Então quero ouvir a versão de vocês, até porque sei que também perderam pessoas naquele incêndio. Não querem limpar seus nomes e fazer justiça? Quem vocês perderam?
— Eu perdi minha esposa e filho. Viver sem eles é morrer todos os dias. - Tom desabafou.
— E eu perdi meus quatro filhos. A mãe deles fugiu com outro e eu fiquei com eles. - Ashton disse tristemente.
— Eu perdi minha mãe. Ela preparava junto com outra a merenda das crianças. - Jared disse emocionado.
— Onde estavam no dia do incêndio?
— Bem, eu estava na oficina. Meu carro quebrou. Posso te passar o recibo e a filmagem, como fiz quando a polícia me interrogou. - Tom respondeu sem hesitar.
— Eu estava no trabalho. Também posso comprovar com meus colegas. - Ashton revelou.
— Em casa. Mas não tenho álibi. E sei que isso é suspeito. Mas tenho uma condição física que me impede de trabalhar. Tenho laudo médico que comprova. - Jared disse.
— Ok. O que vocês estavam fazendo antes do incêndio? Algum de vocês teve alguma interação ou desavença com alguém?
— Estava na oficina consertando meu carro. Não lembro se tive desavença com alguém. - Tom contou sério.
Os outros também responderam sem maiores questionamentos.
— Algum de vocês notou algo suspeito no dia do incêndio? Algo que pudesse indicar problemas?
Os três homens discordaram dizendo que não.
— Como as perdas impactaram suas vidas e suas relações com os outros moradores?
— A perda foi devastadora; as pessoas inicialmente se solidarizaram, mas agora olham para mim com desconfiança. - Tom disse lamentável.
— A dor pela perda dos meus filhos é insuportável e agora sou visto como um potencial criminoso pela comunidade. - Ashton disse frustrado.
— Sempre fui recluso por causa da minha condição, mas agora estou completamente isolado e as pessoas falam mal de mim pelas costas. - Jared rebateu.
— O que vocês esperam alcançar ao compartilhar suas histórias comigo?
— Quero que as pessoas entendam a dor que estamos vivendo e vejam além das acusações infundadas. - Tom revelou.
— É importante que a verdade venha à tona para honrar a memória dos nossos entes queridos. - Ashton disse.
— E eu só quero limpar meu nome e voltar a ter paz em minha vida novamente. - Jared contou.
Hadassa escutou atentamente cada palavra deles.
Ela perguntou detalhadamente sobre suas respectivas rotinas no dia do incêndio e quaisquer outras informações que pudessem ter sobre o que poderia ter acontecido naquele dia.
— Vocês acreditam que o incêndio foi intencional ou um acidente?
— Na minha opinião, aquele incêndio foi intencional. Não vejo outra explicação para a intensidade do fogo e a rapidez com que se espalhou. - Tom determinou.
— Também acho que pode ter sido intencional. Há muitas coisas que não batem como simplesmente um acidente. - Ashton conta.
— Concordo com eles. Alguém deve ter planejado e acendido o incêndio intencionalmente. Não consigo imaginar outra explicação. - Jared ponderou.
— Há alguém que vocês possam imaginar que tenha motivos para iniciar o incêndio? Alguém que estivesse com raiva da escola, dos professores ou dos alunos?
— Na época, não conseguia pensar em ninguém que pudesse ter feito aquilo. Todos pareciam amar a escola e se importavam umas com as outras. - Tom disse como se tivesse lembrando da escola.
— Sim, a escola era como uma grande família. Não consigo pensar em ninguém que quisesse fazer mal a ela. - Ashton contava com olhos marejados.
— Além disso, não consigo entender por que alguém faria algo tão horrível com crianças inocentes. Ainda não tenho respostas para isso. - Jared disse decepcionado com a polícia por não fazer nada ainda.
— Vocês sabem se alguém estava envolvido em atividades suspeitas ou teve algum comportamento estranho antes ou depois do incêndio?
Tom contou:
— Não lembro de nada suspeito ou estranho acontecendo nas semanas anteriores ao incêndio. Tudo parecia normal.
— Também não me recordo de nada fora do comum. - Ashton também disse.
— Concordo com eles. Nada me chamou a atenção naquela época. - Jared disse.
— Vocês acreditam que o incendiário poderia estar ligado aos crimes recentes, onde o responsável deixa desenhos de crianças nos locais dos crimes?
— É uma possibilidade. O incendiário poderia estar tentando chamar a atenção para os crimes passados, buscando justiça por eles. - Tom sugeriu.
Ela queria entender melhor as circunstâncias dos homens durante o incêndio. Ela também questionou-os sobre suas conexões com a escola e se alguém tinha motivos para colocar a culpa neles.
— Vocês sabem se alguém tinha algum motivo para prejudicá-los?
— Não consigo pensar em nada que justifique tal atrocidade. Principalmente a mim. - Tom foi direto.
— Eu também não consigo pensar em nenhum motivo para acusarem especificamente nós três. Talvez tenhamos sido escolhidos como bodes expiatórios? - Ashton recuou.
— Concordo. Quem quer que tenha colocado a culpa em nós, queria apenas encobrir seus próprios atos. - Jaredi disse pensativa.
Ao final da conversa, ela agradeceu aos homens por sua franqueza e prometeu fazer o possível para limpar seus nomes, caso suas histórias fossem confirmadas como verdadeiras.
— Obrigada por sua honestidade. Vou examinar todos os ângulos do caso e tentar achar provas concretas de sua inocência ou culpa.
Tom, Ashton e Jared: Obrigado por nos dar a chance de contar nossa história. Esperamos que você encontre a verdade e nos ajude a recuperar nossa reputação.
Alejandra saiu do bar com uma sensação de determinação. Ela estava convencida de que, com a ajuda de Jake, conseguiria descobrir quem foi o responsável pelo incêndio e parar o justiceiro antes que mais pessoas fossem assassinadas.
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MOONWOOD- The last drawing
FanfictionAnos após os eventos em Duskwood, Alejandra tenta reconstruir sua vida. No entanto, um pedido de ajuda a leva a descobrir que sua cidade atual é cercada por mistérios e mortes cercadas por desenhos macabros de crianças. Impulsionada por seu instinto...