Capítulo 9

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Claro, e o papai Noel existe. - Tom disse com sarcasmo.

Desculpa, mas eu não tenho interesse nenhum em repetir minha versão dos fatos. Tudo o que sei, já contei a polícia. - Jared retrucou.

Porque ao invés de calarem a boca, não deixem ela terminar. - Ashton disse.

Obrigada. Eu sei que os três foram acusados do incêndio. Então quero ouvir a versão de vocês, até porque sei que também perderam pessoas naquele incêndio. Não querem limpar seus nomes e fazer justiça? Quem vocês perderam?

—  Eu perdi minha esposa e filho. Viver sem eles é morrer todos os dias. - Tom desabafou.

—  E eu perdi meus quatro filhos. A mãe deles fugiu com outro e eu fiquei com eles. - Ashton disse tristemente.

Eu perdi minha mãe. Ela preparava junto com outra a merenda das crianças. - Jared disse emocionado.

Onde estavam no dia do incêndio?

Bem, eu estava na oficina. Meu carro quebrou. Posso te passar o recibo e a filmagem, como fiz quando a polícia me interrogou. - Tom respondeu sem hesitar.

—  Eu estava no trabalho. Também posso comprovar com meus colegas. - Ashton revelou.

Em casa. Mas não tenho álibi. E sei que isso é suspeito. Mas tenho uma condição física que me impede de trabalhar. Tenho laudo médico que comprova. - Jared disse.

Ok. O que vocês estavam fazendo antes do incêndio? Algum de vocês teve alguma interação ou desavença com alguém?

Estava na oficina consertando meu carro. Não lembro se tive desavença com alguém. - Tom contou sério.

Os outros também responderam sem maiores questionamentos.

Algum de vocês notou algo suspeito no dia do incêndio? Algo que pudesse indicar problemas?

Os três homens discordaram dizendo que não.

Como as perdas impactaram suas vidas e suas relações com os outros moradores?

A perda foi devastadora; as pessoas inicialmente se solidarizaram, mas agora olham para mim com desconfiança. - Tom disse lamentável.

—  A dor pela perda dos meus filhos é insuportável e agora sou visto como um potencial criminoso pela comunidade. - Ashton disse frustrado.

—  Sempre fui recluso por causa da minha condição, mas agora estou completamente isolado e as pessoas falam mal de mim pelas costas. - Jared rebateu.

O que vocês esperam alcançar ao compartilhar suas histórias comigo?

—  Quero que as pessoas entendam a dor que estamos vivendo e vejam além das acusações infundadas. - Tom revelou.

É importante que a verdade venha à tona para honrar a memória dos nossos entes queridos. - Ashton disse.

E eu só quero limpar meu nome e voltar a ter paz em minha vida novamente. - Jared contou.

Hadassa escutou atentamente cada palavra deles.

Ela perguntou detalhadamente sobre suas respectivas rotinas no dia do incêndio e quaisquer outras informações que pudessem ter sobre o que poderia ter acontecido naquele dia.

Vocês acreditam que o incêndio foi intencional ou um acidente?

Na minha opinião, aquele incêndio foi intencional. Não vejo outra explicação para a intensidade do fogo e a rapidez com que se espalhou. - Tom determinou.

—  Também acho que pode ter sido intencional. Há muitas coisas que não batem como simplesmente um acidente. - Ashton conta.

Concordo com eles. Alguém deve ter planejado e acendido o incêndio intencionalmente. Não consigo imaginar outra explicação. - Jared ponderou.

—  Há alguém que vocês possam imaginar que tenha motivos para iniciar o incêndio? Alguém que estivesse com raiva da escola, dos professores ou dos alunos?

Na época, não conseguia pensar em ninguém que pudesse ter feito aquilo. Todos pareciam amar a escola e se importavam umas com as outras. - Tom disse como se tivesse lembrando da escola.

Sim, a escola era como uma grande família. Não consigo pensar em ninguém que quisesse fazer mal a ela. - Ashton contava com olhos marejados.

Além disso, não consigo entender por que alguém faria algo tão horrível com crianças inocentes. Ainda não tenho respostas para isso. - Jared disse decepcionado com a polícia por não fazer nada ainda.

Vocês sabem se alguém estava envolvido em atividades suspeitas ou teve algum comportamento estranho antes ou depois do incêndio?

Tom contou:

Não lembro de nada suspeito ou estranho acontecendo nas semanas anteriores ao incêndio. Tudo parecia normal.

—  Também não me recordo de nada fora do comum. - Ashton também disse.

—  Concordo com eles. Nada me chamou a atenção naquela época. -  Jared disse.

Vocês acreditam que o incendiário poderia estar ligado aos crimes recentes, onde o responsável deixa desenhos de crianças nos locais dos crimes?

—  É uma possibilidade. O incendiário poderia estar tentando chamar a atenção para os crimes passados, buscando justiça por eles. - Tom sugeriu.

Ela queria entender melhor as circunstâncias dos homens durante o incêndio. Ela também questionou-os sobre suas conexões com a escola e se alguém tinha motivos para colocar a culpa neles.

Vocês sabem se alguém tinha algum motivo para prejudicá-los?

Não consigo pensar em nada que justifique tal atrocidade. Principalmente a mim. - Tom foi direto.

—  Eu também não consigo pensar em nenhum motivo para acusarem especificamente nós três. Talvez tenhamos sido escolhidos como bodes expiatórios? - Ashton recuou.

Concordo. Quem quer que tenha colocado a culpa em nós, queria apenas encobrir seus próprios atos. - Jaredi disse pensativa.

Ao final da conversa, ela agradeceu aos homens por sua franqueza e prometeu fazer o possível para limpar seus nomes, caso suas histórias fossem confirmadas como verdadeiras.

Obrigada por sua honestidade. Vou examinar todos os ângulos do caso e tentar achar provas concretas de sua inocência ou culpa.

Tom, Ashton e Jared: Obrigado por nos dar a chance de contar nossa história. Esperamos que você encontre a verdade e nos ajude a recuperar nossa reputação.

Alejandra saiu do bar com uma sensação de  determinação. Ela estava convencida de que, com a ajuda de Jake, conseguiria descobrir quem foi o responsável pelo incêndio e parar o justiceiro antes que mais pessoas fossem assassinadas.

MOONWOOD- The last drawing Onde histórias criam vida. Descubra agora