MOONWOOD- The last drawing

Capítulo 21

— Você não precisa dizer nada. Eu prometi a mim mesmo que nunca revelaria meus sentimentos a você. Mas quando pensei que perderia você, não consegui fugir deles. - Diz Jake, sua voz suave e resignada: — Eu não esperava que você soubesse, e nem que retribuísse meus sentimentos. Eu só queria que você soubesse o quanto você significa para mim. Eu não posso mudar como me sinto, e não quero fugir disso. Na verdade, estar com você esse pouco tempo, me fez ver que eu quero ser livre e viver uma vida sem fugas.

Ele suspira profundamente, seus olhos se perdendo na escuridão da floresta à noite.

— Estou cansado de fugir, Alejandra. Eu quero uma vida normal. Você me disse que eu deveria aproveitar a vida, mesmo fugindo, e eu disse que não era fácil. É como estar aprisionado em um lugar tão escuro que a única luz que você consegue alcançar é aquela que você não pode atingir. E essa luz é você.

Alejandra sente suas palavras atingindo-a como uma chuva de meteoros, cada uma delas ressoando em seu coração e ecoando em sua mente.

Ela nunca imaginou que Jake estivesse lutando com seus próprios demônios internos, lutando para encontrar a paz e a luz no meio de uma vida sombria e cheia de perigo.

Ela levanta a mão e toca suavemente seu rosto, sentindo as linhas finas de tensão e cansaço em seu corpo. Seus olhos se encontram, e ela vê uma vulnerabilidade neles que nunca havia visto antes.

— Me desculpa, não retribuir. - Ela diz finalmente, sua voz baixa e sincera: — Eu não esperava isso. Mas quero que saiba que você é incrivelmente importante para mim. Eu não quero que você sofra, e eu estou aqui para você.

Jake sorri tristemente, mas há um brilho de esperança em seus olhos.

— Não peça desculpas quando alguém se apaixona por você. Iso significa mais para mim do que você possa imaginar.

A dor pulsante em seu tornozelo faz Alejandra ranger os dentes, e ela encontra conforto no olhar firme e decidido de Jake.

— Você torceu seu tornozelo. - Diz ele com preocupação: — É preciso colocá-lo no lugar.

Sua voz é calma, mas suas mãos são suaves e firmes ao pegá-la em seus braços fortes. Ele a carrega com cuidado, tentando não causar mais dor do que ela já está sentindo.

Jake coloca Alejandra sobre uma pedra plana, lisa e polida pelo tempo.

A luz da lua brilha em seu rosto, fazendo seus olhos brilharem como duas gemas preciosas. Ele fica fascinado pela beleza dela e a forma como ela enfrenta a dor com coragem. Por um momento, ele esquece tudo o que os persegue e apenas admira a mulher que lutou bravamente ao seu lado.

— Vou ser rápido. - Diz Jake, quebrando o encanto do momento: — Segure-se em algo seguro para aliviar a dor.

Alejandra nem percebeu que instintivamente ela segurou no ombro dele que ficou sem reação diante da escolha dela.

Ele conta até três e realoca o tornozelo dela de volta ao lugar. Alejandra solta um gemido baixo, e Jake diz com urgência em sua voz:

— Vamos! Precisamos salvar Nina Mayer. Ele está morto.

Ele tenta carregá-la, mas Alejandra recusa, apesar da dor que ainda a consome. Eles se apoiam um no outro, caminhando lentamente e silenciosamente.

Enquanto a escuridão da noite os envolve, eles se movem como dois fantasmas na floresta, cada passo guiado pela determinação de salvar Nina.