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No Chill foi a primeira música que identifiquei assim que finalmente senti que a alma retornara para o corpo

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No Chill foi a primeira música que identifiquei assim que finalmente senti que a alma retornara para o corpo. Como sempre, Artemis carregava o sorriso maroto enquanto me encarava ainda de joelhos na minha frente, satisfeita por ter me visto perder o controle sob o que eu chamaria feitiçaria se não se tratasse apenas de um boquete.

— Eu sou a melhor, pode dizer... — se gabou, plantando mais um selar no meu quadril enquanto eu puxava a cueca e as calças para cima, colocando as peças no lugar com as mãos ligeiramente trêmulas e a visão embaçada. Ela se levantou com agilidade, balançando a cabeça para empurrar as mechas roxas e bagunçadas para trás enquanto eu respirava fundo, a cabeça apoiada na parede atrás de mim.

Claro, uma festa não era bem o tipo de lugar apropriado para fazer uma coisa daquelas, mas eu e ela estávamos acostumados; éramos amigos de longa data e, na maior parte das vezes em que nos víamos, acabávamos por nos encontrar em algum canto para transar, ou porque ela simplesmente queria me chupar pois, segundo a mesma, "ela amava o meu pau". Veio a calhar porque eu realmente precisava relaxar, mas não estava tão empolgado e ela percebeu. Daquela vez, levei mais tempo do que o costume para ficar verdadeiramente excitado, e ela já apresentava desconforto quando finalmente notou que estava prestes a gozar. Era sujo assumir que isso se devia ao facto de estar ainda preocupado com a Ísis, embora tivesse acabado de ser chupado por alguém que nada tinha a ver com ela. A realidade dos factos era que eu infelizmente ainda sentia a necessidade de me enrolar com alguém só para me satisfazer; pensava nela constantemente, mesmo estando com outra pessoa.

Além disso, eu e a Ísis não tínhamos nada e isso estava longe de acontecer; talvez essa chance nem sequer existisse, ainda que eu esperasse estar enganado. Tudo saiu dos trilhos quando, em casa, percebi que a forma como havia sido traumatizada afetaria muito mais o andar das coisas, bem como os meus planos. Ela havia fortificado aquela "casca" que mantinha para se proteger, o Kyle estaria sempre no seu pé como qualquer outro irmão protetor faria, e eu ainda era um completo desconhecido que só sabia que o pai tentou abusar dela, a espancava, e ajudou comprando alguns remédios. Não tinha como fazer figura de "bom moço" com o Kyle se certificando de que todo e qualquer homem não se atrevia a se aproximar da Ísis.

Decidi, então, contornar o plano e dar seguimento ao que realmente era o foco: fazer com que ficasse calada. Não era o momento mais apropriado, mas ela estava a lidar com tanta coisa ao mesmo tempo, que não demoraria muito para "explodir" e começar a falar mais do que devia. Se ela voltasse a mencionar o assassinato do motorista e a forma como tudo aconteceu, por ser filha de quem era - um homem muito conhecido, que outrora fora influente na indústria mineira -, a polícia aliada a nós poderia não conseguir mais abafar o caso e todas as consequências viriam para cima de mim porque eu, que fui atrás dela, evidentemente sabia que não deveriam existir testemunhas em casos daqueles. Quanto menos pessoas soubessem ou comentassem a respeito de roubos ou assassinatos daquela dimensão, melhor. O problema era que eu não queria matá-la mas, se eu não o fizesse caso ela mostrasse ser um estorvo, por mais pequeno que fosse, outra pessoa o faria.

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