Dk🤯
Já percebi que algo tava estranho. Desde que a gente saiu do elevador e Ana Clara deu de cara com aquele moleque, ela ficou em silêncio, encolhida, o rosto pálido. Quando ele finalmente saiu, fui direto.
- O que tá pegando, Ana? - perguntei, tentando entender o que ela tava sentindo.
Ela só me olhou com os olhos cheios d'água, e começou a chorar, sem conseguir segurar nada.
- Só me abraça... - ela disse baixinho, e eu abracei forte. Ela tremia, e aos poucos o choro foi transformando ela em um peso mole nos meus braços.
- Qual é o apartamento da sua amiga? - perguntei, vendo que ela não ia conseguir ir sozinha.
- 23.
Assim que o elevador abriu, fui direto, toquei a campainha, e a amiga dela, Isa, abriu a porta. Quando ela viu Ana nos meus braços, o rosto da Isa se encheu de preocupação.
- O que aconteceu, Ana? - ela perguntou, apavorada.
Ana chorou mais, se encolhendo.
- Eu vi o Miguel... e ele falou comigo...
Isa franziu o rosto e puxou Ana pra perto dela, as duas se abraçaram e a Isa também começou a chorar. Eu só consegui observar. Não entendia nada, mas o peso daquele nome, "Miguel", me deixou alerta.
- Calma, amiga, tá tudo bem. Você tá protegida, só tá eu e o Dk aqui.
Vendo Ana começar a se acalmar, Isa me chamou de canto, e aí ela explicou.
- Esse Miguel deu bebida batizada pra Ana uma vez e tentou... ele tentou estuprar ela. Na verdade, ele enfiou o dedo nela enquanto ela tava desacordada, sabe? E ela nunca se recuperou disso direito.
Foi como se uma bomba tivesse explodido na minha cabeça. Meu sangue fervia e as mãos já cerraram em punho.
- Esse moleque mora aqui? - perguntei, sem pensar duas vezes.
- Mora... mas o que você vai fazer?
- Cuida da Ana e tranca a porta. Deixa comigo.
Ela só assentiu, vendo a minha cara. Quando passei perto da Ana, ela já dormia no sofá, exausta. Peguei o endereço do moleque com a Isa e fui pro morro.
Assim que cheguei, fui direto na boca atrás do Terror. Ele tava de pé, na postura de sempre, mas o olhar me parou na hora.
- Cadê minha filha? - ele perguntou direto.
- Tá na casa da amiga dela. Precisamos trocar uma ideia, patrão.
Ele viu minha expressão e ficou sério.
- Solta a voz.
- Não sei nem como te falar isso, mas descobri que um moleque tentou estuprar a Ana.
O Terror franziu a testa, a respiração pesada, enquanto a mão dele já buscava a arma na cintura.
- Cadê esse moleque?
- Mora no mesmo prédio da amiga dela, já tenho o endereço.
Ele nem pensou duas vezes.
- Vamos lá.
Chegamos no condomínio, e como não tinha porteiro, foi mole entrar. Fomos direto pro apartamento dele. Assim que ele abriu a porta, a gente já entrou. O moleque nos olhou assustado, sem entender nada.
- O que tá acontecendo aqui?
Terror deu um passo à frente, sem desviar o olhar.
- Conhece a Ana Clara?
- Conheço. Por quê?
Terror o encarou de cima a baixo.
- Ana é minha filha. Satisfação, Terror, dono da Rocinha. Você vai sair do seu apartamento de boa, e vai sumir. Espero que não seja necessário a gente fazer você entender.
O moleque tremia, sem saber o que responder.
- Mas o que vocês querem?
- Anda logo, antes que eu perca a paciência. - Terror olhou pra mim. - Dk, pega a Ana Clara e leva ela embora. Já resolvo isso aqui.
Eu só assenti. Saí rápido e voltei pro apartamento da amiga dela. Toquei a campainha, Isa abriu e me deixou entrar. Ana ainda tava deitada no sofá, mas quando me aproximei, ela acordou sobressaltada.
- Socorro! - ela gritou, num susto que me deu um nó no estômago.
- Calma, sou eu - disse suavemente, tentando acalmá-la.
Ela abriu os olhos e me reconheceu.
- Douglas... - Ela me abraçou, e começou a chorar de novo, com um alívio que eu sentia vibrar em cada palavra.
- Vem, vamos embora. Você precisa descansar nos braços da sua mãe. Ela tá te esperando.
Ana assentiu, ainda frágil. Peguei ela no colo, e ela se despediu da Isa antes de sairmos. No carro, ajeitei ela no banco, coloquei o cinto e fiz um carinho nos cabelos dela enquanto dirigia. Ela logo dormiu, como se aquele pesadelo tivesse finalmente acabado.
Assim que chegamos no morro, Camila já tava na porta. Parei o carro, tirei o cinto da Ana e a peguei no colo.
- Ela tá dormindo - disse, e vi o olhar aflito da Camila.
- Coloca ela no quarto, por favor.
Subi com ela nos braços e a deitei com todo o cuidado, enquanto Camila se deitava ao lado dela. Quando saí do quarto, não precisei pensar duas vezes. Fui direto pro galpão.
Cheguei e o Terror já tava lá, segurando o moleque, que agora tinha o olhar de um rato encurralado. E eu? Descontei cada pedacinho de ódio que tava entalado em mim.
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Amor Proibido - Entre Fogo e Pólvora
Fiksi PenggemarEm meio aos becos sombrios do morro, Ana Clara e Dk vivem um amor proibido, inflamado pelo perigo. Ela é filha do dono do morro; ele, um vapor de confiança. Cada encontro é um risco, uma faísca que pode acender a fúria implacável de seu pai. Sabem q...