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A noite já havia caído quando Minjeong foi até a lareira da sala de estar e esticou as mãos para se aquecer. Subitamente, estava com muito frio... Ainda mais tendo a percepção que Jimin em breve sairia para mais uma incursão.

Sua companheira havia nascido para a batalha, e ficar em casa não parecia ser do feitio dela. Embora tivesse que admitir que não conseguia vê-la cuidando de assuntos domésticos com aquela aura tão negra quanto seus cabelos.

Braços firmes a envolveram e, ela se virou, encarando a fonte daquele calor.

– Você me assustou.

Silêncio.

– Por que ainda não saiu com a Irmandade? – Perguntou quase em um sussurro.

– Porque não vou à lugar algum esta noite.

Minjeong sentiu o sangue fugindo da cabeça.

– O que você... Desculpe, o que foi que disse?

Jimin tirou a venda e a guardou no bolso da jaqueta enquanto a encarava

– Quero ficar com você essa noite.

– Mas... quê? E o seu trabalho com a Irmandade?

– Não importa. Pedi aos meus aliados que apenas se mantivessem alertas e aproveitassem a noite – ela sorriu de forma simplista. – Tenho certeza que eles podem encontrar a melhor forma de fazer isso sozinhos, vão se divertir pra caramba bebendo e discutindo idiotices...

– Mas e você?

– Você ainda pergunta? Eu vou aproveitar cada minuto ao lado da minha companheira... – Ela beijou seus lábios suavemente. – Se ela quiser, claro...

– É tudo o que eu mais quero, Jimin. Só que sinto que tem algo mais nessa história.

A lupina ficou em silêncio. Minjeong estreitou o olhar.

– O que você não está me contando?

Jimin se afastou bruscamente e começou a andar de um lado para o outro, tendo memorizado a disposição dos móveis há muito tempo.

– Quero aproveitar o tempo que temos juntas. Não é algo ruim, ainda mais se você precisar conversar. Inferno, eu pensei que você ia gostar disso, uma parte até achou que podia deixar tudo o que me enche a cabeça de lado por uma noite...

– Eu vou descobrir e você sabe disso. Se você não me contar, vou encontrar alguém que me conte.

Jimin foi até o aparador que tinha ali e passou a mão pela ponta entalhada. Depois tateou o movel, acariciando as subidas e descidas na madeira.

– Jimin, por favor me fale...

Mesmo ela pedindo daquele jeito, demorou um pouco até a lupina falar. E quando por fim o fez, a resposta dela não era nada do que Minjeong esperava... Era bem mais inquietante do que poderia ter imaginado.

– Vou assumir a regência da nossa espécie e... você se juntará a mim.

Ok, hora de se sentar.

Indo para o sofá próximo a lareira, Minjeong quase desabou sobre as almofadas.

– Por quê? Como? Quando ocorrerá?

Deus do céu, a ideia de que ela assumisse a liderança de toda uma raça quando não pertecia totalmente a ela...

– Como lhe expliquei, esse é o meu legado, Minjeong. E você minha companheira. É... o ciclo natural das coisas.

– Mas eu sou uma meio-sangue.

Jimin se aproximou e se ajoelhou diante dela. Pegando-lhe as mãos, ela as segurou nas suas.

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora