40 - Segredos e Insinuações (p.2)

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Moore, que observava as duas com um olhar divertido e perspicaz, logo notou as pequenas reações de Meryl. Ela percebia o leve rubor em suas bochechas e a maneira como Christiane sorria de lado, satisfeita com a reação que estava provocando. Era uma troca de intenções silenciosas, que Julianne não deixava de notar, embora estivesse disposta a dar espaço para aquele jogo entre as duas.

Meryl, tentando manter a compostura, continuava a conversa, mas sua voz saía um pouco mais baixa, talvez pelo esforço de controlar os impulsos despertados pelo toque de Christiane. Julianne, percebendo tudo, lançou um sorriso provocador para Meryl, que a olhou de volta com um misto de cumplicidade e timidez.

Os movimentos de Torloni estavam cada vez mais intensos e mais ousados e isso fez seu sexo latejar e tentando aplacar aquela sensação tentou fechar as pernas, mas foi interrompida pela brasileira, que praticamente lhe ordenou com aquela voz aveludada.

- Não fecha as pernas querida. Quero apenas que se entregue e confie em mim. Estou no comando do teu prazer. Te prometo meu bem , uma noite de sensações inesquecíveis.

Meryl parecia não ter mais o controle de seu corpo e foi cedendo aos comandos dela até sentir algo gelado numa vibração leve em seu clitóris.

- Oh meu Deus! O que você está fazendo? - perguntou boquiaberta, segurando o gemido, apertando a mão de Julianne com força, que parecia se divertir com a situação e olhar em cumplicidade para Torloni.

- Ora, vamos querida, se entrega e vamos apimentar mais uma noite! - completou Moore, roçando o nariz gelado em seu pescoço, mordendo o lóbulo de sua orelha - as vezes é bom a gente sair do controle.

Ela se sentiu atravessada por tantas sensações naquele momento, numa mistura de raiva pelo fato de Christiane fazer aquilo com ela bem ali e dessa vez tendo Jules como cúmplice, pela excitação de estar se permitindo a algo tão excitante e inusitado, tomada pelas ondas de prazer que percorria por todo seu corpo. Embora estivessem fora do alcance dos olhares de outras pessoas, sabia que não estavam sozinhas e ainda corriam o risco de serem flagradas pela garçonete que não demoraria a chegar além de não conseguir ter forças para parar Christiane, pois parte dela desejava ardentemente aquilo. Pela primeira vez em muito tempo, se via diante de algo novo, arriscado. A adrenalina percorria pelo seu corpo ao mesmo tempo que a fazia quase perder controle dele, principalmente ao sentir que o nível das vibrações se intensificavam cada vez mais.

- Se você quiser gozar meu bem, sugiro que se apresse e pare de tentar controlar, o incontrolável e se não tiver gozado antes da garçonete simpática chegar...acredite, não tenho intenção alguma de parar! - ameaçou com um sorriso de canto de lábio, arqueando uma das sobrancelhas.

- Nos presenteie com esse espetáculo, que é vê-la gozando querida. - completou Julianne, apertando discretamente, porém com uma certa pressão, o bico de um dos seios, a fazendo quase arquear o corpo.

Meryl não tinha palavras para contestar, quando de sua boca só saiam gemidos e não demorou para sentir a umidade escorrer por entre suas pernas, com o coração descompassado, as faces completamente ruborizadas e a fronte molhada com gotículas de suor e seu estado foi notado pela garçonete que chegou poucos minutos depois.

- Tá tudo bem com a senhorita. Me parece um pouco ofegante. - perguntou em tom de preocupação e Julianne se contorcia para controlar a vontade de gargalhar.

- Sim...não se preocupe! - foi o que conseguiu responder até inromper em uma tosse, por ter se afogado com a própria saliva.

- Essas entradas que trouxeram para gente, estavam um pouquinho apimentadas e a nossa querida aqui, não é familiarizada com pimenta - justificou Christiane numa calma, que fazia Moore se esforçar ainda mais para não rir e Meryl para não matar as duas, mas primeiro precisava fazer a garçonete ir embora logo dali e então agradeceu pelas bebibas e que a chamaria se precisasse.

Tão logo a garçonete saiu, Julianne e Christiane gargalhavam descontroladamente, recebendo socos e tapas, sendo contida com abraços e beijos carinhosos. Mesmo sendo resistente em admitir, no fundo tinha adorado aquela ardente aventura.

A essa altura, as três sabiam que aquela noite estava longe de ser apenas uma saída casual. Havia uma tensão crescente, um jogo de olhares e toques que transcendiam o ambiente do bar. O clima entre elas estava carregado de desejo e expectativa, e cada detalhe parecia fazer parte de uma coreografia silenciosa, onde as emoções falavam mais alto do que as palavras.

Enquanto tomavam seus drinks, continuaram a trocar provocações e carícias sutis. Julianne, observando a intensidade entre Meryl e Christiane, sorria com uma mistura de diversão e curiosidade, apreciando cada detalhe daquela interação cheia de significados.

O clima se tornava cada vez mais envolvente, e as três sabiam que aquele momento era só delas, livre de julgamentos e amarras. Cada segundo parecia carregar uma promessa de algo mais, e elas aproveitavam cada instante, entregues à magia daquela madrugada em Ibiza.

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