Capítulo 26

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Era uma noite tranquila, e após Jacob ter se recolhido para dormir, Any e Josh decidiram relaxar na sala com uma taça de vinho. Ambos estavam confortáveis, o clima leve e íntimo. Josh observava Any enquanto ela falava sobre a feira de moda, sua expressão suave e a presença acolhedora criando uma paz entre eles.

De repente, o telefone de Josh tocou. Ele atendeu rapidamente, mantendo o tom profissional enquanto escutava atentamente o que lhe era dito do outro lado. Ao desligar, um leve sorriso surgiu em seus lábios.

— O que houve? - perguntou Any, curiosa ao ver o semblante satisfeito de Josh.

— Pegaram o problema que estava rondando a máfia. Parece que a minha presença ainda assusta - respondeu ele, com um sorriso divertido.

Any deu uma risada leve, balançando a cabeça.

— Ah, com certeza. Se eu fosse um deles, já teria fugido só com o rumor de que você estava por perto.

Josh ergueu a taça, o olhar fixo no dela.

— Um brinde, então, à minha fama de assustador - disse ele, num tom de brincadeira.

Any riu, tocando sua taça na dele antes de ambos beberem. A proximidade entre eles parecia natural e inevitável, e Josh, impulsionado pelo clima, estendeu a mão, segurando a dela. Any sorriu, os olhos brilhando ao encontrar o olhar dele.

Com um gesto delicado, Josh levou a mão dela aos lábios, beijando-a suavemente. Seus olhos não deixavam os dela, o toque gentil e o gesto de carinho parecendo carregar anos de sentimentos reprimidos.

— Eu ainda te amo, Any. Nunca deixei de amar você - declarou ele, o tom da voz revelando toda a sinceridade e profundidade de seus sentimentos. - Desde sempre… mesmo depois de tanto tempo, esse amor ainda está aqui. E está mais forte do que nunca.

Any o encarou, surpresa pela confissão, mas ao mesmo tempo sentindo como se tivesse esperado por essas palavras há muito tempo. Ela sorriu, sentindo o calor de cada palavra dele aquecer seu coração.

— Sabe, Josh… eu acho que o amor que eu sentia por você nunca foi embora. E hoje… acho que está mais vivo do que nunca - respondeu ela, com a mesma sinceridade.

Josh sorriu com doçura, e sem hesitar, ele se aproximou lentamente. Seus rostos estavam tão próximos que ambos podiam sentir a respiração um do outro. Então, finalmente, ele a beijou. Era um beijo lento, apaixonado, que parecia carregar toda a história que eles tinham juntos, todos os momentos não ditos e sentimentos guardados.

Na escada, Jacob, que estava prestes a descer para pegar um copo d'água, parou ao ver a cena. Ele observou os dois por alguns segundos, um sorriso surgindo em seu rosto. Quase sem fazer barulho, ele se virou e voltou a subir, respeitando o momento dos dois, mas seu coração estava alegre ao ver a mãe feliz.

No entanto, ao chegar ao topo da escada, Jacob propositalmente fez um pequeno barulho, anunciando sua chegada. Any e Josh, um tanto surpresos, se afastaram um pouco, e Any lançou um olhar ligeiramente constrangido para o filho.

Jacob se aproximou e sentou-se entre eles, acomodando-se no sofá com um sorriso leve. Josh o observou, tentando sentir se o garoto estava à vontade.

— Jacob… - começou Josh, hesitante, mas sincero. - Está tudo bem por você se… bem, se eu e sua mãe começarmos a namorar?

Jacob ergueu os olhos para ele, seu olhar honesto e sereno.

— Tá tudo bem sim, Josh. Na verdade… - ele hesitou por um segundo, como se escolhesse as palavras certas, mas logo continuou. - Eu gosto de você. Quando você está aqui, eu me sinto mais tranquilo, mais seguro. E acho que a minha mãe também se sente assim.

Josh sentiu uma onda de emoção ao ouvir as palavras do garoto. Ele sabia que significava muito Jacob se abrir assim, especialmente considerando tudo o que eles haviam passado.

— Obrigado, Jacob - disse Josh, com sinceridade. - Isso significa muito pra mim. Espero poder te dar essa tranquilidade que você tanto merece. E quem sabe… um dia, nós três possamos ser uma família de verdade.

Jacob sorriu, e Josh, num gesto afetuoso, beijou o topo da cabeça do garoto. Any, ao ver o carinho entre eles, sentiu o coração aquecer. Ela finalmente sentia que Jacob e ela estavam encontrando uma nova fonte de felicidade e paz, e Josh, tão gentil e cuidadoso, parecia ser exatamente o que precisavam.

Quando Any estava prestes a falar algo, um som de batidas firmes na porta ecoou pela sala, interrompendo o momento. Um dos seguranças se aproximou, abrindo a porta apenas o suficiente para anunciar.

— Senhora Any, a senhorita Sina está lá fora… parece estar desesperada e pede para falar com a senhora.

Any trocou um olhar com Josh, e ambos se levantaram, preocupados. Jacob, percebendo a seriedade do momento, ficou onde estava, respeitando a situação, mas observando de longe.

— Vou ver o que aconteceu. Josh, você pode ficar aqui com Jacob? - pediu Any, olhando rapidamente para ele.

— Claro, vá lá. Se precisar de qualquer coisa, estou por aqui - respondeu Josh, segurando a mão dela por um breve segundo antes de soltá-la, um olhar de apoio estampado em seus olhos.

Any caminhou até a porta, já imaginando o que poderia estar acontecendo para Sina aparecer de forma tão inesperada. Quando a porta se abriu por completo, ela encontrou ela visivelmente abalada, parecia estar desesperada

— Sina, o que houve? - perguntou Any

Sina respirou fundo, tentando se recompor, mas era evidente que algo sério a atormentava. Ela olhou para Any com os olhos vermelhos e a voz tremida.

— Any… eu não sabia para onde ir. Só consegui pensar em você. Preciso da sua ajuda… por favor.

Sem hesitar, Any guiou Sina para dentro, fazendo um gesto para o segurança indicar um dos cômodos mais reservados, onde poderiam conversar com privacidade. Any lançou um olhar para Josh antes de se afastar com Sina, e ele assentiu, garantindo que estaria ali para dar suporte a ela e a Jacob.

Enquanto as duas se acomodavam na sala reservada, Any tentava entender o que havia acontecido para que Sina aparecesse daquela forma. Sina ainda tremia, mas a presença de Any parecia confortá-la.

— Me conte tudo, Sina. O que quer que esteja acontecendo, se veio até aqui fale logo - Any se sentou esperando ela começar

Sina respirou fundo mais uma vez, antes de começar a falar

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