VALENTINA SANTINELLE (+16)
Amarro ainda mais apertado o laço do roupão de seda. O tecido é macio e muito confortável de usar, mas antes de embarcarmos para Nova Iorque papa mandou que Regina, a senhora italiana que me ajudava com a casa, jogasse todos os meus pijamas fora e que uma das empregadas de sua casa levariam novas peças para mim. O único problema é que essa camisola parece revelar demais e mesmo com o roupão, o tecido fino destaca meu corpo e não ajuda muito que destaque meus mamilos.
Pietro está deitado na cama, o dia está amanhecendo e combinamos de dormir após cada um tomar seu banho depois de sairmos do lago. E seu beijo? Dio Santo, eu nunca pensei que teria inveja dos casais que têm beijado por todo esse tempo. Como pode ser tão bom? Tenho medo de parecer desajeitada quando estiver com ele, mas beijar Pietro é tão bom. Foi uma pena que ele rompeu o beijo para tomarmos banho e nos secarmos. O dia do casamento foi agitado e passamos a noite acordados no voo até Wyoming, depois houve o lago e tudo mais, estamos realmente cansados.
Reunindo minha coragem e verificando-me uma última vez no espelho para garantir que estou o mais decente que esse tecido me permitir, saio do banheiro para encontrar Pietro sentado na cama com nada mais que uma calça de flanela xadrez, o tronco desnudo encostado na cabeceira de madeira e ostentando quadradinhos bem trabalhados em seu abdome. Ele está lendo um livro, seus cabelos negros bagunçados e um óculos empoleirado na ponta do nariz, não conseguindo conter o brilho de seus olhos azuis.
-Dio Santo! - Ele exaspera ao me olhar, seus olhos percorrendo todo o caminho por minhas pernas está meus olhos, observando minuciosamente o tecido indecente da camisola e roupão.
-E-está tã-tão ma-mal a-assim? - Não pude conter o nervosismo em minha voz.
-De jeito nenhum, você está ótima. - Ele fecha seu livro, colocando-o sobre a mesinha de cabeceira- Incrível, eu diria.
-Eu n-não sabia que vo-você usava ó-óc-óculos.
-Só para leitura. - Pietro retira sua armação e a fecha, colocando o óculos sobre o livro - Posso fazer uma pergunta, Valente?
-Pode. - Engulo em seco, fazendo meu caminho até o meu lado da cama. Virando de costas para ele antes de abrir e retirar meu roupão, o colocando sobre uma cadeira perto e só então entrando debaixo das cobertas.
-O que sabe sobre o relacionamento conjugal?
-Q-que nós po-podemos nos b-beijar e que v-va-vamos dormir na me-mesma cama, ma-mas alguns ca-cas-casais têm qua-quartos di-diferentes e n-não se b-beijam muito.
-Passione mio, o relacionamento vai além de dormir. - Pietro se remexe no colchão, inquieto sobre alguma coisa. Será que fiz algo que errado?
-E-eu te cha-chateei de a-al-alguma f-forma?
-Não, Valente, de forma alguma. É só difícil explicar como é um casamento.
-M-mas você n-nunca teve um re-rela-relacionamento sério. - A confusão me consome. Ele disse que essa era sua primeira relação, como ele pode saber mais sobre casamento se nunca foi casado?
-E não tive, mas entre um homem e uma mulher acontecem... coisas. Coisas boas e divertidas, não é só dormir.
-N-não?
-Não. - Pietro balança a cabeça em negação, entrando debaixo dos lençóis também - É uma experiência boa. Geralmente começa com um beijo e você fica inquieto, procurando mais e precisando de mais.
-De mais o q-que?
-De uma proximidade maior com a pessoa. Então as roupas são deixadas de lado e o casal consegue a maior intimidade possível.
-P-por q-que estão nus?
-Não, passione. - Pietro rola para cima de mim, apoiando o peso de seu corpo em um antebraço e acariciando meus cabelos para longe do rosto com a outra mão, seu quadril remexendo contra o meu - Quando essa necessidade chegar ao ápice eu investiria em você, nós dois estaríamos imersos em nosso próprio prazer e não pararíamos até alcançar nosso clímax.
Algo duro começa a pressionar um ponto sensível em meu corpo e ofego, minhas mãos subindo o tronco de Pietro até finalmente afundar meus dedos em seus ombros. Seus movimentos contra mim aumentam, tornando-se mais duros ritmados, nada agressivo.
-Então você sentirá no paraíso e terá uma sensação de relaxamento maravilhosa. Enquanto a mim, quando conseguir o ápice do meu prazer, haverá gozo e preciso que me avise se não me quiser dentro de você. Eu não me importaria em termos um filho logo, mas quero que tenha o poder da decisão. Sempre há preservativos e diversas opções para evitar a gravidez.
-O s-seu go-gozo me de-deixaria gráv-ida?
-Sim, passione. É assim que se fazem bebês. - Suas investidas contra mim continuam ritmadas, ele permanece nos esfregando e me sinto sem ar, um prazer desconhecido começa a ser construído dentro de mim e agarro seus ombros mais fortemente - Mas o ato não precisa ser feito com essa intenção, nós podemos fazê-lo apenas pelo prazer e várias vezes.
-V-várias?
-Sim, passione, muitas. Há muito mais além do convencional, podemos usar os dedos, a boca. - Sua mão escorrega por meu corpo até a mesma sensibilidade que sinto entre minhas pernas e me acaricia, sem parar seus movimentos de quadril, seu rosto encaixando na dobra de meu pescoço causando um tremor por minha coluna quando sua língua acariciou minha pele - Podemos usar brinquedos e qualquer coisa que imaginarmos. É um momento íntimo e nosso, onde somos livres para fazer o que quisermos.
Nesse momento a cominação de suas carícias e seus movimentos pélvicos me levam a um lugar que nunca estive, a uma tensão nos músculos de todo o meu corpo, ofegadas em busca de ar e um sussurro meu por seu nome, seguido por um relaxamento que nunca tive antes, como se meu corpo fosse levado de um limite a outro em segundos e agora aproveitasse a tranquilidade. Através da nuvem de êxtase que cerca minha mente consegui perceber as investidas de Pietro mais rápidas, seu peso agora era sustentado pelos dois braços e uma vermelhidão tomou conta de seu pescoço e peito, com veias saltando quando um gemido alto escapou de seus lábios e ele se jogou para seu lado do colchão novamente, buscando por ar.
-Eu preciso me limpar e trocar de calça. - Ele diz, beijando meus cabelos - Eu já volto, por que não tenta dormir um pouco? Venho me juntar a você logo.
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O Mestre - Contos Santinelle 02
RomancePietro Santinelle não é o mais compreensível dos homens. Seu humor afiado, charme pecaminoso, olhar avaliativo e alma sombria são capazes de corromper até a mais pura das almas. Se preparando para assumir como o braço direito de seu irmão, Pietro pr...