VALENTINA SANTINELLE (+18)
Devo ter feito algo de errado. Eu entendo que nosso encontro no leito conjugal não foi o melhor e que Pietro disse que estava tudo bem, que esse tipo de coisa acontece e que sentir dor na primeira vez é normal, mas já faz três dias e ele não me procurou novamente. Um marido não deveria procurar por sua esposa? Isso não faz parte do casamento?
Não que eu esteja reclamando de tudo. Temos passado muito tempo juntos nos divertindo, passeamos por todo o rancho, andamos a cavalo - tudo bem que Pietro me colocou em sua montaria, mas eu conto a experiência -, nadamos no lago - sim, Pietro nadou comigo em suas costas outra vez - e simplesmente caminhamos pelo pasto conversando e nos conhecendo.
Pietro é tão atencioso e divertido, sua companhia é maravilhosa e adoro tê-lo por perto. Posso até dizer que estou acostumada a vê-lo andando pela casa sem camisa e com suas facas presas ao tronco. Por vezes sua atenção está focada no celular e tenho o pressentimento de que há algo acontecendo, ainda não tive coragem de perguntar o que, mas pretendo.
-P-posso perguntar u-uma coisa? - Questiono, enquanto continuo a remexer o molho para a macarronada que estamos fazendo.
-Você sabe que pode, passione mio. - Pietro responde sem desviar os olhos do cheiro-verde que está cortando.
-V-você está feliz com n-nosso casamento?
-Muito, você é a mulher que sempre sonhei em ter comigo Valente, e você?
-E-estou, mas não s-sei se estou fazendo o certo.
-O que quer dizer, passione?
-Nós não deveríamos ter re-relações? - Sinto meu rosto esquentar com minha própria pergunta, a vergonha está me consumindo e adoraria sumir agora mesmo, mas preciso acabar com essa dúvida - Q-quero dizer, nós somos marido e mulher.
-Da última vez foi doloroso para você, querida e quero que esteja bem antes que tentemos outra vez. - Pietro termina seu ingrediente e abandona a tábua de corte para me olhar - Eu não quero te machucar, Valente.
-Vo-você disse que a primeira vez seria dolorosa, m-mas depois melhoraria.
-Passione, há uma possibilidade de doer outra vez, não tanto quanto na anterior, mas há e não posso suportar a ideia de machucá-la. - Ele retira a longa fita de couro com suas lâminas e as coloca sobre a ilha da cozinha.
-E-eu estou bem e gostaria de te-tentar de novo.
-Valentina, tem algo acontecendo?
-Eu n-não quero que vo-você perca o in-interesse em mim. - Confesso, respirando fundo e escolhendo com cuidado minhas palavras para que a gagueira não me atrapalhe - Eu q-quero ter i-intimidade com v-você outra vez.
Não que esteja sendo exatamente um problema. Pietro parece não se incomodar com a minha gagueira, mas à medida que passamos tempo juntos me sinto mais confortável e confiante para falar e já não gaguejo tanto quanto no início.
Com um suspiro cansado eu desligo o fogo e paro de mexer a panela de molho, colocando a colher dentro da pia. Não adianta reunir coragem para pedir-lhe algo assim, estou praticamente implorando e Pietro me manterá irredutível. Somos bons amigos e estamos criando uma boa amizade para basearmos nosso casamento, mas não possa disso. É claro que ele não tentará nada. Pietro não precisa de uma garota chorando de dor na cama sem conseguir aproveitar o leito conjugal.
-Hey. - Sinto sua mão em minha cintura, puxando minhas costas de encontro ao seu tronco - Não quero que pense demais sobre o assunto e tenha conclusões erradas. Eu garanto que se não tentamos antes é porque não quero te machucar.
-N-não estou sentindo d-dor.
-Mas você sentiu no dia seguinte em que estivemos juntos pela primeira vez.
-Estou b-bem agora.
-Valente... - Pietro me gira em seus braços, seus olhos encarando profundamente os meus - Tem certeza de quer tentar? Eu posso esperar, não tenho problema com isso. Só não quero que se sinta pressionada a tentar outra vez por qualquer besteira que tenha ouvido antes. O casamento é nosso, lembra? Nós decidimos.
-Eu não estou pr-pressionada. Quero t-tentar, quero estar co-com você.
Pietro segura delicadamente meu queixo e ergue mais minha cabeça para que tenha livre acesso à minha boca. Suas mãos agarram minha cintura com mais força e ele puxa meu lábio inferior com os dente antes de retomar nosso beijo. Não é algo calmo e explorador como normalmente, é mais feroz, faminto. A ponta de sua língua toca em meus dentes, uma de suas mãos segura meu rosto e instiga minha mandíbula a relaxar. Sob suas carícias, permito sua passagem e Pietro aprofunda o beijo.
Começamos a nos mover sem interromper nossa conexão. Não tenho muita noção para onde estamos indo, apenas sinto quando minha perna bate contra o sofá. Pietro me deita no estofado e se ergue entre minhas pernas, mantendo-as abertas, beijando a lateral do meu joelho e descendo por minha coxa, mordiscando quando finalmente se aproximou de minha intimidade.
Senti seu beijo no tecido fino de minha peça íntima antes que ele a retirasse das minhas pernas. Mais uma vez ele estava com a boca em meu lugar mais íntimo, suas carícias em meu ponto mais sensível deixaram-me ofegante e praticamente derretida contra o sofá. Pequenos gemidos me escaparam quando sinto seus dedos pressionando em minha entrada.
Seus dedos me invadiram e agarrei o sofá. Involuntariamente meu quadril começou a se remexer contra seu rosto e seus olhos azuis fixam em mim. A imensidão azulada causou um impacto tão grande sobre mim que o gemido que me escapou foi escandalosamente alto e o clímax me atingiu com muita força.
Minha boca se abre, minhas costas arqueiam do sofá, minhas pernas começam a tremer e Pietro continua focado em mim movimentando sua língua e prolongando as sensações tão arrebatadoras. Meu corpo amoleceu no sofá e meu marido deixa minhas pernas, caminhando até a lateral do móvel e me pegando em seus braços como uma noiva.
-Vamos para a cama.
-M-mudou de ideia?
-Não, estou longe de terminar com você, passione mio.
YOU ARE READING
O Mestre - Contos Santinelle 02
RomancePietro Santinelle não é o mais compreensível dos homens. Seu humor afiado, charme pecaminoso, olhar avaliativo e alma sombria são capazes de corromper até a mais pura das almas. Se preparando para assumir como o braço direito de seu irmão, Pietro pr...