PIETRO SANTINELLE
-Cinco minutos. - Aciono o alarme e ajudo Valente a se sentar no chão ao meu lado, mas estou impaciente a puxo para meu colo.
-P-por que d-demora tanto?
-Não sei. Imagine o desespero para nossos antepassados, não havia como ter uma confirmação exata.
-O que faremos se o r-resultado for positivo?
-Ficaremos muito felizes. - Afasto alguns fios rebeldes de sua face, apenas aqueles que escaparam de seu rabo de cavalo - E começaremos a nos preparar.
-Mesmo? - Seus brilhantes olhos verdes me encaram esperançosos. Dando-me mais uma vez a certeza de que nunca serei capaz de negar nada para ela.
-É claro. O que está te perturbando, passione mio?
-E se as coisas mudarem entre nós? E se eu o desagradar de alguma forma?
-Não há como você me desagradar, querida. Lembra sobre o que conversamos? Essa é uma nova vida agora, um recomeço depois de tudo. Tudo o que aconteceu com você antes não voltará a se repetir. Daria a minha vida para te manter segura e ainda haveria minha família, sua nova família, para protegê-la também.
-N-não falava uma coisa dessas, Pietro. Acabo de e-encontrá-lo, estou feliz e não q-quero te perder.
-Não vai, passione. - Beijo seus cabelos - Sou egoísta demais para deixá-la viúva e disponível para que um homem melhor conquiste seu coração.
-E se for n-negativo?
-Então ficaremos aliviados, mas continuaremos tentando. Praticar é sempre importante, não?
-Eu te amo, Valente.
-Eu t-também te amo, Pietro. - Ela se remexe, acomodando-se melhor em meu colo e meus braços quando o despertador apita alto.
Em segundos Valentina salta e corre para o banheiro novamente. Quando suas suspeitas começaram, esperando mais alguns dias antes de corrermos para a farmácia mais próxima e comprar todo o estoque de testes possível de todas as marcas disponíveis. Pela primeira vez na vida senti minhas mãos trêmulas, quase não consegui ler as instruções e por sorte Valentina estava mais calma e já havia lido de algumas caixas. Os resultados saem das mais diversas maneiras, com duas listras, a palavra "grávida" ou apenas "pos", alguns mostram até o tempo de gestação e estou simplesmente surtando, mas quero me mostrar forte para Valentina e apoiá-la.
Quando escuto seu grito de dentro do banheiro estou de pé e em movimento o mais rápido que consigo. Medo, antecipação, insegurança e preocupação se mesclam dentro de mim em uma bagunça organizada e encontrar minha esposa parada de frente para a porta com um dos testes em suas mãos e um sorriso deslumbrante no rosto me fez temer que minhas pernas não conseguissem sustentar meu corpo de pé por muito mais tempo. Dio Santo, eu posso ser pai.
-Nós vamos ter um bebê! - Valente corre para meus braços e salta, agarrando meu pescoço em um abraço apertado.
-Oh, cazzo. - Suspiro, sentindo um sorriso bobo crescer em meu rosto enquanto a abraço protetoramente - Nós vamos ter um bebê!
FIM
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O Mestre - Contos Santinelle 02
RomancePietro Santinelle não é o mais compreensível dos homens. Seu humor afiado, charme pecaminoso, olhar avaliativo e alma sombria são capazes de corromper até a mais pura das almas. Se preparando para assumir como o braço direito de seu irmão, Pietro pr...