Capítulo 14

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PIETRO SANTINELLE

A sirene de aviso começou a ecoar alto pela casa me despertando. Saltei da cama e procurei por minha cinta de adagas, mas não as encontrei no lugar de costume. Valentina se sentou sobre a cama ainda sonolenta e desorientada, o lençol caindo acumulado em seu colo, seus seios em uma ostentação e é quando me lembro. Retirei minhas lâminas na cozinha enquanto conversava com Valentina no preparado do jantar.

-Vista-se rápido e me espere aqui. Fique longe das janelas e mantenha-se fora de vista, Valente. - Começo a ditar as ordens por cima do barulho quase ensurdecedor da sirene. Estamos sob algum tipo de ataque e não há tempo para delicadeza.

Abro a gaveta na mesinha de cabeceira e retiro minha adaga. O lado bom de ser fascinado e dependente das lâminas é que sempre as mantenho em todos os cômodos possíveis, nunca se sabe quando precisará. Coloco minha calça de volta enquanto saio do quarto e vou até a cozinha.

Coloco minha cinta atravessada em meu tronco novamente e olho rapidamente pelas portas de vidro para a vastidão de grama e o lago ao redor da casa. O dia ameaça amanhecer e seja lá quem for o suicida, terei a escuridão da casa ao meu favor, mesmo que o ambiente ao redor seja iluminado como o meio-dia. Não há sinal de qualquer movimento estranho, mas ainda não posso abaixar a guarda.

Caminho até a pia e retiro um tijolo falso da parede, apertando o botão para desativar as sirenes. Pego meu telefone e ligo a tela para encontrar uma mensagem do chefe de segurança do rancho, avisando que estamos sob ataque. Qual o maldito ataque? Não há sinal de nada por aqui.

Acesso minha discagem rápida e ligo para Luca, suspirando de alívio ao encontrar Valentina vestida e perto do banheiro, longe da janela ou de qualquer vista de fora.

-Você me liga demais para alguém que está em uma fodida Lua de Mel!

-O rancho está sob ataque, cazzo! Quer compartilhar alguma coisa? - Abraço minha esposa, sentindo seu corpo tenso junto ao meu e ao mesmo tempo aliviado por tê-la aqui comigo. Me afasto suficiente para olhar em seus olhos e entregar uma de minhas adagas em suas mãos - Guarde isso, passione.

-Ataque? - Luca praticamente grita no meu ouvido - Impossível. Nós estamos com Barone bem aqui.

-Bem, a sirene tocou e o chefe de segurança disse que estamos sendo atacados. - Os olhos de Valentina arregalam ante as minhas palavras, mas começo a acariciar seus cabelos para acalmá-la - Tenho certeza de que ele está envolvido nisso.

-Q-qu-quem? - Valente pergunta assustada, encolhendo-se em meus braços.

-Prometo explicar tudo depois, passione.

-Se ele está envolvido nisso então foi um ataque premeditado, porque posso garantir que ele está impossibilitado agora.

-Eu não duvido disso, mas ainda...

-Pietro, ele está acorrentado na minha frente agora mesmo. Foi um cazzo premeditado.

Ouvimos um tiro, não muito longe da casa, e sei que estão se aproximando. Um Santinelle não tem paz nem em seu rancho pacífico.

-Preciso desligar.

-Estou mandando reforços.

-Chegarão tarde. Mande o avião, quando eu terminar aqui nós estamos voltando para NY.

-Tudo bem. - Encerramos a chamada.

-P-Pi-Pietro, o q-que está a-acontecendo?

-Passione, estamos sob ataque, mas tudo ficará bem. Preciso que se acalme e me ajude, okay?

O Mestre - Contos Santinelle 02Where stories live. Discover now