Capítulo 9

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VALENTINA SANTINELLE (+18)

Não foi exatamente assim que eu havia planejado; sinceramente, nem sei o que eu havia planejado. Quando acordei estava faminta e Pietro estava em um sono tão profundo que imaginei-o procurando por comida quando despertasse também. Tive um pouco de dificuldade em escapulir da cama já que seu braço estava ao redor de minha cintura como uma trave praticamente impossível de abrir.

Agora estamos de volta ao quarto, Pietro está construindo a necessidade da qual ele falou esta manhã e já entendo bem como a teoria se une a prática. Seus lábios abandonam os meus e descem para meu pescoço, mordiscando e beijando, fazendo-me remexer contra ele, buscando um alívio que eu não dizer exatamente do quê.

Ele retoma um beijo ainda mais quente que o outro, e vai descendo, mas dessa vez ele não para em meu pescoço. Assim que os lábios de Pietro chegam ao decote de minha regata ele puxa a barra da mesma e me sento rapidamente para tirá-la.

-Pi-Pietro. - Busco por ar, meu corpo parece estar ligado a alguma fonte de energia que me inquieta.

-Vamos nos divertir, passione mio. - Ele se afasta, retirando a longa fita que couro com adagas e lâminas que circula seu tronco e jogando-a no chão. Os metais frios causaram um verdadeiro choque térmico contra minha pele, que parece quente como nunca agora.

Seus olhos me hipnotizam novamente, em um tom tão escuro de azul quanto um oceano profundo. Pietro continua sentado em meu quadril enquanto analisa lentamente meu corpo, um sorriso lateral nasce em seu rosto e suas mãos sobem por minhas laterais, levantando o tecido da minha blusa até chegar ao meu top de ginástica.

Lembrando do que Pietro falou sobre "nada de roupas", ergo meu tronco para ajudá-lo na retirada de tecidos. Jogando minha blusa em algum lugar do quarto, não demorou até que meu top o seguisse. Instintivamente tentei me cobrir, mas Pietro foi rápido e parou meus movimentos e me deitando na cama outra vez.

-Sei bellissima, passione mio. - Pietro fala ao deitar-se sobre mim, o contato de meus seios com seu tronco desnudo é tão íntimo. Nunca imaginei que algo assim seria possível e definitivamente não sabia que seria tão bom.

Seus lábios me beijam, dessa vez de forma mais firme e experiente. Tento imitar meus movimentos quando ele aprofunda o beijo e sua língua me invade, minhas mãos percorrem as ondulações de seus braços até que eu abrace seus ombros.

-Eu q-quero vo-você, Pietro. Eu co-confio em você.

Seu sorriso aumenta de tamanho e escorrega para fora da cama, retirando meus tênis e meias antes de segurar o cós da minha legging e puxar lentamente para baixo. Jogando minha vestimenta em algum lugar aleatório do quarto, encarando minha peça íntima - a única que me restou - com um olhar quase predatório. Me remexo inquieta sob sua avaliação e me surpreendo quando Pietro joga a peça longe também e puxa minhas pernas bem abertas para si.

Não consigo reagir quando ele se abaixa entre minhas pernas e começa a fazer movimentos com sua língua, tudo o que o choque me permitiu foi emitir um suspiro alto. É estranho, inimaginável e muito vergonhoso pensar que ele tem sua boca em minha região mais íntima.

Pietro iniciou uma verdadeira festa em meu corpo. Meus dedos agarraram tudo o que estava ao alcance e isso inclui os lençóis e seus cabelos. Ele usou língua e dedos, brincando comigo de forma alucinante, construindo meu prazer de modo mais intenso que pela manhã. Seu dedo se movia dentro de mim como se estivesse chamando algo e tenho quase certeza que esse "algo" era meu clímax, pois no momento que ele sugou um ponto muito sensível de meu corpo eu cheguei ao meu ápice.

Através da névoa de relaxamento e prazer que me cerca, vi Pietro saltar para o chão e retirar suas calças. Ele não usava roupa íntima e quando o moletom caiu ao seus pés, uma coisa dura saltou para cima. Então esse é o corpo masculino?

-N-não dói?

-Não, passione. - Pietro se dei sobre mim, apoiando seu peso em um antebraço como fez pela manhã - Mas você pode sentir um pouco de dor quando eu entrar.

-Entrar? Vo-você não en-entrou m-mais cedo.

-Isso é diferente, passione. - Sinto uma pressão diferente em mim, maior que a feita pelo dedo de Pietro - Será no mesmo sentido "vai-e-vem" que meus dedos fizeram. Nas próximas vezes você não sentirá esse incômodo. Tudo bem?

Manejo a cabeça em afirmação e Pietro volta a me beijar antes que eu sinta uma ardência terrível. Algo me invade e parece me dividir ao meio. À medida que ele termina sua penetração que parece sem fim e para de se mover para me olhar, eu já tenho lágrimas mal contidas nos olhos e tento me controlar. Dio mio, como dói.

-Eu sinto muito, passione. Eu prometo que não será sempre assim, eu não quis te machucar. A primeira vez costuma ser dolorosa e eu tentei te preparar.

-D-dói. - Pietro parece se mexer um pouco e a ardência aumenta, por instinto tento empurrar seus ombros para afastá-lo de mim, numa tentativa idiota de fazer a dor parar - E-eu sinto mu-muito, está d-doendo!

-Você não tem culpa de nada, Valente. Em algumas mulheres a primeira vez é mais dolorosa que em outras, está tudo bem. - Pietro começa a acariciar meus cabelos, quase me confortando - Não será sempre assim. Eu prometo que nas próximas vezes você não sentirá dor alguma.

Eu apenas concordo com a cabeça novamente, mais cedo com Pietro foi tão bom, não pensei que haveria esse tipo de dor. Céus, me sinto praticamente divida. Que incômodo! Não consegui conter a careta de desconforto quando ele já não estava dentro de mim. Querendo desesperadamente chorar por tê-lo desapontado outra vez, encontro Pietro em cima de mim, observando-me atentamente com seus olhos azuis. Já não estão mais escuros como antes, agora só há preocupação neles e me sinto ainda mais culpada.

-Volto logo. - Seu beijo em minha testa é rápido, então ele salta da cama e vai direto para o banheiro. Não rápido o suficiente para esconder seu membro ensanguentado de mim.

Virei para o lado na cama, percebendo as manchas de sangue entre minhas pernas. Dolorida e me sentindo a pior das mulheres, me encolhi em posição quase fetal e me permiti chorar enquanto escutava a água escorrendo livre no banheiro. Pietro está se banhando para ir embora, sou uma péssima esposa e ele me devolverá ao meu pai. Papa me matará, Dio mio, papa fará pior do que fez a minha mãe. Eu sou a pior esposa do mundo.

-Valente? - Pietro me chama, de pé ao meu lado na cama - Hey, por que está chorando? Passione eu não queria te machucar. Sou um bastardo, me desculpe. Não chore.

-Me desculpe. - Um pequeno soluço me escapa - Sou uma péssima esposa, me desculpe. Só não me devolva ao meu pai, per favore. Faço qualquer coisa que você quiser.

-Valente, eu fui ligar a banheira porque um banho quente ajudará a aliviar sua dor. Nós vamos apenas tomar um banho, isso é tudo. - Pietro me toma nos braços, caminhando para o banheiro enquanto me prensa contra seu peito - Não estou te devolvendo para o seu, nem agora nem nunca. Você é minha esposa e só a morte nos separa, passione mio.


O Mestre - Contos Santinelle 02Where stories live. Discover now