Cuidando Do Coração Do CEO

CAPÍTULO 23

NAMJOON

O despertador vibrou suavemente na mesa de cabeceira, um som sutil, mas insistente o suficiente para me arrancar do sono. Abri os olhos devagar, sentindo o peso da noite anterior ainda sobre meus ombros. O quarto estava envolto em uma penumbra tranquila, a luz fraca da manhã entrando pela fresta das cortinas. Virei a cabeça e encontrei Jin, ainda profundamente adormecido, o braço jogado despreocupadamente sobre minha cintura.

Ele era a personificação da serenidade. Sua respiração era calma, os lábios levemente entreabertos, e o rosto relaxado, como se não houvesse absolutamente nada no mundo capaz de perturbá-lo. Por um momento, eu me permiti apenas observá-lo. Como ele conseguia isso? Como, mesmo depois de um dia caótico, ele fazia tudo parecer tão simples?

Um sorriso suave escapou antes que eu pudesse contê-lo. Não era só sobre a noite passada — embora ela tivesse sido memorável em todos os sentidos — mas sobre ele. A forma como Jin fazia meu mundo, normalmente uma bagunça de responsabilidades e pressões, parecer mais leve. Ele era minha calmaria, meu porto seguro.

Inclinei-me devagar, cuidando para não acordá-lo, e depositei um beijo delicado em seus lábios. O murmúrio suave que ele soltou, acompanhado de um pequeno movimento, foi o suficiente para aquecer meu peito.

— Eu te amo. — Sussurrei, deixando as palavras pairarem no ar antes de me afastar.

Jin se mexeu levemente, mas não acordou. Um pequeno privilégio dele. Eu, por outro lado, precisava encarar o dia que já começava a se formar lá fora.

Com cuidado, tirei o braço dele de cima de mim e me levantei. O chão frio encontrou meus pés descalços, e o choque térmico me trouxe um pouco mais para a realidade. Caminhei até o banheiro, acendendo a luz suave. Liguei o chuveiro e esperei até que a água quente começasse a sair, deixando o vapor preencher o espaço. Entrei e deixei o calor aliviar a tensão acumulada nos meus ombros.

Enquanto a água escorria pelo meu corpo, minha mente já estava no dia que me esperava. Demissões para processar, revisões para fazer, e as inevitáveis reuniões que Jungkook certamente adicionaria à minha agenda. Mesmo que fosse desgastante, era meu trabalho, e eu não podia deixar nada passar.

Quando saí do banho, vesti uma camisa branca perfeitamente passada, uma calça social escura e sapatos polidos. Passei as mãos pelos cabelos, ajeitando-os rapidamente. Minha rotina era sempre meticulosamente eficiente, um reflexo do profissionalismo que o trabalho exigia.

Antes de sair, fui até a cozinha. Abri a geladeira e peguei um iogurte e uma maçã. Não era exatamente um banquete, mas seria suficiente até eu conseguir um café decente no escritório. Enquanto mastigava a maçã, escrevi um bilhete para Jin e o deixei na bancada, onde ele certamente encontraria ao acordar:

Sai cedo.
Te vejo à noite.
Amo você.

Parei por um segundo antes de sair, olhando para o apartamento silencioso. Era um lembrete de que, não importa o caos do lado de fora, eu sempre teria este lugar e este homem para me ancorar. Com um suspiro profundo, peguei minha pasta e deixei o apartamento, pronto para enfrentar o dia.

O trajeto até a Wynter Éternelle era um ritual matinal que eu já conhecia de cor, mas que, naquela manhã, parecia mais introspectivo. Paris despertava lentamente, e as ruas, ainda meio vazias, tinham um charme que era difícil ignorar. As calçadas, lavadas pela brisa noturna, refletiam a luz dos postes, enquanto pequenos cafés começavam a abrir suas portas.

Passei por uma floricultura que Jin adorava, e o pensamento rápido de levar algo para casa mais tarde cruzou minha mente. Mas o trabalho me chamava, e com ele, uma lista de responsabilidades que não podia ignorar.