CAPÍTULO 27

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JUNGKOOK

A porta do apartamento se abriu com um clique suave, revelando o ambiente iluminado e o som de risadas infantis. O peso do dia ainda estava sobre meus ombros, mas ao ouvir a risada de Minjun, algo dentro de mim relaxou um pouco. 

Fechei a porta atrás de mim e tirei o casaco, pendurando-o no cabideiro. Antes que eu pudesse dar mais um passo, Minjun surgiu correndo pela sala com um sorriso enorme, seu pequeno corpo vindo direto para mim.

— Papai! — Ele gritou, os braços estendidos. Ele parecia uma bola de energia, os olhos brilhando com entusiasmo.

Ajoelhei-me a tempo de pegá-lo no colo, apertando-o contra mim. — Oi, pequeno! — Falei, beijando sua testa. — Como foi o dia hoje?

Ele começou a falar tudo de uma vez, as palavras quase atropelando umas às outras. — A gente brincou de esconder! E o Jimin hyung fez vozes engraçadas com Moumou, e depois a gente desenhou! Olha, papai, você precisa ver meu desenho! — Ele se contorcia, tentando descer do meu colo e correr em direção ao quarto. — Vou pegar pra você!

— Vai lá, petit trésor. Estou curioso pra ver. — Respondi, observando-o desaparecer pela escada.

Quando me levantei, meus olhos finalmente encontraram os de Jimin, que estava na sala, sentado no chão ao lado do sofá. Ele sorriu para mim, um sorriso acolhedor, mas havia algo mais ali, algo que parecia perguntar silenciosamente como eu estava.

— Boa noite, senhor Jeon. — Ele disse, com aquele tom educado, sempre amigável.

Assenti, caminhando até ele. — Boa noite, Jimin. — Respondi, minha voz saindo mais baixa do que eu pretendia. Passei uma mão pelos cabelos, tentando reorganizar meus pensamentos. — Obrigado por cuidar dele hoje. Como sempre, parece que ele teve um dia incrível.

Jimin deu de ombros, seu sorriso se ampliando. — Ele faz isso fácil. Minjun tem uma energia que contagia qualquer um.

Ri suavemente, sentindo um alívio momentâneo. Mas aquele momento de leveza não durou muito. A lembrança da conversa com Namjoon voltou como um soco, fazendo o nó no meu peito apertar novamente. Eu sabia que precisava contar a Jimin, e o quanto antes. Ele tinha o direito de saber por que eu precisaria que ele passasse mais tempo com Minjun.

Respirei fundo, tentando organizar as palavras na minha cabeça. — Jimin... — Comecei, hesitando brevemente. — Preciso falar com você. É sério.

Vi a expressão dele mudar imediatamente, a leveza dando lugar a uma preocupação visível. Ele se levantou do chão, limpando as mãos na calça. — Claro, senhor Jeon. O que aconteceu?

Fiz um gesto em direção ao sofá. — Vamos nos sentar. É melhor conversar com calma.

Ele assentiu, seguindo-me até o sofá e sentando ao meu lado. Passei as mãos pelo rosto, tentando encontrar as palavras certas. Isso não era algo fácil de se dizer, mas Jimin merecia a verdade.

— Jimin, tem algo que você precisa saber sobre a mãe do Minjun. — Comecei, minha voz firme. — Eu já mencionei antes que ela... o deixou, nos deixou. — Fiz uma pausa, tentando respirar. — Hoje, Namjoon me informou que ela está entrando com uma ação judicial pela guarda dele.

O olhar de choque no rosto de Jimin foi instantâneo. Seus olhos arregalaram, e ele levou uma mão à boca, como se precisasse segurar as palavras que queria dizer.

— Mas... por quê? — Ele perguntou, a voz baixa, quase um sussurro. — Depois de tanto tempo? Ela nunca... eu quero dizer, ela nunca esteve aqui, não é?

Assenti, sentindo o peso das palavras. — Nunca. Ela o deixou quando ele ainda era um bebê. Não olhou para trás, Jimin. Eu vi Minjun crescer chorando por ela, chamando por uma mãe que não estava lá. — Minha voz falhou levemente, mas continuei. — E agora, depois de tudo, ela aparece querendo a guarda dele?

Cuidando Do Coração Do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora