ele já tá morto.

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— Kang, me ajuda... — disse chorando e tremendo — por favor.

Kang ainda permanecia estático na porta daquele quarto imundo.

Yeji estava desesperada com a quantidade de sangue que vazava.
Jisung, bom, Jisung estava perdendo muito sangue e certamente não sobreviveria. Não era esse o plano da ruiva? Não permitir que o moreno ficasse com Minho? Bom, ele estava indo bem até demais.

Mas, se esse era o plano dela, por qual motivo ela estava desesperada assim? Na verdade, ela não queria matar Jisung, ela queria ele longe, o mais longe possível de Minho, e, se caso precisasse assustá-lo com um sequestro, ela iria. Mas não matá-lo. Ela não era tão ruim assim.

O problema era que seu plano fugiu do controle, e agora ela estava ali tentando estancar o sangue do menor, sangue este que não parava de sair um segundo sequer.

— A gente precisa levar ele ao hospital — se levantou indo até Kang — Por favor, vem. — o desespero estava nítido em sua voz.

— Não. Se ele for pro hospital, já era. Eu não vou ser preso por sua causa, caralho. — puxou seu braço das mãos da ruiva.

A mulher voltou para Han e o desamarrou. Arrancou a blusa do garoto e apertou no lugar de onde vazava todo o líquido vermelho. Tirou seu cinto e passou em volta do tronco do garoto, apertando bem para tentar diminuir o sangue ali. Saiu da sala à procura de Song, o encontrando na porta do galpão abandonado.

— Ei, qual é seu problema? Temos que levá-lo daqui. — parou na frente do moreno, o encarando.

— E depois? Vivemos felizes para sempre? — gritou — Acorda, porra! A gente vai ser suspeito disso e vamos acabar na cadeia.

— Foda-se, ele não vai ficar aqui.

— Escuta aqui, ruivinha. — segurou no braço da outra com força — Ou você deixa ele morrer por aí mesmo e sumimos, ou VOCÊ vai ser presa por levá-lo ao hospital nesse estado. Por mim, ele já tá morto. — a jogou no chão com força.

— Kang... — batia os lábios, tremendo. Levantou-se e olhou nos olhos do mais alto — Se você é um frouxo e não tem coragem de correr um risco sequer, o problema é seu. — empurrou-o — Mas eu não, eu não tenho medo disso. Então eu vou entrar na porra daquele carro e vou levar ele. — saiu em direção à sala onde Jisung estava.

— Vagabunda! — foi atrás dela.

Yeji entrou na sala e começou a arrastar o corpo do menor até o carro. Kang estava no banco do motorista, fumando um cigarro. A ruiva abriu a porta de trás do carro, colocou o corpo dentro e logo entrou também. Kang saiu disparado com o carro na direção do hospital mais longe possível do galpão. Como o carro tinha uma placa falsa, as câmeras do hospital não o identificariam tão facilmente. Colocaram as máscaras de antes e seguiram.

Ao chegarem próximo de uma unidade, o homem avisou à ruiva que era para ela empurrar o corpo do garoto quando ele parasse o carro. A mulher contestou algumas vezes, mas não encontrou outra alternativa que não os colocasse em risco.

Quando o carro foi parado na frente do lugar, Yeji abriu a porta e empurrou o corpo para fora do carro. Kang saiu cantando pneu.

O corpo do garoto no chão, todo ensanguentado, chamou a atenção de todos que estavam na porta do hospital. Seguranças correram na direção do corpo e o viraram de barriga para cima, vendo a mancha de sangue no abdômen do garoto. Um deles correu para dentro, voltando com dois enfermeiros e uma maca. Colocaram o corpo do garoto na maca e o levaram para a UTI.

Todos os preparativos para fazer o sangue parar foram feitos rapidamente. Enquanto colocavam o acesso na veia, o soro era regulado no equipo. A enfermeira Lee Chaeryeong, responsável pelo setor, foi comunicada e logo se fez presente no local.

— Meu Deus! — se assustou ao olhar para o garoto que estava deitado na cama do quarto. Não fazia muito tempo, mas sim, ela o conhecia, e o conhecia por ser seu novo cunhado — Jisung?! Ai, meu Deus, o que fizeram com você?

— Ele foi jogado para fora de um carro na frente do hospital. Não tem documentos ou telefone com ele. — disse um enfermeiro — Você o conhece?

— Sim, ele é namorado do meu irmão. Eu não o conheço há muito tempo, meu irmão é muito fechado e distante por causa da morte dos nossos pais, e nos apresentou tem pouco tempo. É uma pena ele estar assim... Preciso avisá-lo. — saiu em direção à sua sala.

[...]

Quando Minho chegou à delegacia, a ficha já estava toda preenchida, e todos só estavam em sua espera. Felix já se encontrava no lugar, chorando o tempo todo.

As investigações começaram, e perguntas eram feitas a todo momento. Todos estavam muito confusos e vulneráveis sobre o assunto. Minho entregou o papel com a frase que encontrou dentro da caixa em sua porta, junto com a foto de Jisung amarrado. O investigador pegou essas evidências e as colocou junto aos arquivos para a análise de digitais no papel.

Todos estavam sentados nas cadeiras de espera. Não podiam ir embora e nem iriam.

— Eu devia... devia ter protegido ele. — exclamou Changbin, frustrado.

— Não, eu que não deveria ter saído da cidade e deixado ele sozinho aqui. — disse um Minho completamente abatido — Eu fui o idiota.

— Gente, agora não é hora disso. — disse Felix.

— Acho que todos nós precisamos ser fortes, nos alimentar um pouco por agora. — Bang se levantou — Vou ver o que tem por aí, fiquem aí.

Saiu em direção a um mercadinho perto da delegacia. Entrou, pegou água, quatro refeições e quatro latas de Coca-Cola. Pagou tudo e voltou para entregar aos meninos. Todos pegaram sem reclamar, exceto Minho, que não queria comer; ele não queria viver enquanto estivesse longe de Jisung.

— Minho, você precisa comer um pouco.

— Não.

— Eu tenho certeza que o Jisung não ia querer você sem comer, uhm?

— Que saco, Bang, por que não volta pra Austrália? Canguru. — pegou a refeição e a Coca.

— Preciso cuidar de vocês, coelhinho. — bagunçou os cabelos do ruivo.

O celular de Minho tocou. Ele pegou, viu que era sua irmã e ignorou. Suspirou, voltando a comer, mas, novamente, o celular tocou, e ele ignorou.

Você deve se perguntar o porquê dele estar ignorando, mas eu conto: os irmãos Lee se davam muito bem quando seus pais eram vivos. Porém, depois do acidente, Minho achou que a culpa era dele. O carro bateu em um caminhão, e ele acreditava que foi por estar irritando os pais ao se recusar a ir na viagem de fim de semana em família. Por mais que a irmã dissesse que a culpa não era dele, ele não aceitava isso.

Quando ele estava indo a Bucheon, eles tiveram uma discussão por telefone, e Chae acabou dizendo palavras bem duras sobre o acidente. Desde aquele dia, eles não se falaram mais.

O celular de Minho tocou pela décima vez, e ele atendeu, furioso.

— O que é, porra?! — gritou, um pouco alto demais.

— Para de gritar comigo, seu idiota. Eu tenho uma coisa importante a dizer. Será que você pode deixar de ser um pouco infantil? Pelo menos uma vez...

— Fala, Chae. — suspirou.

— O Jisung tá aqui no hospital, e ele não tá nada bem.

Ok, definitivamente Minho ganharia de Bolt nas Olimpíadas. Ele correu tanto que nem sentia o ar entrar em seus pulmões. Ele só precisava encontrar Jisung.

notas

o que será que deve acontecer...

my new secretary - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora