nós não temos nada!

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Estava tudo bom demais para ser verdade, não é mesmo? Como dizem: nem tudo são flores. Na maioria das vezes, há muito mais espinhos do que flores, e isso é o mais triste.

A noite tinha tudo para ser perfeita. Todos escolhendo seus quadros, checando os valores, passando seus cartões ilimitados, apreciando bons vinhos e champanhes, tudo incrivelmente perfeito. Será mesmo?

Em um canto daquela sala, encontravam-se dois homens bem vestidos, apreciando um quadro cheio de flores coloridas e uma mulher no meio segurando uma das flores. O menor deles estava amando cada detalhe daquele quadro e, certamente, o compraria.

Em outro canto da mesma sala, havia uma mulher. Ela não passava dos 24, estava bem vestida, perfumada e muito elegante. Tudo nela era incrivelmente atraente, mas o que chamava atenção eram seus olhos, felinos como os de um gato, bem marcados e delineados com uma maquiagem provocante. Ela os observava atenta e confusa sobre quem poderia ser o homem menor ao lado do seu homem. Sim, Minho pertencia a ela — na cabeça dela.

Ela não poderia mais se segurar; precisava sentir os lábios do ruivo com urgência, precisava sentir os toques, as palavras, o cheiro. Precisava sentir ele. Seu homem.

Com passos calmos e que se tornavam gradativamente altos pelo contato do salto com o chão, ela foi se aproximando dos homens devagar, sem deixar de rebolar.

Ao chegar perto, pôde ouvir o ruivo dizer que o menor podia comprar o que quisesse.

Como assim o que quisesse? Quem era esse? E qual seria o motivo de Minho querer comprar o quadro para ele?

Eram essas as perguntas que rondavam a cabeça da mulher, que se encontrava parada no meio da sala. Minho não deveria comprar nada para esse aí; se ele quisesse o quadro, que comprasse com seu próprio dinheiro.

Ao sair de seus pensamentos, a mulher voltou a dar alguns passos até estar completamente atrás do ruivo. Tocou sua cintura e sussurrou em seu ouvido.

— Engraçado, você nunca me comprava quadros, amor. O que mudou?

Minho congelou; ele jamais imaginaria que ouviria essa voz tão cedo. Não era possível que essa mulher estava ali. Por que, senhor? Logo agora que ele estava em paz. Mas ela estava lá, e bem mais próxima do que devia, o que o fez se lembrar dos momentos bem explícitos que viveram.

Minho deu um passo à frente e se virou para a mulher.

— Yeji! O que faz aqui? — olhou a moça de cima a baixo e encarou seus olhos intimidadores.

— Nossa, meu amor, mas nem um ,"Como está?", "Por onde esteve?",,"Senti saudades". Você não era assim. — foi chegando mais perto do homem até tocar seu terno e ajeitar os botões.

— Por favor, não vamos ser ridículos. — tirou as mãos da mulher de si — Não senti saudades em nenhum momento.

— Nossa. — indagou, desacreditada — Não me parecia que você não sentia minha falta nas nossas inúmeras ligações de vídeo de madrugada, onde você gemia meu nome alto e bem manhoso. — disse a última parte bem próxima do rosto de Minho, quase roçando os lábios na bochecha do ruivo.

— Para de falar essas coisas. — olhou nos olhos da mulher — Eu estava com tesão e não saudade.

— Amor, por que não admite? — tombou a cabeça para o lado, franzindo as sobrancelhas — Você sente falta dos meus toques, beijos, boquetes e fodas. — sussurrou as duas últimas palavras, mas os dois homens ouviram.

Sim, Jisung ainda se encontrava ali parado ouvindo cada palavra dos dois.

— Já mandei você parar de falar essas coisas. — disse, rosnando.

my new secretary - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora