my new secretary - minsung

confio em você.

Depois de juntar todos os seus pertences para sair da casa em que estava, Yeji logo mudou de ideia. Ela não entendia bem o que estava acontecendo depois de ter deixado Jisung na porta do hospital. Sabia que poderiam estar esperando que ela aparecesse em qualquer lugar para capturá-la, e isso seria um desastre para ela.

Decidiu que a melhor opção era permanecer na casa até que as coisas ficassem mais claras e ela soubesse o que estava acontecendo de fato. Agora, estava na sacada de seu quarto, observando a cidade envolta em um clima chuvoso e nebuloso. A neblina era tão densa que mal se conseguiam ver as casas e prédios.

Desde que Yeji entendeu que Minho não a queria mais e que agora estava bem com outro, ela se perdeu em lembranças de tudo o que viveram juntos. Eles eram um casal lindo. Com um vinho tinto de 1978 em mãos, ela balançava a taça, observando o líquido se mexer e embaralhar seu reflexo na bebida.

Tudo o que desejava era um amor sincero e confiante, no qual pudesse descansar e compartilhar suas preocupações diárias. Mas isso não era mais possível. Ela havia destruído todas as chances de ser feliz ao ficar cega de amor por Minho, e agora não havia volta. Ainda assim, não planejava desistir.

Seungmin entrou no quarto e viu a mulher parada na sacada. Aproximou-se lentamente e parou ao lado dela, suspirando fundo para chamar sua atenção.

— O que faz aqui? — perguntou à Yeji, apoiando-se no vidro protetor da sacada — O clima não está bom. Vai pegar um resfriado.

A ruiva sorriu para o amigo e também se apoiou no vidro.

— Está tudo bem. Não vou pegar resfriado. — tomou mais um gole do vinho.

— Você não vai atrás do Minho? Não vai mais sair da casa?

— Não. Eles estão quietos demais, Seung. — suspirou, com o olhar fixo na chuva — Quietos até demais. Era para haver notícias sobre mim, ou algo do tipo. Isso está muito estranho. — seu tom era desconfiado — Hyunjin não me liga mais, não manda mensagens para saber onde estou ou como estou.

— Talvez ele esteja cansado de você sempre sumir. — sugeriu Seungmin com simplicidade.

— Não, ele não é assim. Eu conheço bem aquele garoto. — ela se afastou do vidro e começou a caminhar em círculos pelo quarto — Ele não é assim. Conhecendo Minho como eu conheço, ele estaria perturbando o Hyunjin para falar comigo e captar alguma dica de onde estou. Isso está muito estranho.

De certa forma, ela tinha razão. Minho provavelmente mandaria Hyunjin se comunicar com a irmã para descobrir algo sobre seu paradeiro, se realmente quisesse encontrá-la. Mas isso não aconteceu, e Yeji não sabia o motivo.

— E você acha que o mais inteligente é ficar aqui? Na casa que você comprou com o dinheiro do Minho? — perguntou Seungmin, como se fosse óbvio que aquilo era uma péssima ideia.

— Sim. Eles não sabem que comprei esta casa e nem as outras. — respondeu com confiança.

— Ah, ok então. — disse ele, com tom debochado.

O deboche de Seungmin não passou despercebido. Yeji já havia notado algumas atitudes dele, como se achasse suas decisões burras ou ingênuas demais. A ruiva estava ficando cansada das provocações.

— O que foi, Seungmin? — indagou desconfiada, com um olhar afiado — Acha que não estou sendo cautelosa o suficiente? Por acaso pretende fugir como Kang? Você é um frouxo? — sorriu debochada, aumentando a tensão.

Seungmin odiava quando Yeji o diminuía para se sentir superior. Detestava suas dúvidas sobre ele e sua força, tudo para satisfazer o próprio ego. Ele já estava esgotado.