A última jogada do coração/ Vol. 3

Capítulo 48: Papai Noel.

Hannah Carson

Caminhei até Luca, Kyle e Collin, que pareciam estar em uma conversa super interessante. Luca olhou pra mim no mesmo instante, como se me sentisse antes mesmo de me ver. Abri um sorriso e passei os braços ao redor dos ombros dele quando parei na frente dele, porque agora não precisávamos mais fingir que não estava acontecendo nada.

Acho que deveria agradecer Luca mais tarde, por ter sido corajoso o suficiente para me beijar sem se importar com eles. Eu sabia que tudo isso era uma novidade pra ele, já que eu era a primeira garota com quem ele estava, literalmente. Pensar isso me deixava com um friozinho de euforia na barriga. Era impossível não sentir uma satisfação enorme por saber que eu era a primeira e única.

—Vim te salvar dos meus irmãos. —Sussurrei no ouvido dele, sentindo suas mãos apertarem minha cintura, enquanto ele soltava uma risada baixa. Já podia imaginar que Luca estava todo vermelho, porque demonstrar afeto em público parecia o deixar tão sem graça.

—Kyle e o Collin não são nem de longe intimidadores como o Peter e o Zack. —Luca afirmou, e eu lancei a ele um olhar divertido, porque eu sabia muito bem daquilo. —Quando voltarmos, você se importa de conhecer minha família?

—Claro que não me importo, Luca. Eu vou adorar. —Soltei, segurando o rosto dele e o roubando um beijo, vendo Luca parecer aliviado, como se ele achasse que eu não iria querer. Ele era tão bobo as vezes, porque eu sabia a importância da família dele pra ele, então óbvio que eu ia querer conhecê-los. Todos eles.

Luca abriu um sorriso depois de um minuto, se inclinando e me dando um beijo demorado. Só nos afastamos quando alguém jogou outra bola de neve em nós dois, o que me fez soltar um resmungo do quão impertinente eles conseguiam ser, porque nem naqueles momentos eles davam um desconto.

Voltamos a caminhar pela praça. O lugar cada vez mais iluminado. Era difícil andar em grupo ali sem ser notado, porque minha família era realmente grande e não tínhamos vergonha de andar em um bando, literalmente. A parte boa disso tudo é poder se divertir com todos eles, juntos, porque era o que realmente gostávamos quando fazíamos algo assim.

—Ah, meu Deus, o papai Noel! —Emma exclamou, apontando para onde o trenó do papai Noel estava bem iluminado, com algumas pessoas se reunindo pra tirar foto. —A gente precisa ir lá tirar uma foto.

—Acho que a gente não tem mais idade pra isso, princesa. —Collin afirmou, mas Emma só fez uma cara feia pra ele, antes de agarrar sua mão e o puxar naquela direção sem pensar duas vezes.

—Já tiramos uma foto assim antes, mas vocês não estavam nela. Agora tiramos uma com a família toda. —Zack comentou, enquanto caminhávamos até lá. Apertei a mão de Luca, vendo que ele parecia estar se divertindo muito com aquela situação.

Paramos na pequena fila, vendo algumas pessoas olharem na nossa direção confusos, provavelmente querendo saber se todo mundo ali ia tirar foto com ele. Bom, a gente ia sim, porque era exatamente isso que fazia nossa família ser interessante. Quando chegou a nossa vez, o rapaz que estava tirando as fotos vestido de duende nos encarou assustado.

—Quem vai ser o primeiro? —Indagou, e nos trocamos um olhar significativo, porque ele obviamente não tinha entendido que iríamos todos juntos. Tudo bem, 16 pessoas tirando foto com o papai Noel de uma vez só era quase um evento.

—Todo mundo. —Peter afirmou, e o rapaz abriu e fechou a boca algumas vezes, como se não soubesse o que dizer. Ele olhou pra nos sem nem piscar, parecendo achar que estávamos apenas brincando com ele. —Todo mundo aqui tem alma de criança ainda, moço.

—Pelo amor de Deus! —Escutamos o papai Noel sussurrar, o que fez todo mundo olhar pra ele na mesma hora. —Maldita hora que eu aceitei isso de novo.

Meu queixo caiu, assim como o dos meus irmãos. Foi Kyle quem deu um passo a frente, colocando as mãos na cintura enquanto abria um sorriso enorme pra ele. Porque conhecíamos aquele senhorzinho muito bem. Obviamente ele também nos conhecia e não parecia nem um pouco feliz em nos ver.

—Senhor Wilson? —Exclamou, fazendo o velho olhar pra todos nós com uma cara nada agradável. A expressão resignada surgindo no rosto, quando ele nem tentou disfarçar o desagrado de nos ver de novo. —Eu não acredito. O senhor ainda trabalha como papai Noel?

—Infelizmente. —Resmungou, passando a mão pela barba longa, enquanto nos olhava com a maior cara de julgamento possível. Não achava que ele nos odiava, mas ele claramente preferia estar fazendo qualquer outra coisa no momento, do que estar ali tirando foto com a gente. —E eu não vou tirar foto com vocês. Podem dar o fora!

—Que isso, sr. Wilson. Cadê o seu espírito natalino? —Caleb questionou, e eu podia jurar que estava vendo uma veio pulsando na testa do velho, quando ele soou quase indignado.

—Foi pro caralho quando eu vi vocês! —Afirmou, e escutamos o moço com a câmera se engasgar com a própria saliva, como se não esperasse ver um papai Noel tão boca suja. Ficávamos em silêncio, antes de nos olharmos e então cairmos na risada, o que deixou o velho ainda mais irritado do que ele já estava. —Se mandem daqui. Vocês nem são mais crianças.

—Nada disso. Viemos tirar foto com o senhor. —Afirmei, subindo no trenó, vendo-o me lançar um olhar nada agradável que quase me fez rir de novo. —Se tirar uma foto com a gente, prometemos que nunca mais cruzamos o seu caminho de novo.

—Eu não acredito nem um pouco em você. —Retrucou, me olhando de cara feia. Abri um sorriso inocente, tombando a cabeça de lado, deixando claro que não ia desistir tão cedo. Ele suspirou, revirando os olhos com um ar resignado adorável. —Só uma foto. Mas andem logo, que eu não tenho a noite toda!

Todo mundo riu, mas nos apressamos para nos ajeitar ali. Os rapazes ficaram ao redor do trenó, enquanto eu e as minhas irmãs nos ajeitamos na parte de dentro do trenó, praticamente espremidas. A cara do senhor Wilson era a melhor de todas, mas pelo menos ele fez um ótimo trabalho em fingir um sorriso quando o cara tirou a foto.

Continua...