☆•○《✨𝐵𝓇𝑜𝓀𝑒𝓃 𝑀𝒾𝓇𝓇𝑜𝓇𝓈✨》○•☆

《13》

O sol mal havia surgido no horizonte quando Gabriel despertou. A luz tênue invadia o quarto do motel, iluminando os restos da noite anterior: roupas espalhadas, maquiagem deixada de lado, e uma sensação de cansaço misturada com satisfação. Ele olhou para o lado e viu Patrick ainda dormindo, a respiração pesada e os cabelos bagunçados cobrindo parte do rosto. Era quase engraçado vê-lo tão calmo, completamente diferente do furacão que ele era acordado.

Gabriel se levantou devagar, tentando não fazer barulho, mas o rangido da cama denunciou seu movimento. Patrick abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz.

"Já tá de pé?" perguntou, a voz rouca pelo sono.
"Alguém tem que se mexer, ou nunca saímos daqui" respondeu Gabriel, jogando uma almofada na direção dele.  "Vai, levanta. Precisamos comer algo antes de voltar."

Depois de um banho rápido e de arrumarem suas mochilas, os dois desceram para a pequena loja de conveniência ao lado do motel. Era um lugar simples, com prateleiras abarrotadas de lanches industrializados e bebidas. Gabriel pegou um pacote de biscoitos e um café em lata, enquanto Patrick escolheu um suco de uva que parecia minimamente decente.

De volta ao quarto, eles se sentaram na beira da cama para comer. Gabriel abriu o café e fez uma careta ao dar o primeiro gole.
"Parece água suja."

Patrick riu e abriu o suco, tomando um gole generoso. Imediatamente, começou a tossir.
"Meu Deus, o que é isso? Açúcar líquido?" exclamou, enquanto Gabriel batia em suas costas para ajudá-lo a se recuperar.
"Não disse? Lugar barato, comida barata." Gabriel deu de ombros, tentando segurar o riso.

Depois do desastre do café da manhã, eles organizaram suas coisas. Gabriel dobrou cuidadosamente suas roupas, enquanto Patrick simplesmente jogava tudo na mochila.

"Você é tão metódico" comentou Patrick, observando Gabriel alinhar os frascos de maquiagem em um estojo.
"E você é uma bagunça ambulante" rebateu Gabriel, fechando a mochila com um ziper firme.

Com tudo pronto, eles deixaram o motel e entraram no carro de Patrick. A estrada de volta para Derry parecia mais curta do que a ida, talvez porque agora o silêncio entre eles era mais confortável. Eles conversavam, riam de piadas bobas e colocavam músicas no rádio para cantar juntos.

Quando chegaram à casa de Gabriel, ele desceu do carro e se inclinou na janela para se despedir.
"Até mais, Pat. E tenta não destruir nada antes de me ver de novo."

Patrick riu, mas sentiu um aperto no peito ao vê-lo entrar em casa. Ele esperou até a porta se fechar antes de seguir para sua própria casa.

Algumas horas depois, o telefone de Gabriel vibrou. Era uma mensagem no bate-papo do grupo:

Melanie: Lanchonete às 17h. Tragam suas caras feias.

Patrick: Você trate de pagar Melanie, porque eu não sou banco.

Elijah: Só pela mensagem ja sei que é algo ruim.

Gabriel: Se ja viu a gente falar algo bom aqui?

Às cinco da tarde, o grupo se reuniu na lanchonete. O lugar era aconchegante, com bancos de couro e cheiro de batatas fritas no ar. Eles pediram hambúrgueres e refrigerantes, e as risadas começaram assim que os pratos chegaram. Elijah tentou equilibrar um sachê de ketchup no nariz, enquanto Melanie revirava os olhos, mas claramente achava graça.

A leveza do momento, no entanto, logo deu lugar a uma conversa mais séria. Gabriel foi o primeiro a mencionar o assunto que pairava sobre todos eles: as estranhas aparições em Derry.

"Precisamos falar sobre isso" começou, cruzando os braços.
"Não podemos ignorar o que está acontecendo."

Patrick bufou, cruzando os braços de maneira defensiva.
"E o que você sugere? Que a gente vá pedir ajuda para aquele grupinho ridículo dos Perd..."