Maldita Carta

195 19 1
                                        

"O Mundo não está ameaçado por pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade" - Albert Einstein

Passei a mão na testa, limpando o suor que começou a descer. Peguei a ultima sacola do carro e a levei para dentro da sala. A nossa pequena viagem, para fazer as compras de Halloween, foi um sucesso.

Passar o final de semana em Los Angeles foi a melhor coisa que me aconteceu. Ficar longe do meu pai, de Charles, William, da casa me ajudou a clarear a cabeça e colocar os meus sentimentos e a minha vida em ordem (ou quase isso).

- Quanto vocês gastaram?

A voz do meu pai me assustou e a sacola na minha mão caiu no chão. Graças a Deus não tem nada de quebrar dentro dela.

- Bastante. - Não estou afim de falar para ele o quanto exatamente gastei. Mas a questão é que todo ano a nossa casa ganha na competição de melhor decoração, esse ano não pode ser diferente.

- Bastante quanto, Gaia? - Revirei os olhos, o dinheiro não vai fazer falta alguma no final das contas.

- Menos de dez mil, mais de cinco mil.

Me virei para Marta, que esta arrastando os sacos para mais perto da parede.

- Pode deixar tudo isso ai, Marta. Vamos começar a decorar tudo amanhã quando eu voltar da aula. Agora vá dormir que a viagem foi longa.

- Sim, senhorita.

Marta saiu da sala com passos rápidos, provavelmente desesperada para deitar e dormir, assim como eu.

- Ajudarei vocês duas amanhã.

Parei no meio da escada me voltando para o meu pai. O que ele disse? Ajudar? Só pode ser uma piada.

- Você não tem que trabalhar?

- Não, posso sair um pouco mais cedo.

Resolvi não responder, ele provavelmente dará para trás no ultimo minuto.

Assim que terminei de tomar meu banho peguei meu celular e mandei uma mensagem para William, avisando que já cheguei. Quero esperar pela resposta, mas meus olhos estão pesados e estou muito sonolenta.

Dormi pensando em tudo que tenho que fazer amanhã.

***

- Como você pretende decorar a casa toda? Ela é enorme!

Estou começando a achar que trazer William para me ajudar foi uma decisão idiota. Dei a ele algumas abóboras e mandei ele decora-las e deixar a casa por minha conta.

Por incrível que pareca meu pai realmente veio ajudar. Meio relutante, mandei ele arrumar a área que se encontra a piscina, é lá que acontecerá a festa sábado. Tentei ser o mais minuciosa possível na descrição de como tudo tem que ficar, não admito nada que não esteja perfeito. 

Marta já está acostumada com as minhas exigências. Ela me ajuda a decorar a casa desde os meus oito anos de idade. Claro que naquela época ela fazia quase tudo sozinha, mas com o passar do tempo, comecei a ganhar prática.

Apesar de William e meu pai estar ajudando este ano, ainda sinto falta da minha mãe. Ela sempre adorou decorar a casa quando alguma data festiva estava chegando. Eu sempre ficava admirada com as ideias que ela tinha. 

Fechei os olhos para me esquecer da recordação dolorida. Ela não está mais aqui e tenho que me acostumar com essa ideia.

- Gaia? Onde coloco as abóboras?

Olhei para Will, aos pés dele tem umas trinta abóboras, todas com furos que formam figuras assustadoras.

- Em lugar nenhum por enquanto. Primeiro você tem que pegar aquelas lâmpadas e coloca-las dentro das abóboras. 

Roleta RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora