"Em um mundo comandado por heranças sanguínea e contas de banco, vale a pena ter um amigo" - Gossip Girl
- Eu não quero saber se você me odeia ou não. Não estou pedindo para você ir a esta festa, estou mandando!
O rosto do meu pai ficou mais vermelho a cada palavra. Acho que se ele continuar assim provavelmente vai explodir.
- E desde quando você manda em mim?
Faz exatamente duas semana que estou em uma batalha interminável contra o meu pai. Tudo começou quando cheguei da escola, logo depois de matar aula com William, e encontrei ninguém menos que o Sr. Dowling.
O meu pai - mostrando a sua incrível falta de respeito pela memória da minha mãe - convidou o Sr. Dowling (que agora sou obrigada a chamar pelo primeiro nome - Sebastian), a passar o final de semana aqui. Lógico que eu não iria ficar lá no meio dos dois pombinhos, então liguei para Charles e nós dois passamos o final de semana na casa de seus avós em São Francisco.
No domingo a noite, assim que cheguei, meu pai estava feliz em me informar que ele não irá mais esconder o seu relacionamento com Sebastian, e que em um mês iria anunciar o seu noivado. Ele deve estar realmente apaixonado, ou louco, porque nunca em sã consciência, meu pai sairia do armário. Tenho certeza que isso não foi ideia dele.
Não sei se ele esperava que eu desse parabéns pelo acontecido, mas sinceramente, não vou apoiar o casal que levou a minha mãe a se matar. Então ao invés de gritar, chorar, ou até mesmo pegar um daqueles vasos de flores e quebra-los, juntei as minhas roupas e pedi abrigo na casa de William, o que levou a intermináveis brigas com Charles.
Não se passou nem cinco dias até Marta aparecer chorando na porta da casa do Will, me implorando para voltar. Fiquei tentada a dizer não, mas Marta é a unica figura materna que me sobrou, não quero perde-la. Não por um motivo tão idiota. Por ela, lá estava eu outra vez, presa na mansão dos Marriott, também conhecida como inferno.
Na segunda seguinte ao meu infeliz retorno, meu pai - se é que posso chama-lo assim - resolveu me avisar de um festa que estou convocada a comparecer no sábado. Pelo que entendi ele está apresentando para os funcionários de sua empresa o novo chefe do setor econômico, e eu (como herdeira do império que ele e minha mãe construíram), tenho que comparecer porque logo serei a presidenta.
Sinceramente, não quero aquela empresa, nem nada que venha da minha família. Não estou afim de passar a noite de sábado trancada em um salão cheio de pessoas esnobes e caretas, fingindo que tenho um relacionamento incrível com o meu pai.
- Quando você entenderá que não quero nada disso? Não quero a empresa, não quero o dinheiro, não quero nada que venha de você.
- Quando você entenderá que não estou te convidando? Eu te convoquei, e você vai nem que eu tenha que te amarrar no meu porta malas, entendeu agora?
Me virei, exausta por conta das brigas constantes e subi para o meu quarto, batendo a porta com a maior força possível em uma forma de protesto.
- Você devia parar de brigar tanto com ele.
Charles, que veio para casa comigo depois da escola, ficou no meu quarto, ouvindo as brigas que vinham do andar de baixo.
- Não enche.
Deitei na cama e enfiei a cara no travesseiro, quero tanto que a escola acabe para que eu possa ir embora e nunca mais volte para esse inferno.
- Gaia, não será tão ruim assim, estarei lá.
O pai de Charles é o vice-presidente da empresa do meu pai, sendo assim, ele também é obrigado a comparecer a todos estes eventos idiotas.
- Por que você concordou em ir? Pensei que você odiava essa coisa toda e queria ser um jogador de basquete profissional.

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Roleta Russa
Novela JuvenilGaia Marriott, uma garota de 16 anos, cresceu em uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos. Ela mora com seus pais em uma metrópole na Califórnia chamada La Savior e estuda na melhor escola particular da região. Contudo, o dinheiro e o estilo...