4. Sala de espelhos

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Pasus abriu um dos olhos, se sentindo meio atordoado e então percebeu um incomodo, um aperto firme no pulso. O garoto procurou a origem do desconforto, mas, depois de uma rápida inspeção, não encontrou nada e então pensou que era somente a sua imaginação.

O menino respirou fundo, se levantando lentamente, ainda confuso e desnorteado, e então notou uma mudança no ambiente. Ele percebeu que não estava mais na colina atrás de sua casa, vendo que estava em um local diferente, uma sala escura e vazia, sem janelas e nem portas.

- Tem alguém aí? - gritou pasus, tentando descobrir aonde estava.

O garoto ficou esperando uma resposta, até que ouviu um barulho distante e então decidiu investigar. Ele procurou a origem do som, mas logo percebeu que seria uma tarefa difícil andar naquele ambiente escuro e então começou a procurar por alguma luz.

Pasus estava investigando a sala, pensando se ela realmente tinha alguma luz, quando foi surpreendido com o surgimento de uma iluminação intensa. Ele ficou parado, olhando para o ambiente, surpreso com a súbita iluminação da sala e então presumiu que a luz deveria ser automática, pois não havia mais ninguém.

O menino começou a investigar a sala recém iluminada, mas antes que pudesse descobrir alguma coisa, viu algo muito estranho acontecer, percebendo que a sala estava a aumentando de tamanho.

O garoto viu a sala crescer, até ter três vezes o tamanho original e então assistiu as paredes serem transformadas em espelhos. Ele ficou parado, assistindo todas as transformações se encerarem e então confirmou que estava diante de um ambiente completamente diferente do inicial.

O menino olhava aterrorizado para a sala recém transformada, mas o seu sentimento de medo foi logo sendo substituído por uma curiosidade enorme. Ele olhava para a sala, sem acreditar no cenário diante dos olhos, com as paredes espelhadas e o chão de madeira.

Pasus estava se recuperando do abalo causado pela transformação da sala, quando olhou com mais atenção para os espelhos, percebendo que eles não refletiam a sua imagem, somente a sala e então começou a ficar preocupado.

O menino foi se afastando dos espelhos, mas logo sentiu as costas tocarem em alguma coisa e então se virou lentamente, vendo que os espelhos naquele lado também não refletiam a sua imagem.

O garoto entrou em desespero, pensando no motivo de não conseguir enxergar o seu próprio reflexo no espelho e então começou a imaginar que estava morto ou alguma coisa parecida, pois não conseguia entender o que estava acontecendo. Ele começou a ficar nervoso, pensando que não conseguiria escapar daquele lugar.

Pasus não aguentou mais a pressão daquela situação e então começou a procurar por ajuda, tentando encontrar alguma maneira de escapar. Ele se aproximou da parede espelhada, tentando encontrar alguma abertura e então começou a arranhar a superfície dos espelhos, usando as unhas, na tentativa de abrir caminho.

O garoto, depois de alguns segundos arranhando a superfície dos espelhos, se afastou da parede, percebendo que era uma tarefa inútil e então tentou os socar, mas eles eram muito resistentes e não se quebraram. Ele estava sentindo as mãos doendo, quando começou a imaginar se ficaria preso pela eternidade naquela sala.

Pasus sentou no chão, com algumas lagrimas descendo pelo rosto e então abaixou a cabeça, aceitando que não havia mais esperança de sair daquela sala. Ele foi encolhendo o corpo, se sentindo cada vez mais isolado, sozinho naquele lugar.

O menino estava completamente abalado, quando ouviu novamente um barulho e então levantou a cabeça. Ele olhou para toda a sala, esperando alguma resposta e então viu que um dos espelhos tinha a sua imagem refletida.

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