Pasus estava abrindo os olhos, ainda confuso com o despertar, quando começou a se lembrar do que havia acontecido no dia anterior, quando recebera a localização do pai, assim como o histórico dele. Ele se sentia extremamente cansado, sem vontade nenhuma de sair da cama, rolando de um lado para o outro, tentando negar tudo que havia acontecido.
O garoto não queria pensar no que o pai poderia ter feito, tentando com todas as forças pensar em algo diferente, mas não conseguia evitar a volta dos pensamentos que envolviam o pai. Ele fechou novamente os olhos, tentando forçar o retorno do sono, mas a mente dele estava tão agitada, que impediu qualquer tentativa de voltar a dormir.
O menino continuou lutando contra os seus pensamentos, tentando encontrar alguma paz, mas toda vez que conseguia se esquivar, eles acabavam voltando, lhe causando ainda mais impacto. Ele, se sentindo esgotado, decidiu desistir, pois sabia que alguma hora teria que encarar aquela situação e adiar ela não iria fazer ela desaparecer.
Pasus começou a pensar, tentando refletir o que havia ouvido, mas não sabia o que sentir, pois havia esperado muito tempo para o retorno do pai. Ele havia esperado incansavelmente pelo encontro com o pai, mas nunca pensou o que ele poderia ter feito durante todo aquele tempo.
O garoto começou a imaginar no quanto o pai, a pessoa que ele esperou por vários anos, causou de sofrimento a muitas pessoas. Ele ficou pensando em tudo que a pessoa careca disse, repetindo mentalmente cada palavra, tentando identificar algum sentido escondido.
A cada segundo que passava, o menino se sentia mais perdido, sem saber para aonde ir ou o que pensar, percebendo que estava no meio de uma situação muito delicada e que qualquer erro poderia ser muito prejudicial.
Pasus continuou pensando em uma maneira de encerrar todos os seus pensamentos negativos e depois de um tempo refletindo, percebeu que somente depois de conhecer toda a estória, que ele poderia fazer uma decisão justa.
O menino, com o ânimo renovado, esticou todo o corpo, arrumando todos os ossos, e então saiu da cama, decidido, com o objetivo de pedir permissão ao mestre para conhecer a estória do acidente envolvendo o pai.
O garoto rapidamente saiu do quarto, percorrendo todo o corredor apressadamente, alcançando a porta sala infinita depois de alguns segundos e então a abriu.
Pasus entrou na sala e foi surpreendido com a presença de os todos os outros tripulantes, percebendo que eles estavam conversando intensamente. Ele estranhou o grupo, mas decidiu se juntar com o mestre e os outros aprendizes, e somente quando alcançou kedar, o grupo percebeu a sua presença.
- Como você está? - Perguntou rec, meio relutante, com medo da reação do garoto.
- Estou melhor, depois de algum tempo pensando tomei uma decisão - respondeu pasus, emanando uma segurança forçada.
- Nós estávamos preocupados - disse rec, colocando as mãos nos ombros de cinis e gubba, fazendo com que os dois abaixassem as suas cabeças, envergonhados.
- Obrigado, vocês são verdadeiros amigos - disse pasus, se sentindo um pouco aliviado, pois sentia que podia contar com aquelas pessoas.
Pasus, assim que se recuperou da surpresa, abaixou os olhos, com medo de transparecer a incerteza e o medo, que estava sentindo. Ele começou a olhar para o mestre, tomando coragem para seguir com o plano e então respirou fundo, acumulando forças.
- Mestre? - Disse pasus, tentando chamar a atenção.
- Sim - respondeu kedar, se virando para olhar o aprendiz diretamente e então tentou abrir um sorriso convidativo - Você quer falar alguma coisa comigo?
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A esfera
Science FictionPasus era um menino de quatorze anos vivendo em um planeta arruinado, mas um dia lhe foi dada a possibilidade de conhecer o extraordinário, viajar em um universo povoado por humanos possuidores de poderes inimagináveis, menttis, e presenciar os se...