21. Homem esquecido

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Pasus ficou branco, com os olhos arregalados e então se virou para os colegas, percebendo uma mudança em gubba. Ele viu que o colega tinha aumentado o ritmo da respiração e estava ficando vermelho, sugerindo que se o homem se aproximasse, ele iria atacar.

O garoto ficou preocupado, pensando na reação anterior do colega, que mostrou como ele não conseguia controlar a raiva e então começou a pensar em uma maneira de escapar daquela situação. Ele estava tentando ao máximo encontrar uma saída, mas acabou desistindo, pois estava exausto demais.

- Me desculpa - disse pasus, saindo das sombras e então parou, na esperança do homem o reconhecer - Eu vi o senhor na rua e o segui até aqui.

- Como...? - perguntou o homem, mantendo os olhos serrados e então sua expressão clareou, revelando um sorriso - Você era uma das crianças que estavam sendo atacadas... Cadê as outras duas?

- Estão aqui, comigo - respondeu pasus, olhando para trás e então fez um sinal para os outros dois.

Gubba e cinis saíram lentamente das sombras, como pasus havia feito à alguns momentos antes. A dupla foi andando até ficar próximo ao colega, esperando pela reação do homem.

- Exato - disse o homem, apontando para gubba e cinis e então olhou para cada um do trio - Com certeza eram três.

- Você estava nos olhando quando a mulher desapareceu - disse pasus, se aproximando do homem e então, quando estava a quase meio metro, parou, olhando nos olhos do sujeito - Você teve algo a ver com o desaparecimento dela?

- Eu posso ter interferido em alguma luta... - respondeu o homem, coçando os olhos e então voltou para a cadeira, colocando os pés para o alto - mas a minha mente não é a mesma e então não posso afirmar nada.

- Qual o motivo de você ter nos ajudado? - perguntou pasus, interessado nas ações do homem, mesmo vendo o estado atual dele.

- Se eu ajudei... - respondeu o homem, perdendo interesse no trio e então olhou para o pulso - foi porque me deu vontade.

- Certo, meu nome é pasus - disse pasus, percebendo a falta de interesse do homem e então se virou para ir embora - Só queria agradecer por ter nos ajudado.

Pasus foi andando até o túnel, vendo que gubba o seguia e então percebeu que cinis continuava parada, encarando de forma agressiva o homem. A garota parecia que extremamente desconfiada com toda aquela situação e que não iria embora sem uma explicação plausível.

Cinis ficou esperando alguma ação do homem, enquanto assistia pasus e gubba irem embora, mas ficou frustrada, pois ele ficou na mesma posição desleixada. Ela viu o homem não dar a menor atenção ao trio, continuando a coçar os olhos, a verificar as unhas e em intervalos de trinta segundos, a olhar para o pulso.

- Você não vai fazer nada? - perguntou cinis impaciente, vendo que os garotos já estavam sumindo no túnel e então apontou para trás, para os garotos - Você nos salvou por nenhum motivo?

O homem continuou na rotina estabelecida, sem demonstrar nenhuma atenção as perguntas de cinis. A garota começou a ficar vermelha, cheia com a frustração por não receber atenção, e então começou a andar decidida na direção do sujeito, com o olhar vazio.

Cinis estava cega pela situação, andando diretamente para o homem e assim que o alcançou, pulou sobre ele, o jogando no chão. Ela conseguiu prender o indivíduo no chão, começando a pressionar, com o braço, o pescoço dele, impedindo que ele pudesse respirar.

- Você não estava naquele lugar sem nenhum motivo - disse cinis, sobre o corpo do homem, com os olhos vermelhos, arregalados e então fez alguns gestos agitados - Não passava ninguém lá, por isso a mulher nos atacou...

- O que você estava fazendo naquele lugar? - perguntou cinis, pressionando ainda mais o braço contra o pescoço do homem.

Pasus e gubba viram a cinis em cima do homem e então voltaram correndo, conseguindo alcançar a garota, tirando ela de cima do homem. O sujeito voltou a respirar, mas continuou ofegante por alguns segundos, enquanto massageava o pescoço, vermelho da lesão causada por cinis.

Pasus e gubba estavam usando todas as forças para impedir que a colega voltasse para cima do homem, o que era uma tarefa mais difícil que se imaginava, pois mesmo com aparência frágil, a garota tinha uma força enorme. O trio estava agitado, quando começaram a ouvir risos.

- Parece que vocês têm potencial - disse o homem, entre risos e então voltou a esfregar o pescoço - Vocês só precisam de treinamento.

- Como assim? - perguntou pasus, recuperando a atenção pelo homem.

- Vocês precisam treinar se não querem ser derrotados por qualquer um na rua - respondeu o homem, levantando a cadeira, na qual estava sentado quando foi derrubado por cinis.

- E você seria capaz de nos treinar? - perguntou cinis, que agora não estava mais sendo agarrada pelos garotos.

- Não... - disse o homem, sentando novamente na cadeira e então levantou os ombros - Eu nunca fui muito bom em combates.

- Que conveniente - disse cinis, nervosa com a atitude do homem e então, depois de olhar a figura sentada com os pés pata o alto, se virou, para ir embora.

- Eu não posso treinar vocês, mas posso fornecer algumas ferramentas - disse o homem, demostrando muita confiança e então, antes que o trio tivesse qualquer reação, abriu um sorriso malicioso - Mas para isso vocês devem me prometer uma coisa.

- Não... obrigada - respondeu cinis e então decidiu sair, para não agredir novamente aquele homem.

- Certo - disse o homem, vendo cinis seguir para a entrada da sala e então, assim que a garota entrou no túnel, deu um sorriso para pasus e gubba - Vocês sabem o caminho de volta?

Cinis estava andando, com passos firmes, quando ouviu o que o homem havia acabado de dizer, sentindo um sentimento de raiva crescer dentro do peito. Ela ficou parada, dentro do túnel, e então se virou, parecendo estar próxima de atacar novamente o sujeito.

Pasus olhou confuso para gubba e recebeu o mesmo olhar como resposta. O dois garotos se encararam por alguns segundos e então se viraram lentamente para o homem, pensando na pergunta dele, se lembrando que haviam passado em várias ruas diferentes durante a perseguição.

- Certo - disse pasus, olhando para gubba e então se virou para o homem - Nós aceitamos a sua condição.

- Bom... - disse o homem, fingindo estar surpreso, mas logo recuperou a postura e então começou a sorrir para os garotos - Primeiramente, meu nome é klebs e gostaria de saber os seus nomes?

- O meu é gubba - respondeu gubba, abrindo um sorriso e então olhou para pasus, depois para cinis - Esse é o pasus e aquela lá, é a cinis

- Bem vindos ao meu centro de operações - disse klebs, abrindo os braços e então abriu um enorme sorriso - Atualmente ele está desativado, mas eu sei que com a ajuda de vocês, poderei ver essa sala funcionando novamente.

- Não tenha tanta certeza que nós possamos te ajudar - disse pasus, confuso com a afirmação que klebs tinha acabado de fazer.

- Não se preocupe - disse klebs, indo na direção de pasus e então passou a mão sobre a cabeça do garoto, bagunçando o cabelo dele - Eu sei que vai dar tudo certo.

- Ha... Eu estava esquecendo - continuou klebs, sem permitir que o trio tivesse oportunidade de reagir ao comportamento estranho dele, e então passou a mão na cabeça, tentando lembrar de alguma coisa - Eu já volto.

Klebs atravessou a sala e então entrou em alguma sala lateral, sumindo na escuridão. Pasus ficou atordoado com os eventos que o levaram até aquela sala subterrânea e então se virou, vendo que gubba continuava sorrindo nervosamente e que cinis parecia ainda mais desconfiada.

O que você achou do encontro de pasus com o klebs? O que será realmente o objetivo dele? E qual serão os presentes que ele pretende dar?

Comente, eu quero MUITO saber a sua opinião.


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