𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐪𝐮𝐢𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫💫𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨

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²⁰ By Shaena

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O sol ainda brilha no horizonte quando chego a Porto Real. Caminho para dentro da sala de reunião, onde sei que meu pai e seu conselho estão reunidos.

E como sempre, guerra é sempre o assunto da vez.

Encontro rostos tensos ao redor da mesa. Meu pai, sentado no centro, escuta atentamente. Aenys, ao lado dele, tem uma expressão séria.

— O que houve? — pergunto.

Aenys se vira para mim, prestes a responder, mas antes que possa dizer algo, Oberyn toma a dianteira.

— O príncipe voltou de uma vigia e viu movimentos suspeitos indo em direção a Lançassolar — diz ele, a raiva evidente na voz. — Em direção aos meus portos.

Seu olhar faiscante recai sobre mim por um instante antes de se fixar em meu pai. Analiso Aenys, que confirma com um leve aceno de cabeça. Oberyn não está exagerando. Algo está acontecendo.

— Estou voltando para o meu reino — ele continua. — E quero levar uma resposta da Coroa para minha mãe.

Os olhos de Oberyn percorrem a sala, desafiando a todos. Não é a primeira vez que pede auxílio, e sua insistência já desgastou muitos ali. Alguns conselheiros veem nisso uma oportunidade para subjugar Dorne de uma vez por todas, enquanto outros temem um conflito desnecessário.

— O senhor já teve uma resposta, Alteza — lorde Crispian se adianta. — A Coroa não pode se dar ao luxo de travar uma nova guerra. Dorne sempre resistiu, e lançar nossos exércitos novamente contra suas areias venenosas não trará glória alguma.

Oberyn estreita os olhos, bastante irritado.

— Glória? Não quero glória. Quero segurança. Se vocês tivessem visto o que eu vi, não hesitariam. Meu reino está vulnerável. E nossa aliança exige proteção!

Um burburinho toma a mesa. Alguns conselheiros trocam olhares indecisos, enquanto outros já se preparam para rebater. Meu pai suspira e se ergue, e apenas esse gesto impõe silêncio absoluto.

— Basta — ele ordena. — Se Oberyn deseja nossa ajuda, ele a terá. Enviaremos tropas, navios e até mesmo dragões, se for necessário. Mas apenas se Dorne se submeter aos Sete Reinos.

Oberyn se levanta no mesmo instante, soltando uma risada amarga.

— Sabe que nunca nos curvaremos, Vossa Graça.

— Então já tem sua resposta. — meu pai o encara, impassível.

Oberyn aperta os punhos, mas se contém. Respira fundo, mantendo a pose, mesmo que sua frustração seja evidente.

— Se é isso que tem a dizer, Vossa Graça, levarei suas palavras à minha mãe.

Ele dá um passo para trás, inclinando levemente a cabeça, antes de sair da sala com a capa esvoaçando atrás de si. O silêncio que fica é pesado, e todos sabem que esse não será o fim da questão.

Fico observando meu pai, seu olhar perdido em pensamentos. Sei que tudo o que ele faz é para manter o reino unido e passar isso por todas as suas gerações. Ainda assim, não há como escapar do peso que isso coloca sobre mim, como sua herdeira.

Meu peito se aperta. Guerra. O sussurro dessa palavra sempre esteve presente em nossas vidas, e agora sinto sua sombra crescer ao nosso redor mais uma vez. Fecho as mãos sobre a saia do vestido, tentando afastar a inquietação que me consome. Mas sei que não há como fugir disso.