𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐪𝐮𝐢𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫💫𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨

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³¹ By Shaena

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— Precisamos ter aquela conversa.

Minha voz sai baixa, mas trêmula, enquanto me sento ao lado de Aenys. Nossos filhos estão no tapete, um pouco afastados de nós, imersos em suas brincadeiras.

Rhaena corre em círculos em volta de Jaehaerys, que gargalha enquanto as aias observam com sorrisos discretos.

— Sim, eu sei — Aenys murmura, jogando a cabeça contra o encosto do sofá, os olhos fechados por um breve momento.

Me preparo. Estamos indo para a guerra pela primeira vez. Sabemos quem são nossos inimigos — ricos, espertos, vingativos. Sabemos o que enfrentamos. E sabemos que pode ser o nosso fim.

— Se algo acontecer comigo... — começo, virando o rosto em sua direção. — Preciso que treine Rhaena. Ela vai precisar de você. Precisa de alguém que a entenda e confie nela.

Pauso. Meus olhos buscam Jaehaerys, que agora tenta agarrar os dedos de Rhaena, rindo com todo o corpo. Uma alegria pura, inocente. Quase cruel, por tudo que pode perder.

— Jaehaerys... ele ainda é um bebê. Nem completou um ano. Ele nem lembraria de mim, mas...

— Shaena... — Aenys tenta me interromper.

— Mas — insisto, erguendo uma mão. — você vai fazer ele lembrar. Vai contar sobre mim, sobre o que lutei para construir. Que ele saiba que eu existi, mesmo que nunca se lembre da minha voz.

Respiro fundo, os olhos fixos nos dois ali no tapete.

— E se você se casar novamente... — começo, hesitando. — não deixe que outra mulher apague a nossa história. Não deixe que os nossos filhos sejam esquecidos, trocados, diminuídos.

Aenys ergue a mão e toca meu queixo com delicadeza, forçando-me a olhá-lo.

— Eu nunca me casaria com outra — ele diz com a voz firme, sem vacilar. — Você é a primeira e única mulher da minha vida, Shaena.

Sorrio com tristeza.

— Não se entrega ao luto, Aenys. Por favor. Se apega a eles. Aos nossos meninos. Eu sei que você é mais forte do que eu nisso. Sempre foi.

Fico em silêncio por um instante. Depois, baixo a voz.

— E por fim... Maegor.

Ele me encara, atento.

— Se algo acontecer comigo, ele... ele perderia o controle. Você sabe.

— Sei — Aenys diz, com a voz pesada.

— Você é a âncora dele — continuo. — Pode parecer que sou eu, mas não sou. Eu sou tão louca quanto ele. — dou um riso abafado, e Aenys me acompanha. — Mas você... você é a nossa calma. Sempre foi. Então...

— Então... — ele repete, com um sorriso curto.

— Esse é o meu pedido a você.

Ele entrelaça os dedos nos meus e aperta com força.

— Bom, se algo acontecer comigo... — ele diz, pensativo olhando para os filhos. — Quero que você cante para eles. Mesmo que sua voz desafine — brinca, forçando um sorriso torto. —, eles vão precisar ouvir sua voz nos dias ruins. Como eu sempre precisei.