𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐪𝐮𝐢𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫💫𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨

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³² By Shaena

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— Continuamos sem notícias do rei.

Absorvo as palavras ditas por meistre Gawen, enquanto o salão do Trono se enche de silêncio absoluto.

Há uma semana recebemos notícias que o autodenominado Rei pirata dos Degraus, o príncipe lyseno Sargoso Saan, havia aumentado seus exércitos e marchava de volta para invadir não só Dorne, mas algumas terras da Campina. E com isso, meu pai prometeu vingança.

Faz três dias desde que ele montou em Balerion, jurando que faria os assassinos da Campina se ajoelharem nas cinzas dos próprios mortos. Três dias sem qualquer mensagem. Nenhum sinal. Nem mesmo um sussurro de dragão no céu.

O grande salão se enche de vozes — alguns tentando esconder o medo, outros já alimentando rumores.

Mas ninguém ousa dizer as palavras.

O rei está desaparecido.

Ou pior.

— Ele deve está negociando e procurando o restante dos exércitos inimigos — minha mãe diz, cortando o burburinho. — Aegon retornará em breve.

Os lordes entreolham entre si, mas eu olho para minha mãe. Ela parece firme em suas palavras, mas percebo que ela está preocupada.

— Como estão nossas defesas? — pergunta lorde Osmund, o mão do Rei, que está sentado no Trono, ouvindo atentamente os membros do conselho.

— Nossos navios estão ameaçados — lorde Aethan diz, sem rodeios. — Uma parte da frota deles já recuou, mas Pentos e Lys mandaram reforços. Se tomarem o estreito, estamos cercados. Sem rotas. Sem suprimentos. Sem escapatória.

— Precisamos de um dragão para proteger a frota — minha tia diz, pressionando o punho da Irma Negra com força. — Eu vou.

— Vai sozinha? — pergunto.

— Vhagar estará comigo — ela responde. — E metade da frota. O bastante para manter os ratos afastados.

Faço que sim, apesar da tensão se apertar ainda mais no meu peito.

— E sobre meu pai?

Ela me encara. Por um segundo, vejo o rosto dela tremer. Quase imperceptível.

— Eu vou encontrá-lo. Se não... — os olhos dela apertam. — Vou trazer alguma resposta.

O silêncio entre nós diz o que nenhuma tem coragem de admitir: não sabemos o que vamos encontrar.

— E eu? — pergunto. — Deveria ir com você.

Visenya se aproxima de mim. Seus olhos são os mesmos de sempre, frios... Mas há algo hoje: medo.

— Você ficará. Precisamos de um dragão para proteger a cidade. E o conselho precisa de uma voz que eles escutem. E, mesmo que não admitam... a sua é mais forte que a deles.

Minhas mãos se fecham lentamente. Não é isso que quero. Não agora.

Mas eu sei o que está dizendo.

E sei que ela está certa.

Assinto.

— Visenya... — diz minha mãe, num sopro.

Ela se aproxima e segura seu braço com ternura. O toque de quem conhece bem a mesma dor. As duas se encararam. E, por um instante raro, o peso de tudo parece desaparecer dos olhos de minha tia.