𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐪𝐮𝐢𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫💫𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨

━ ix. ♕

Alerta do capítulo: 🔞 

Diálogos em itálico: Alto Valiriano.

❛━━━━━━━ ••• ━━━━━━━❜

⁹ By Shaena

❛━━━━━━━ ••• ━━━━━━━❜

Após a escuridão, veio a luz. Branca, clara e dourada — brilho claro do sol. Sinto como se estivesse voando. Mas também sinto uma pontada na cabeça. Giro para me livrar dela e percebo que não estou voando; mas sendo carregada. Estou sendo segurada contra um peito e braços duros. Vejo o brilho de olhos violetas.

Aenys.

Aenys me carrega. Cabelos longos e prateados coroavam sua cabeça.

Devo ter desmaiado, provavelmente de medo. A lembrança do que aconteceu antes da escuridão ainda está fragmentada. Lembro do dragão e lembro que ele estava vindo na minha direção.

Levo a mão à cabeça, onde a dor lateja, e solto um gemido abafado. Meus olhos procuram por algo, qualquer coisa, e então vejo o rosto de Aenys, contorcido de pânico.

Ele está praticamente correndo, até que cai de joelhos, me colocando cuidadosamente no chão. Ainda estou tentando processar o que aconteceu, minha respiração um pouco irregular e meu corpo tenso.

— Shaena? — ele sussurra, como um suplício. — Você está bem? Se machucou?

Está um pouco escuro nesse lugar, mas consigo ver um pouco de seu rosto muito preocupado. Uma expressão que não via nele há muito tempo. Não o via assim desde que éramos crianças e recebemos a notícia de que nossa mãe fora capturada pelos dorneses.

— Aenys — digo. Minha voz soando fraca e áspera aos meus próprios ouvidos. A dor em minha cabeça parece ter sumido. — Eu... eu estou bem.

— Que diabos aconteceu? O que você estava fazendo aqui?

A voz dele parecia ecoar pelo ambiente. Ele estava sentado de joelhos, na minha frente. Os punhos estavam cerrados nas laterais. Percebi que ele tremia, afinal, de raiva.

— Eu não queria me colocar em perigo... Eu só queria... — falo, nervosa, quase gaguejando. — Achei que Skyfire estaria aqui. Mas acabei vindo pro lugar errado e...

— Está brincando? Nós somos proibidos de vir aqui. Exatamente por esse motivo.— ele aponta em direção a onde estava as cavernas. Mesmo na escuridão, posso perceber que seus olhos violetas tinham cor. — Isso foi o que? Um atestado de coragem? Não entende? Você poderia ter morrido!

A voz dele é grave, com um tom sombrio que nunca ouvi antes. O som das palavras dele reverbera em minha mente, e por um momento, fico sem resposta, observando-o. Nunca o vi tão abalado, tão intenso — como se tivesse perto de perder o controle.

— Você é igualzinha a ele — eu sei bem a quem ele estava se referindo. É sério que ele está me comparando a Maegor? — e eu não deveria estar surpreso por isso.

— Aenys, por favor, eu não... — suplico, como se tivesse dez anos novamente.

— Você não entende. Nunca entendeu.

— O que eu nunca entendi?

Seus olhos brilham com uma tristeza e preocupação iminente. Ele segura meus pulsos, o toque aquecido por um misto de desespero e necessidade de me ancorar ali.

— Me responde. Isso é uma brincadeira para você, Shaena? Não entende? — a voz dele se reduz a um sussurro. — Eu não posso viver sem você.

A parede que normalmente escondia a verdade nas profundezas dos olhos dele parece ter ruído; consigo enxergar o pânico ali, o desespero, o alívio que perfurou suas defesas. Ele ainda segura meu pulso.